Os alunos do curso de História da Arte do CSI conversaram com a restauradora portuguesa Rita Cerqueira da Mota na tarde desta sexta-feira, 24 de maio. Rita, que está no Brasil há oito meses ministrando aulas em universidades, ateliês e cursos de extensão, falou sobre a restauração na Igreja de Santo Inácio, a carreira de restauradora e os desafios da conservação de patrimônios.
Rita explica que o trabalho na Igreja começou pelo altar do Sagrado Coração, estrutura em frágil estado de conservação devido à ação do tempo. “Tínhamos alguns problemas, como oxidação das parte cromadas, que exigiram uma exaustiva limpeza química”, conta Rita. A próxima etapa será o altar Nossa Senhora da Vitória, seguida de um trabalho que englobará todos os detalhes da Igreja. A proposta é fazer as intervenções em etapas sequenciais, parando apenas durante a Jornada Mundial da Juventude. A previsão é que tudo esteja pronto em dois ou três anos.
Em relação ao preparo para trabalhar na área de restauração, Rita esclareceu aos alunos que na Europa e nos Estados Unidos é possível fazer graduação na área há alguns anos. “No Brasil isso ainda está começando, mas não devemos reclamar. O importante é dar os primeiros passos”. A profissional alertou ainda para o desrespeito com patrimônios históricos em todo o mundo. No Brasil, destacou o “destombamento” da igreja de São Pedro dos Clérigos. Construída em 1733, a Igreja foi demolida na década de 40 para a construção da Avenida Presidente Vargas. “Era uma obra em formato hexagonal, raríssima”, lamenta Rita.
Como forma de impedir novos casos semelhantes, a restauradora defende que mais pessoas se interessarem pela conservação dos patrimônios, elementos importantes para a própria história da humanidade. “Temos que juntar nossas vozes para não permitir que continuem acontecendo essas atrocidades”.
Fonte: santoinacio-rio.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário