Os estragos causados pelo passar dos séculos corroem o templo religioso, que precisa ser restaurado.
A igreja não conta com o recurso necessário para bancar a obra de restauração. Reprodução.
Bicentenária e tombada como Patrimônio Cultural Estadual, a Igreja Nossa Senhora da Boa Morte e da Glória, que fica na Praça Doutor Antônio Correa, no Centro Histórico de Cuiabá, está ameaçada. Os estragos causados pelo passar dos séculos corroem o templo religioso, que precisa ser restaurado.
Porém, a igreja não conta com o recurso necessário para bancar a obra. Por isso, busca a parceria do poder público nos três níveis de esfera (municipal, estadual e federal), além da iniciativa privada.
“Suas paredes centenárias, de adobe, sofrem com as intempéries da natureza e com a ação do homem na apropriação de seu espaço de moradia, comprometendo assim sua estrutura com o intenso tráfego de veículos em seu entorno. Devido às reformas mal orientadas, sua arquitetura sofreu intervenções, alterando seu perfil, necessitando ser trabalhada de forma a restaurar seu aspecto original”, clama o padre Izaías Bernardo Monteiro da Silva, pároco da Paróquia Nossa Senhora Mãe dos Homens.
O apelo do padre Izaías foi feito nesta última semana na Câmara de Vereadores da capital, onde participou da Tribuna Livre. “Restaurar esse patrimônio histórico, símbolo da cultura material mato-grossense, é condição ‘sine qua non’ para a salvaguarda da memória oitocentista da cidade de Cuiabá”, argumenta.
Conforme padre Izaías, a Igreja da Boa Morte com sua única torre encimada com a figura representativa de um galo, um único telhado em duas águas e sua composição arquitetônica, foi construída em 1810. Em 2004, foi fechada por não oferecer condições de ser frequentada pelos fiéis. Após passou por uma pequena restauração, que foi feita de forma inacabada. “Faltou restaurar as paredes originais, as telas de proteção e também a mobília e as imagens”, citou.
Com as paredes pintadas, a “Boa Morte” foi reinaugurada em 2010. Hoje, recebe os fiéis para missas nas manhãs de sábado. Mas, padre Izaías destaca que a parte do fundo do próprio presbitério do templo está bastante deteriorada. Situação semelhante ocorre com as imagens das santas Nossa Senhora da Boa Morte e de Nossa Senhora Gloriosa. O telhado também está tomado por pombos. O orçamento para restauração do bem religioso ainda está sendo feito. Mas, a estimativa é que fique entre R$ 200 a R$ 300 mil.
Padre Izaías participou da Tribuna Livre a convite do vereador Lilo Pinheiro (PRP), que apresentou indicação solicitando a reforma da igreja e da praça. “Apontamos ao prefeito (Mauro Mendes) a necessidade revitalização da Praça da Boa Morte e da restauração da Igreja da Boa Morte, localizadas na Rua Cândido Mariano, no Centro desta Capital”, solicitou.
A reivindicação é para que a “Boa Morte” seja incluída na lista das reformas que serão executadas pela administração municipal com recursos do PAC Cidades Históricas. Por meio da assessoria de imprensa, a prefeitura informou que o PAC Cidades Históricas é uma ação realizada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), órgão federal responsável pela seleção dos pontos ou locais a serem contemplados com o programa, que destinará em torno de R$ 10,5 milhões para a revitalização de praças e outros pontos do Centro Histórico da capital.
Por Joanice de Deus
Defender
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