A
Capela da Enseada está localizada entre a praia e a estrada, na Costa
Norte do Município, sendo uma das capelas “de bairro”, no principal
acesso de entrada ao município pela Costa Norte, por aonde chegam à alta
temporada e durante todo o ano, há uma estimativa de mais de 1.550.000
turistas do Brasil e todo o mundo.
Apesar dos anexos e reformas pode-se
reconhecer nesta capela o modelo utilizado nas demais construções
religiosas da região do “século XX” – caracterizada por uma fachada –
tipo frontão triangular que acompanha as duas águas do telhado,
pináculos no fechamento deste frontão e sineiro central.
A proposta de restaurar e revitalizar a
Capela da Enseada em espaço Cultural e Turístico, fundamentada na Lei
Municipal nº 943/94 que dispõe sobre a preservação das capelas caiçaras e
dá outras providências, visa sanar tal carência aproveitando a vista
para o mar e a localização privilegiada, margeando a Rodovia Rio-Santos,
sendo passagem obrigatória para os que se deslocam para as demais
cidades do Litoral Norte e Vale do Paraíba.
Por diversas vezes, tentaram restaurar a
“Capelinha”, assim chamada carinhosamente pela comunidade local. E
ultimamente a AMBE (Associação de Moradores do Bairro da Enseada) e o
ITM (Instituto Terra & Mar) fizeram reuniões para ver o que
realmente a comunidade deseja e concluíram que o restauro é a vontade da
comunidade, pelo menos da maioria consultada.
Estamos organizados e discutindo a
melhor forma de restaurar sem infringir a Lei Municipal n°943/94. Os
Profissionais voluntários fizeram vários projetos de restauração para
que a comunidade pudesse participar ativamente do restauro depois que a
mesma participasse de um Workshop.
Mas estamos aguardando o período das
eleições terminarem para retomar as atividades com a comunidade e
realizar novas reuniões para decidir alguns itens pendentes. Portanto, o
mais importante a ser destacado é que quando há uma comunidade
organizada podem-se reivindicar muitas melhorias para o bairro sem que
seja necessário partir para a politicagem.
Texto: Cristiane Godoy e Jacqueline Vieira
Pintura feita pela moradora Maria Gomes Vill.Fonte: Navega Litoral
***
Do Site: Instituto Terra e Mar
Após, um tempo aguardando
ansiosamente a resposta do IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional sobre o abandono da Capelinha Sr. Bom Jesus tivemos a
resposta de que este abandono segundo técnicos do instituto é um desrespeito à
cultura e a identidade da comunidade local, uma vez que sua história está sendo
deteriorada junto com a capelinha. E que não aconselham réplica, porque segundo
os especialistas do IPHAN e os estudos comprovam que não há mais ligação entre
a história do povo sem a construção original, perdendo assim, toda a
identificação e a memória de um povo.
E agora, o próximo passo, será
tentar fazer com que as autoridades reconheçam este parecer do IPHAN e que
medidas de restauro sejam realizadas através do corpo técnico da Departamento
Histórico de São Sebastião/SP, pois já provamos que a comunidade deseja o
restauro, cabe aos nossos representantes se sensibilizarem e tomarem atitudes
de verdadeiros representantes dos nossos interesses. Afinal, o que será do
futuro sem o passado bem conservado?
Texto:
Jacqueline Vieira
Membro Voluntário do
Instituto Terra e Mar
e do
Movimento Restauro da
Capelinha Sr. Bom Jesus
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