Formas de incentivar
museus e colecionadores a exibirem peças que ficam protegidas nos
acervos e de enfrentar o tráfico de obras de arte roubadas deram o tom a
abertura do primeiro encontro internacional sobre Proteção e Promoção
de Museus e Coleções, que começou nesta quarta. Até a próxima
sexta-feira, especialistas de 50 países discutem o assunto na capital
fluminense.
Organizado pelo Instituto Brasileiro de Museus
(Ibram) em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação,
Ciência e Cultura (Unesco), a ideia é adotar normas internacionais que
diminuam a vulnerabilidade dos acervos de arte e inibir o tráfico de
peças, segundo a ministra da Cultura, Ana de Hollanda, que abriu o
evento.
No Brasil, a maioria do que é roubado é de arte sacra e
moedas de ouro ou prata, informou o coordenador de Patrimônio
Museológico do Ibram, Cícero Almeida. O órgão é responsável por um
catálogo que lista cerca de 200 peças furtadas ou roubadas de museus.
Segundo
Almeida, boa parte das obras sé usada na lavagem de dinheiro ou
derretidas para facilitar a venda, como ocorreu com a Taça Jules Rimet,
conquistada no tricampeonato mundial pela Seleção Brasileira de Futebol,
na Copa do Mundo de 1970, que foi roubada da sede da Confederação
Brasileira de Futebol (CBF).
"O comércio ilegal de ouro e prata é
forte, mas geralmente esses objetos [de arte] são entregues a pessoas
que encomendaram o roubo ou que participam da lavagem de dinheiro",
disse Almeida.
Por causa disso, obras de arte sem valor
intrínseco, como pinturas não estão totalmente seguras. Para protegê-las
o encontro no Rio deve propor soluções que assegurem o cumprimento de
leis internacionais, que já condenam o tráfico.
O Ibram pretende incluir a Receita Federal em acordo semelhante ao que mantém com a Polícia Federal.
Colecionadores
privados também citam a necessidade de apoio dos governos ao
financiamento de sistemas modernos de segurança. Os equipamentos ajudam a
inibir roubos, na avaliação administradora do Museu da Chácara do Céu,
no Rio. De lá, ladrões levaram, em 2006, Os Dois Balcões, de Salvador
Dali; A Dança, de Picasso; Marine, de Monet e Jardim de Luxemburgo, de
Matisse.
"O roubo aconteceria de qualquer jeito porque ninguém
resiste a cinco homens armados, sendo um com uma granada", disse Vera.
"Mas depois foi feita uma atualização do projeto de segurança com
financiamento do BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social] e ficamos mais seguros", completou.
As pinturas, parte do
legado do industrial Raimundo Ottoni de Castro Maya, nunca foram
encontradas. O roubo é considerado um dos maiores de obras de arte do
mundo.
Fonte: Diário de Pernambuco
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