Projeto de restauração da Igreja de São José das Três Ilhas, em Belmiro Braga, foi aprovado na Lei Rouanet. (Foto: Arquidiocese Juiz de Fora/Arquivo)
Os moradores e os responsáveis pela igreja de São José de Três Ilhas, em Belmiro Braga buscam captar recursos para reforma da matriz do distrito que fica na Zona da Mata. De acordo com o padre Liomar Rezende, a igreja construída no final do século 19 está com trincas, rachaduras e precisa de uma restauração.
O projeto da reforma foi aprovado na Lei Rouanet de 2015 e tem até novembro deste ano para levantar pelo menos 20% dos R$ 2.999.372,75 autorizados. O valor ainda não é o integral do necessário para a obra, orçada em mais de R$ 4.600 milhões. Apesar de não ter conseguido adesões, o padre acredita que irão sensibilizar empresas e pessoas físicas a ajudar na preservação do patrimônio cultural.
O Centro Histórico do distrito e a Igreja Matriz de São José das Três Ilhas tiveram o tombamento estadual homologado em outubro de 1997. De acordo com informações do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha), a igreja começou a ser construída em 1880 com recursos de fazendeiros da região e do Governo da então Província e foi finalizada cerca de dez anos depois com a construção da capela-mor.
Passou por obras em 1945, quando o altar original foi substituído pelo atual em madeira e por intervenções nas décadas de 1990 e 2000, fiscalizadas pelo Iepha. E em 1997 foi cenário nas gravações do filme “Menino Maluquinho”.
“Parte da obra foi feita por escravos e o final por trabalhadores livres, porque foi concluída após a abolição. Ela tem tijolos apenas em uma parte superior, no restante é toda em pedra e não teve acabamento externo. A parte interna foi concluída. E possui um valor histórico e arquitetônico muito grande para nossa comunidade”, explicou o padre.
A ação do tempo tem causado preocupação no padre e na comunidade. A igreja funciona normalmente com missas a cada 15 dias e sendo um ponto de turismo na região.
“Ela está apresentando trincas e rachaduras, que causaram a necessidade de intervenção na estrutura. Os cálculos apontam a necessidade de R$ 4.612 milhões para toda a recuperação necessária. Por isso, apresentamos projetos de captação de recursos e fomos aprovados na Lei Rouanet”, afirmou padre Liomar Rezende.
“Há necessidade de intervenção na estrutura”, destacou padre diante das trincas e rachaduras na Igreja de São José das Três Ilhas. (Foto: Arquidiocese Juiz de Fora/Arquivo)
Pela Lei Rouanet, os responsáveis podem captar até R$ 2.999.372,75, diante da importância da conservação e proteção do imóvel, que “trará uma série de benefícios à população em geral, promovendo a continuidade da memória, a promoção cultural e o desenvolvimento turístico e social no Distrito”, como menciona o decreto publicado em agosto de 2015 no Diário Oficial da União, que é válido até 31 de dezembro deste ano.
“É mais da metade do que precisamos. Temos até novembro para conseguir pelo menos 20% para iniciar a obra. As empresas podem destinar para o projeto 3% do imposto de renda (IR) e as pessoas físicas, 6%. Muitos já fecharam a declaração deste ano. Vamos iniciar contatos visando a inclusão no IR de 2016. É uma forma do doador associar o nome a um bem cultural que é tombado pelo estado e tem valor para nossa comunidade”, lembrou o padre.
As empresas e pessoas interessadas em contribuir com o restauro da Igreja de São José das Três Ilhas pela Lei Rouanet podem entrar em contato com o Departamento de Patrimônio da Arquidiocese de Juiz de Fora para ter informações mais detalhadas sobre o projeto.
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