Histórico da Arte Cusquenha
A Arte Cusquenha inicia com a conquista de Cuzco (Peru) pelos espanhóis, em 1534, houve uma profunda transformação na história política do Império Inca, como também um novo capítulo em sua arte. A pintura cusquenha surge como arte eclesiástica e sua finalidade principal foi didática - sobretudo catequética, uma vez que os espanhóis, com o crescente processo de apropriação das riquezas da nova colônia, partem para a conversão das almas pagãs à religião católica. A imagem era - aliada à palavra - o único meio bastante eficaz de transmitir o catolicismo com temas exclusivamente religiosos: a glorificação de Jesus, Virgem Maria e Santos, Juízo Final, com as glórias do Paraíso e a condenação do Inferno. Apostando na evangelização dos povos da comunidade incaica, a Espanha envia um grupo de religiosos artistas para a criação de obras doutrinárias, formando escolas de pintores índios ou mestiços, com o ensino da arte do desenho e do óleo. O termo "cusquenho", no entanto, não se limita a Cuzco, origem destas pinturas coloniais hispano-americanas, que foram produzidas igualmente em outros países andinos, como Bolívia e Equador, entre os séculos XVI a XVIII. A denominação se generalizou mais por ser a cidade de Cuzco, no Peru, a capital e o centro do Império Inca. De qualquer forma, a Escola de Cuzco é considerada como o primeiro centro pictórico organizado no chamado Novo Mundo. Mesmo sofrendo influência das escolas bizantina, flamenga e renascentista italiana, os cusquenhos peruanos mostram uma liberdade desconhecida dos europeus: cores vivas, imagens distorcidas para dar maior dramaticidade à cena, sobre fundo ilustrado com fauna e flora dos Andes adornado com anjos e arcanjos.
Nossa Senhora de Guadalupe
Wilber Flores
Atualmente no Brasil, Wilber Flores continua confeccionando peças artísticas, ornamentos e entalhes, principalmente objetos sacros. Sobre encomenda, fez inúmeras obras para a Paróquia Imaculada Conceição de Jacareí (http://www.imaculadajacarei.org.br/newsite/), como novo altar, ambões, quadros da via-sacra.
Ele conta que essa arte é passada por gerações de famílias, sendo popular por toda e região de Cusco no Peru, ele mesmo diz ter aprendido desde pequeno, com seus parentes. “(...no Brasil) há muita falta de madeira grossa que atenda as necessidades da arte” – explica porque de algumas peças serem feitas separadas.
Sem previsão de estádia, Wilber permanece trabalhando com muito vigor em suas peças pensando na sua família em Cusco, Peru. De poucas palavras e muito trabalho faz da madeira uma expressão da sua fé.
Wilber Flores e sua obra: Ambão para Igreja Matriz de Jacareí.
O artista ao lado do Altar-mor da Igreja Matriz. A direta: Élcio Roberto (jornalista) e Rodolfo Cristiano (desenhista).
Os irmãos Wilber e Daniel Cusi trabalhando no seu atelie no Peru.
Pequeno Oratório.
"Arcanjos" - Trabalhos de Wilber Flores
Exposição de Wilber Flores em Jacareí.
Algumas Obras Cusquenhas:
Nossa Senhora Aparecida no Oratório e Arcanjo
Santa Ceia
Madonna
Arte Cusquenha de Wilber Flores
O trabalho de Flores Cusi impressiona e encanta.
A arte do entalhe e da pintura, nos faz perceber a importância histórico-cultural de vários povos que relativamente tão próximos, com semelhanças e contrastes tão fortes.
Traz por excelência uma nova experiência pelo olhar e nos incorporar a uma realidade nova.
O abuso de ‘ondulações’ e formas que o artista tira, ou expõe da madeira pode nos parecer até certo ponto impossível, inviável, mas atentos a movimentação de suas ações vemos um Michelangelo peruano que não tendo o mármore, busca dos montes a obra-prima.
Fontes:
- “ A Arte Cusquenha” : http://www.museuhistoriconacional.com.br/mh-e-330f.htm
- Wilber Flores – Entrevista (Maio/2009 – Arquivo Pastoral da Comunicação da Paróquia Imaculada Conceição)
- “Arquivo Peruano” – http://www.peruvianaccents.com/index.php
Nenhum comentário:
Postar um comentário