Depois de levar para a internet o conteúdo de 17 museus e 11 exposições nos últimos seis anos, o projeto Era Virtual sentiu um novo chamado. “Vamos para fora dos museus, vamos para as ruas”, brinca a produtora Carla Sandim. O resultado disso é a nova etapa Era Virtual – Cidades Patrimônio, lançada hoje com a disponibilização online do acervo religioso, artístico e arquitetônico do Santuário de Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas.
“A gente sempre entendeu a cidade como um museu a céu aberto. É uma riqueza muito grande de informação histórica e estética que pode ser veiculada para o público”, afirma Sandim. Congonhas é a primeira dessa nova fase, que pretende virtualizar todas as cidades mineiras que são patrimônio histórico da humanidade, com o patrocínio da Fundação Vale, e o apoio do Iphan e da Unesco. A próxima será Ouro Preto, cujo conteúdo online já está em produção.
Na visita imersiva, disponível no site www.eravirtual.org, o usuário poderá entrar nos espaços, inclusive a basílica, e ver todas as imagens e quadros em detalhes. “Uma novidade em relação ao Era Virtual – Museus são imagens aéreas, que proporcionarão ao internauta uma vista inédita desse patrimônio”, revela Rodrigo Coelho, coordenador do projeto.
Acompanhando esse conteúdo, o site oferece uma trilha sonora com o Coral dos Profetas, de Congonhas, e um guia em áudio, explicando a história e a importância de todo o conteúdo disponibilizado em cinco idiomas – português, inglês, espanhol, francês e libras, para deficientes auditivos.
“A melhor forma de enxergar o projeto é pelo viés da educação patrimonial. Ele auxilia o cidadão a olhar para o patrimônio e entendê-lo como parte da sua cultura”, argumenta Sandim. Esse objetivo é ainda mais relevante ao se levar em conta que, segundo dados do Ministério do Turismo, apenas 11,3% dos brasileiros associam turismo a cultura – e dados do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), 78,9% das cidades do país não contam com museus.
Além da visita virtual, o projeto está lançando também um aplicativo para tablets e smartphones que serve como um guia para quem optar pela visita não-virtual. “Ele oferece a localização dos espaços culturais em um mapa, dá acesso às trilhas do Coral dos Profetas e do áudio-guia, assim como fotografias e vídeos do patrimônio”, descreve Coelho.
Segundo o coordenador, o material é acessível a qualquer pessoa com uma conexão capaz de abrir um vídeo do Youtube. Mas como a banda larga ainda não é uniforme em todo o país, especialmente nas cidades do interior, o conteúdo do Era Virtual – Cidades Patrimônio será distribuído em DVD-Rom para escolas públicas em todo o país, em parceria com o Ministério da Educação. “Depois de passarmos pelas cidades históricas, a próxima etapa do projeto serão os parques nacionais”, adianta Coelho.
Fonte: O TEMPO
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