Com entrada gratuita, a mostra pode ser vista até 8 de maio, de  terça à sexta-feira, das 9h às 17h; sábados, domingos e feridos, das 10h às 16h
O Museu Municipal de Barueri (SP) recebe até 8 de maio (terça-feira), a  exposição “A Arte Sacra na Terra dos Bandeirantes”. O acervo  apresentado é oriundo das coleções de Rafael Schunk e Joaquim Pereira  Antunes Filho, revelando produções artísticas do período bandeirista,  barroco até a contemporaneidade. Estes trabalhos, de culto coletivo ou  doméstico representam a diversidade da arte sacra produzida em terras de  bandeirantes, índios e jesuítas. Algumas pinturas de tradição cusquenha  propõem enfatizar a ligação e intercâmbio de São Paulo com os  castelhanos da América Espanhola desde os tempos pioneiros.
Em princípios do século XVIII, com o surgimento do ciclo do ouro,  migração de populações e mão-de-obra para as regiões auríferas, a arte  barroca brasileira atinge seu apogeu em Minas Gerais. Nesse período, em  São Paulo, as grandes imagens padroeiras dos templos paulistas foram  importadas de Portugal ou do Nordeste, como podemos atestar os oragos  retabulares das igrejas Ituanas, nos conventos da Baixada Santista ou  Planalto. Na coleção de Schunk e Joaquim Antunes o século XVIII destaca  os fragmentos arquitetônicos das velhas matrizes paulistas, demolidas ou  reformadas ao longo dos anos. As talhas do acervo são provenientes da  Matriz de Taubaté, Pindamonhangaba, Basílica Velha de Aparecida e  Bananal. Serão apresentados oratórios, tocheiros e palmas de altar  originários do Vale do Paraíba e Tietê. Os testemunhos barrocos  paulistas foram amplamente estudados nos livros Igrejas Paulistas  Barroco e Rococó e Barroco Memória Viva do professor Dr. Percival  Tirapeli, IA-UNESP.  
Em meados do século XIX surge o ciclo do café, as atenções econômicas e  sociais retornam para o Estado de São Paulo. Impulsionados pelo “ouro  verde”, a arte religiosa paulista segue em dois paralelos: o gosto  neoclássico dos salões do baronato cafeeiro ligado à corte imperial  carioca; e a produção santeira de padrão arcaísta, voltada ao culto  popular e doméstico. Nesta época surgem às imagens “paulistinhas”, em  sua maioria, santos de barro cozido ou semi-cozido feitos em bases  cônicas e confeccionados nas oficinas artesanais espalhadas por todo  Vale do Paraíba. Desta época destacamos a obra do artista Benedicto  Amaro de Oliveira (1848-1923), o “Dito Pituba”, nascido em Santa  Isabel-SP, e considerado um dos maiores santeiros populares do Brasil.  Seu trabalho, conforme relato do pesquisador Eduardo Etzel, era  encontrado até pouco tempo nos oratórios e casas simples do homem no  campo, entre as velhas estradas que interligavam Santa Isabel à Mogi das  Cruzes, Itaquaquecetuba, Guararema, Arujá, Igaratá, Nazaré Paulista e  Jacareí. O trabalho de Dito Pituba representa a cultura caipira como  desdobramento da sociedade bandeirista e pode ser admirado em grandes  instituições, como o Museu de Arte Sacra de São Paulo ou de Antropologia  no Vale do Paraíba.
O percurso da exposição resgata produções sacras dos séculos XVI, XVII,  XVIII, XIX, XX e XXI, desde surgimento do barroco paulista até suas  ramificações na cultura caipira, permanência de arcaísmos até a  modernidade. Reconstituímos através de fragmentos altares barrocos:  peanhas, talhas e imagens compondo uma ambiência religiosa que envolve o  espectador.
Como síntese, esta exposição revela nossas tradições, de caráter  didático e memorial, enfatizando obras de grandes escultores, mestres ou  anônimos, da produção religiosa conservada em território paulista,  contribuindo para a valorização do Patrimônio Histórico e Artístico  Nacional.
Serviço:
Período: até 8/5/2012
Local: Museu Municipal de Barueri (av. Henrique Gonçalves Baptista, nº 359)
Horário: de terça à sexta-feira, das 9h às 17h; sábados, domingos e feridos, das 10h às 16h
Informações: (11) 4198-5975
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