O Instituto Moreira Salles de São Paulo abriu em 17 de
julho (terça-feira), às 19h30, a exposição Luz,
cedro e pedra – Esculturas do Aleijadinho fotografadas por Horacio Coppola,
com 81 imagens feitas pelo fotógrafo argentino em 1945, nas cidades mineiras de
Congonhas do Campo, Sabará e Ouro Preto. A mostra tem curadoria de Luciano
Migliaccio, professor do Departamento de História da Arquitetura e
Estética do Projeto da FAU/USP.
Horacio Coppola (1906-2012) é
figura central da fotografia latino-americana do século xx. Sua vocação
artística manifestou-se já no final da década de 1920, quando presidiu o
primeiro cineclube argentino. Em 1930, publicou duas fotografias na primeira
edição do Evaristo Carriego de Jorge Luis Borges, e, em 1931, estampou um
ensaio fotográfico na revista Sur. Nesses mesmos anos, fez a primeira de suas
viagens de formação, rumo à Europa, de onde retornou com sua primeira câmera
Leica. Coppola complementaria seus estudos de fotografia com duas outras viagens:
em 1932-1933, à Alemanha, quando frequentou os cursos de Walter Peterhans na
Bauhaus e colaborou com as fotógrafas Ellen Auerbach e Grete Stern; e, em
1934-1935, a
Paris e a Londres, onde se casou com Stern.
Foi nos anos de formação que
surgiu o gosto pela escultura pré-moderna e mesmo arcaica. Esse espírito de
redescoberta certamente motivou mais uma de suas viagens, desta feita a Minas
Gerais, em 1945, em busca da obra de Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho
(1730-1814), compreendido por Coppola como artista integral, isto é, arquiteto,
escultor e “ornamentista sacro”. As referências que podem ter levado Coppola ao
artista mineiro naquela época vão de artigos dos poetas Jules Supervielle e
Ramón Gómez de la Serna,
respectivamente em 1931 e 1944, ao livro do brasileiro Newton Freitas, El Aleijadinho, publicado também em
1944 na Argentina.
Para o curador Luciano
Migliaccio, fotografar esculturas é uma questão de pontos de vista, sobretudo
quando se trata das esculturas de Aleijadinho, que sempre foram parte de um
grandioso teatro religioso. “Coppola compreendeu muito bem o caráter decorativo
intrínseco à poética do escultor brasileiro”, explica.
Horacio Coppola voltou para
Buenos Aires com um rico acervo de imagens que, dez anos mais tarde, expôs nos
salões da associação Amigos del Libro e publicou no livro Esculturas de Antonio Francisco Lisboa O Aleijadinho (Buenos Aires:
Ediciones de La Llanura,
1955). Em 2007, mesmo ano em que inaugurou a exposição Horacio Coppola — Visões de Buenos Aires, o Instituto Moreira
Salles incorporou a suas coleções 150 dessas imagens.
Luz, cedro e pedra – Esculturas do Aleijadinho fotografadas por Horacio Coppola
Abertura: 17 de julho de 2012, às 19h30
Exposição: de 18 de julho a 11 de novembro 2012
De terça a sexta, das 13h às 19h
Sábados, domingos e feriados, das 13h às 18h
Entrada franca
Classificação livre
Rua Piauí, 844, 1º andar, Higienópolis
Tel.: (11) 3825-2560
Nenhum comentário:
Postar um comentário