domingo, 10 de março de 2013

Concertos raros Italianos




"Formada em 2007 por Paulo Henes, a Orquestra Arte Barroca tem como proposta interpretar o repertório camerístico e orquestral dos séculos XVII e XVIII. Com entusiasmo, estudo e idealismo, procura aperfeiçoar sua interpretação orientando-se pelo estudo de tratados de época do período Barroco, por meio de elementos estilísticos, históricos e biográficos. Busca também uma sonoridade diferenciada utilizando-se de cópias de instrumentos barrocos usados nas orquestras daquele período. Além de violinos e violas, trabalha com outros instrumentos, como a flauta doce, e os instrumentos que compunham o baixo contínuo, tais como violoncelo, contrabaixo e cravo e, eventualmente, guitarra barroca e teorba. Sua pesquisa de repertório em bibliotecas da Europa e em sites especializados procura trazer ao público obras de compositores menos conhecidos e de execução ainda inédita".
Paulo Henes – Spalla e Diretor Artístico
Pedro Ribeiro – flauta doce
Renan Vitoriano, Beatriz Ribeiro, Marcelo Eduardo Borges, Otávio Colella e Veridiana Oliveira – violinos
William Coelho e Mauro Viana – viola
Pedro Beviláqua e Rafael Ramalhoso – violoncelos
Gilberto Chacur – contrabaixo
Fernando Cardoso – cravo
Paulo Henes
Iniciou seus estudos com Alberto Jaffé e posteriormente com Klaus Wustof, Paulo Bosisio e Edson Queiroz. Formou-se pela UNESP em Bacharelado em Violino na classe de Airton Pinto. Iniciou suas atividades com o violino barroco em 1998, sob a orientação do professor Luís Otávio Santos. Desde então já participou do Festival Internacional de Música Antiga de Juiz de Fora, do Curso de Música Barroca de Curitiba e do Curso de Música Barroca de Mateus em Portugal. Participou de máster- classes no Brasil e no exterior com Sigiswald Kuijken, Manfredo Kraemer, Adrian Chamorro, Marino Lagomarsino, Giuliano Carmingnolla e Vera Beths.
Sinopse
O concerto apresenta peças raramente executadas dos compositores italianos do século XVIII Antonio Vivaldi, Baldassare Galuppi, Francesco Durante, Francesco Mancini, Giuseppe Valentini e Pietro Antonio Locatelli. As obras representam, de forma ilustrativa, a estética da Teoria dos Afetos no Barroco italiano, cuja proposta era tornar a música capaz de suscitar uma variedade de emoções específicas em cada ouvinte. Formada em 2007, a Orquestra Arte Barroca interpreta repertório camerístico e orquestral dos séculos XVII e XVIII, orientando-se pelo estudo de tratados de época por meio de elementos estilísticos, históricos e biográficos, e busca uma sonoridade diferenciada utilizando cópias de instrumentos barrocos. A partir de pesquisas em bibliotecas da Europa e em sites especializados, a orquestra traz ao público obras de compositores menos conhecidos e de interpretação ainda inédita. 
Concertos raros Italianos - Gli affetti italiani
No século XVIII, a Península Itálica estava sob a dominação estrangeira dos Habsburgos austríacos e passava por um relativo momento de paz após longos períodos de guerra. Os Estados papais e os ducados de Este e de Savoia eram alguns dos poucos Estados independentes, de modo que a região em si apresentava grandes discrepâncias sociais entre suas cidades. A despeito disso, três cidades elevaram-se culturalmente e exerceram sua influência ao largo de toda a região: Roma, Veneza e Nápoles.
A Igreja Católica Romana ainda era a grande patrona das artes, e seu movimento de Contra-Reforma para conter a ascensão do protestantismo empregava arte de maneira emocional, realista e dramática como meio de propagação da fé. Apesar disso, a produção de música secular puramente instrumental era bastante grande por parte dos compositores, e estes empregavam largamente a estética da “teoria dos afetos”, onde a proposta era fazer uso de certos procedimentos musicais a fim da música tornar-se capaz de suscitar uma variedade de emoções específicas a cada ouvinte em particular. Devido a sua influência econômica, Roma era a principal rota para inúmeros jovens compositores que migravam em busca de aperfeiçoamento estilístico e melhores condições de trabalho. Lá se instalou o compositor Pietro Antonio Locatelli, advindo de outra localidade à procura de ascensão artística. Assim, enquanto Roma atraia uma grande quantidade de eminentes compositores e artistas em geral a fim de melhores oportunidades, as demais da Península Itálica encontravam-se ainda em lento desenvolvimento social. Veneza, por exemplo, era uma cidade comercial sobre-a-água, uma República independente da Igreja Católica, que havia sido lugar de grande riqueza, obras-primas arquiteturais e grande influência musical, mas cujo poder econômico e riqueza estavam já num vertiginoso declínio do qual a cidade nunca mais se recuperaria. Ali nasceu Antonio Vivaldi, o “padre ruivo”, que teria num orfanato feminino seu principal meio de sustento, e pouco mais tarde nasceria Baldassare Galuppi para a honra da ilha de Burano. Nápoles, por sua vez, era um reino superpovoado e caótico, sofrendo com crises por falta de saneamento básico, mas que malgrado estas diferenças sociais rivalizava com Roma em influência musical, se não também em seu esplendor artístico e arquitetônico. Nápoles mereceu esta posição na música graças a um sem número de talentosos músicos, entre os quais Francesco Durante e Francesco Mancini, e se vangloriava de possuir alguns dos melhores conservatórios de música da Europa na época.
O presente concerto apresenta peças raramente executadas destes compositores citados que ilustram perfeitamente os ideais da “teoria dos afetos” no Barroco italiano, tanto pelos subtítulos associados à cada música quanto pela sua descrição em som. De Vivaldi, “IL PROTEO Ò SIA IL MONDO AL ROVESCIO” (O Proteu, ou o mundo está de dentro para fora), narra a lenda de Proteu, que segundo a religião grega e romana, é uma divindade menor do mar e profeta que, metamorfoseando-se, assume aparências marinhas monstruosas e assustadoras quando da aproximação de humanos. De Locatelli, ouviremos “IL PIANTO D'ARIANNA” (O pranto de Ariana). Filha de Pasífae e Minos e meia-irmã do Minotauro, diz o mito grego que esta chorou ao acordar numa manhã e encontrar-se abandonada por Teseu que a deixou completamente sozinha em praia estrangeira após tê-lo ajudado a encontrar a saída do labirinto de Dédalo onde ele havia matado o Minotauro. Bastante pictórico também é o concerto de Francesco Durante intitulado “La Pazzia” (A loucura), onde as diferentes seções servem para contrastar as diferentes variações de humor de alguém ficando louco, literalmente. Esta récita fica completa com os afetos Francesco Mancini e Baldassare Galuppi, este último cuja série de “7 CONCERTI A QUATTRO” são claramente experimentos iniciais do que logo se tornaria o quarteto de cordas clássico.
Concertos raros Italianos - Gli affetti italiani
ANTONIO LUCIO VIVALDI (1678-1741)

IL PROTEO Ò SIA IL MONDO AL ROVESCIO
Concerto para violino, violoncelo, cordas e basso continuo em Fá maior (RV 544)
                 I.        Allegro
                II.        Largo
               III.         Allegro

PIETRO ANTONIO LOCATELLI (1695-1764)
dos VI CONCERTI À QUATTRO: Op. 7 n. 6
IL PIANTO D'ARIANNA
Concerto à quattro para cordas e basso continuo em Mi bemol maior
                 I.        Andante, allegro, adagio, andante, allegro
                II.        Largo
               III.        Largo andante
              IV.        Grave
               V.        Allegro
              VI.        Largo
BALDASSARE GALUPPI (1706 - 1785)

dos 7 CONCERTI A QUATTRO
Concerto n. 4 para dois violinos, viola e basso continuo em dó menor
                  I.        Grave
                 II.        Allegro
                III.        Andante

FRANCESCO DURANTE (1684-1755)
Concerto No. 8 para cordas e solistas em Lá maior "La Pazzia"
                 I.        Allegro – Affetuoso
                II.        Affetuoso
               III.        Allegro
FRANCESCO MANCINI (1672-1737)
Sonata decima nona, para dois violinos, flauta e basso continuo em Mi menor
                 I.        Allegro – Allegrissimo
                II.        Largo – Larghetto
               III.        Fuga
              IV.        Moderato
              V.        Allegro
Duração : 60 min
Classificação indicativa livre

****

Concertos Raros Italianos

24/03/13 - 11h (Domingo)
Escola Waldorf Rudolf Steiner
Rua Job Lane, 900, Alto da Boa Vista, São Paulo – SP
(11) 5523-6655
Entrada franca
Classificação indicativa: Livre

06/04/13 – 20h (Sábado)
FAU Maranhão
Rua Maranhão, 88, Higienópolis, São Paulo - SP
(11) 3091 4801
Entrada franca
Classificação indicativa: Livre

Fonte: Ricardo Tanganelli

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...