quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Igreja em Três Rios (RJ) deixa de ser reformada e verba é devolvida

Ministério da Cultura havia deixado R$ 500 mil disponíveis por dois anos. Poder público coloca culpa em impasse com instituto de patrimônio histórico.


Reprodução/Internet

A Capela Nossa Senhora da Piedade, em Três Rios, no Sul do Rio de Janeiro, deixou de ser reformada, mesmo com os recursos disponíveis nos últimos 16 meses. É que o Ministério da Cultura liberou R$ 500 mil para a reforma, mas nenhum reparo foi feito neste patrimônio cultural e o dinheiro acabou tendo que ser devolvido.

O dinheiro veio atrás de um convênio entre o Ministério da Cultura e a prefeitura, que, por sua vez, assumiu investir pouco mais de R$ 5 mil na obra. Toda a verba estava disponível nos cofres públicos desde dezembro de 2014. Segundo o Portal da Transparência do Governo Federal, o prazo para prestação de contas terminou no dia 9 de dezembro.

A Prefeitura justificou que a obra não foi feita por causa de um impasse com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

“Esse foi um convênio assinado com o Iphan com um prazo de seis meses. A partir daí, precisávamos esperar que o recurso chegasse ao município, e ele demorou 10 meses para chegar. Fizemos a renovação do convênio e abrimos o processo de licitação. Nesse período, a gente precisava prorrogar o convênio e o Iphan negou a renovação. O recurso foi devolvido para o o Governo Federal. Agora, teríamos que pedir novos recursos para a reforma da capela”, disse o secretário de Cultura, Marcos Pinho.

A produção do RJTV entrou em contato com o Ministério da Cultura, mas não obteve resposta.

Patrimônio histórico tem mais de 150 anos
A construção tem mais de 150 anos e vem se deteriorando com a ação do tempo. O altar, que é todo feito em madeira, com aplicações em ouro, é uma das principais preocupações. Há quatro anos, ele não passa por nenhum tratamento químico para evitar o surgimento dos cupins, que estão se proliferando. “A gente lamenta e se não fizer uma interferência urgente no estado da capela ela vai se perder”, lamentou a historiadora Ezilma Teixeira.

No teto da capela, as infiltrações só vão aumentando com o passar do tempo. Além disso, a base da estrutura onde fica o coral se rachou e ameaça cair. “É remendar na medida do possível. Chegamos a botar telha no lugar, troca-se lâmpadas, limpa-se toda semana a capela, encera, faz-se essa manutenção…”, disse o zelador Jorge Pereira Nunes.

A capela estilo neoclássica foi erguida por mineiros de São João Del Rey, em 1824, após a morte do barão de Entre Rios. Em 1985, o imóvel foi tombado como patrimônio histórico pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural — Inepac. Em 1997, a prefeitura fez o mesmo reconhecimento.

Fonte original da notícia: G1 Sul do Rio e Costa Verde
Fonte: Defender

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