Poema “Véante mis ojos”
Véante mis ojos,
Dulce Jesús Bueno,
Véante mis ojos,
Muérame yo luego.
Vea quien quisiere,
Rosas y jazmines,
Que si yo te viere,
Veré mil jardines.
Flor de serafines,
Jesús Nazareno,
Véante mis ojos
Mueráme yo luego.
Veo me cautivo
sin tal compania.
Muerte es la que vivo,
Sin vos, vida mia.
Cuando vendrá el dia
Que alceis mi destierro?
Véante mis ojos,
Mueráme yo luego.
No quiero contento,
Mi Jesús ausente,
Que todo es tormento
A quien esto siente.
Vejam-te meus olhos,
doce e bom Senhor;
Vejam-te meus olhos,
e morra eu de amor.
Olhe quem quiser
rosas e jasmins:
que eu, com tua vista,
verei mil jardins.
Flor de Serafins,
Jesus nazareno,
vejam-te meus olhos
e morra eu sereno
Sem tal companhia,
vejo-me, cativo
sem Ti, vida minha,
é morte o que eu vivo.
Este meu desterro
quando terá fim
vejam-te meus olhos
e morra eu, enfim.
Prazeres não quero,
meu Jesus ausente:
que tudo é suplício
a quem tanto sente.
Esta cantiga – o “catarcillo” – provocou em Santa Teresa um êxtase doloroso quando a ouviu, segundo se lê nas Sextas Moradas do Castelo Interior.
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