Curso: A construção da arquitetura ilusória na grande decoração barroca: perspectiva, luz e cromatismo
Docente:
Magno Moraes Mello, doutor em História da Arte pela Universidade Nova de Lisboa ; pós doutorado em História da Arte pela Università degli Studi di Firenze. Atualmente é professor de História da Arte da Universidade Federal de Minas Gerais.
Período: dias 12 a 16/09
Horário: 17h30 às 20h
Carga horária: 30horas
Valor: R$300(VAGAS LIMITADAS)
Inscrições: saobentoarte@gmail.com
Local: Colégio São Bento
Endereço: Avenida Sete de Setembro, centro.
Estacionamento: Ladeira das Hortas, Barroquinha
TÓPICOS A SEREM DESENVOLVIDOS DURANTE O CURSO:
- Introdução e metodologias no estudo da história da arte
A – Conceitos, fontes e periodizações na história da arte
B – Os discursos interpretativos e metodologias de estudo da história da arte
C – O diálogo entre a obra e o historiador
D – Questões do saber óptico na Idade Média e o espaço físico no Renascimento com a perspectiva
– Espaço infinito e decoração barroca
A – A nova concepção do universo: do antropocentrismo ao infinito espacial
B – Barroco e propaganda
C – Quadraturismo e decoração barroca: Andrea Pozzo
D – Entre arte e ciência: os tratados de perspectiva entre o Renascimento e o século XVIII
– O ilusionismo constituído na síntese luso-brasileira
A – A simulação arquitetônica em Portugal no tempo de D. João V
B – A transmissão da pintura perspéctica para o Brasil Colonial
C – Caetano da Costa Coelho e Antônio Simões Ribeiro: entre o Rio de Janeiro e Salvador
D – O fenômeno do engano arquitetônico no Norte e Nordeste do Brasil Setecentista
– A pintura de tetos em Minas Colonial
A – Fragmentos arquitetônicos
B – Manuel da Costa Ataíde
C – Entre Barroco e Rococó
D – A fragilidade da terceira dimensão
6 – Visita in loco
16/09 – Fundação Garcia D'Ávila - Praia do Forte - Bahia
OBJETIVOS:
Explicar questões pertinentes às metodologias da história da arte; aclarar aspectos sobre a produção artística; interrogações sobre a relação entre arte e ciência; apurar pontos essenciais sobre conceito, fontes e definição sobre a arte barroca.
PROPOSTA:
No percurso da arte Barroca e Rococó diverso fatores contribuíram para a produção destes estilos. Ao mesmo tempo o barroco não deve ser estudado apenas como mais um momento estilístico, individualizado numa época, mas, sobretudo, como uma «característica artística» como foi o Humanismo e o Renascimento. Assim, a passagem do século XVI para o XVII e na sua continuidade à fase setecentista, toda esta etapa irá constituir-se num dos episódios mais significativos da História da Arte.
O desenvolvimento da arte Barroca deve ser visto na continuidade do momento final do Renascimento; lembre-se que nesta fase a cultura renascentista enfrentava um período de antinomias, quer dizer, entre o triunfo e a censura da retórica, ou entre uma concepção hedonista e outra pedagógica. Outro setor que no Barroco foi amplamente acentuado diz respeito à imaginação. Com o surgir de uma espécie de mentalidade barroca, podem individualizar-se duas correntes que dividiram a interpretação da arte a partir do fim do Renascimento e que se reunirá no Barroco, compondo-se por um lado numa arte extremamente complacente e por outro numa linguagem moralizadora. Ainda no seguimento destes aspectos, é de salientar que o Barroco conhece um momento hedonista e outro pedagógico, levado desde a luxúria até a decência, fatores condicionados por certa ambivalência.
A representação perspéctica do espaço nas artes em geral é um dos temas mais fascinantes da história da arte. Estudar a construção perspéctica do espaço é investigar o modo como cada cultura concebeu a pintura, a escultura e a arquitetura. Neste contexto produziu-se uma mudança cultural no modo de ver e também no modo de representar a natureza.
A expressão plástica adota uma visão de espaço natural, mensurável, construído cientificamente e representado segundo preceitos matemáticos.
Deste modo, as artes passaram de um conceito puramente mecânico ao conceito de artes liberais e os pintores passam de artesãos e técnicos a artistas e homens da ciência. A pintura passa a ser uma ocupação liberal, a qual é imprescindível os conhecimentos de matemática, de geometria, de música e de outras ciências. O uso da perspectiva é um dos momentos de maior interesse para a análise da linguagem pictórica. A esta nova técnica de representação perspéctiva ficou conhecida porperspectiva artificialis: rigorosa exatidão matemática - atua como conexão a uma nova concepção de espaço: um espaço equivalente em todas as suas partes (homogêneo e constante).
Deste modo, as artes passaram de um conceito puramente mecânico ao conceito de artes liberais e os pintores passam de artesãos e técnicos a artistas e homens da ciência. A pintura passa a ser uma ocupação liberal, a qual é imprescindível os conhecimentos de matemática, de geometria, de música e de outras ciências. O uso da perspectiva é um dos momentos de maior interesse para a análise da linguagem pictórica. A esta nova técnica de representação perspéctiva ficou conhecida porperspectiva artificialis: rigorosa exatidão matemática - atua como conexão a uma nova concepção de espaço: um espaço equivalente em todas as suas partes (homogêneo e constante).
Tendo em mente a perspectiva como forma simbólica, os caminhos culturais e científicos são os que fundamentam este novo formulário de representação espacial. Na sequencia do século XVII um artista só era internacionalmente reconhecido com o bom uso da perspectiva; no século XVIII ela invadia as culturas não europeias, chegando à China em 1725/1730, acentuando as duas edições da tradução do tratado do jesuíta Andrea Pozzo com o título de Técnicas Visuais e na América do Sul, especificamente no Brasil Colonial. Um exercício que amadureceria desde as primeiras intervenções e que se tornaria inseparável da cultura figurativa durante todo o século XVIII em Portugal e no Brasil.
A arte Barroca e Rococó ainda apresentam entre os seus múltiplos e fascinantes aspectos, arestas quase inexploráveis ou insuficientemente pesquisadas. Temas como a tratadística, as preparações cenográficas e o quadraturismo, podem ser considerados uma forma pictórica específica da perspectiva e que ainda hoje é um dos fenômenos da percepção visual mais fascinante da história da arte.
Com efeito, o desenvolvimento da arte está ligado ao da ciência. Assim, o que esse curso pretende é analisar a relação entre a arte desde o século XVI até o século XVIII, contemplando de modo especial o período Barroco e Rococó não somente sob o ponto de vista artístico, mas também sob o ponto de vista da história da ciência.
Fonte: Patrimônio Sacro BA
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