Peça do do fim do século 18, Santo Antônio, padroeiro do distrito de Zito Soares, em Santa Cruz do Escalvado, na Zona da Mata, foi levado dois dias após o Natal
Santo Antônio foi furtado da capela do distrito de Zito Soares, em Santa Cruz do Escalvado |
Segundo padre Leandro, a imagem de 50 centímetros de altura, em madeira policromada, ficava guardada dentro de um armário na sacristia e havia sido restaurada em 2003 por especialistas de Ouro Preto, na Região Central. “Cheguei à paróquia há dois meses e só vi a imagem uma única vez. Recentemente, achei melhor fechar a capela, pois o forro da nave estava muito deteriorado e caindo”, disse o pároco. O fato foi comunicado de imediato à Coordenadora das Promotorias de Justiça de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico (CPPC) e já figura na lista de bens procurados pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG)
A suspeita é de que dois homens tenham furtado o objeto sacro. Segundo a zeladora Maria Moura, que trabalha no templo católico há 14 anos, eles estiveram no distrito 15 dias antes do ocorrido, pedindo para visitar a capela. Dentro da capela, os suspeitos perguntaram pela imagem de Santo Antônio, comentando que ela havia sido roubada. A desconfiança da zeladora aumentou, ela desconversou e não falou sobre a peça guardada no armário. No dia 27, dois homens retornaram ao distrito de Zito Soares, mas Maria não os viu. “Pela descrição que algumas pessoas fizeram, parece que são os mesmo que vieram 15 dias antes”.
PATRIMÔNIO PERDIDO
A polícia esteve no local lavrou boletim de ocorrência, ouviu vários moradores e fez a perícia. Um dos delegados de polícia de Ponte Nova, Cléber de Souza Gomide, instaurou inquérito e diz que ainda não há pista dos suspeitos. “Trata-se de um ato incomum na nossa região”, disse o delegado.
Minas já perdeu mais de 60% do seu patrimônio cultural e, nos últimos anos, foram recuperadas mais de 600 peças. Segundo levantamento do CPPC, há 700 bens desaparecidos, que vão de cálices a imagens, passando por oratórios e até sinos.
Minas já perdeu mais de 60% do seu patrimônio cultural e, nos últimos anos, foram recuperadas mais de 600 peças. Segundo levantamento do CPPC, há 700 bens desaparecidos, que vão de cálices a imagens, passando por oratórios e até sinos.
Por Gustavo Werneck
Fonte: EM
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