A Cripta da Catedral da Sé é uma espécie de capela cavada bem debaixo do altar principal. O espaço tem 619 metros quadrados e 7 metros de altura, piso de mármore de Carrara, em preto e branco, e o teto, cheio de arcos com tijolos, parecidos com os da catedral. Nela estão sepultados quinze corpos de bispos portugueses e brasileiros que atuaram na cidade de São Paulo. Entre os trinta túmulos disponíveis em volta da área, o mais procurado está localizado atrás das escadas de acesso e é do cacique Tibiriçá, um dos primeiros índios a ser catequizado e um importante nome da história. Neste espaço também se encontra o corpo do primeiro bispo brasileiro, Antônio Joaquim de Mello, de 1861.
A catedral da Sé possui é especial por vários motivos. Em 1913, iniciou-se a construção da Catedral como é hoje, elaborada pelo alemão Maximilian Emil Hehl, professor de Arquitetura da Escola Politécnica. O templo foi inaugurado em 25 de janeiro de 1954, na comemoração do 4º Centenário da Cidade de São Paulo, ainda sem as duas torres principais. A primeira versão da igreja foi instalada em 1591, quando o cacique Tibiriçá escolheu o terreno onde se encontraria o primeiro templo da cidade, construído em taipa de pilão. Em 1745, a “velha Sé”, como era chamada, foi elevada à categoria de catedral. Por isso, neste mesmo ano, iniciou-se a edificação da segunda matriz da Sé, no mesmo local da anterior. Ao lado dela, em meados do século XIII, levantou-se a Igreja de São Pedro da Pedra. Em 1911, os dois templos foram demolidos para dar espaço ao alargamento da Praça da Sé e, finalmente, à versão atual da catedral.
O monumento também teve a sua importância na vida política do País. Em tempos de despotismo militar, D. Agnelo Rossi (1964-1970) assumiu o arcebispado, inaugurando a fase da teologia da libertação e da opção preferencial pelos pobres. Desde 1970, sobressaiu-se a figura do cardeal arcebispo D. Paulo Evaristo Arns, que dedicou todo o seu tempo e o seu esforço ao combate à ditadura militar, denunciando os crimes, as torturas e cedendo a catedral para as manifestações políticas e ecumênicas pelos desaparecidos políticos e pela anistia.
A visitação da Cripta da Sé pretende refletir acerca das poéticas da arquitetura funerária e suas especificidades, bem como observar a história da visualidade do sagrado. Importante local para compreender a história do Brasil e de São Paulo, a atividade objetiva ampliar o olhar acerca de um edifício tão importante para a cultura de nosso país.
PROFESSORA
Vanessa Beatriz Bortulucce é Pós-doutora pelo Departamento de Letras Modernas da FFLCH-USP. Graduada em História pela Universidade Estadual de Campinas (1997), Mestra em História da Arte e da Cultura pela Universidade Estadual de Campinas (2000) e Doutora em História Social pela Universidade Estadual de Campinas (2005), é docente nas seguintes instituições: Centro Universitário Assunção (UNIFAI), Universidade São Judas Tadeu e Museu de Arte Sacra de São Paulo. Tem experiência na área de História da Arte, atuando principalmente nos seguintes temas: Arte Sacra, Arte Moderna, Arte Contemporânea, Futurismo Italiano, Umberto Boccioni, Estética dos regimes totalitários, História em Quadrinhos, História do Design, Teoria da Comunicação, Cinema, Indústria Cultural, tradução. Pesquisadora independente, possui em seu currículo artigos e livros que abordam a análise da imagem, em seus mais variados contextos.
INVESTIMENTO:
R$ 110,00 à vista
Incluso: entrada na cripta
Datas: 26 de agosto de 2023 (sábado)
Das 10 às 12h30 horas
Horário de encontro: 10 horas
Ponto de encontro: Catedral da Sé – Entrada – Praça da Sé – 10h
Inscrições: mfatima@museuartesacra.org.br
Vagas limitadas: 20
Informações: (11) 3322- 2393
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