sábado, 16 de maio de 2015

Museu de Arte Sacra de Uberlândia - MG

Museu foi inaugurado no dia 01 de maio
"O Museu de Arte Sacra, desde sua criação, tem dialogado com as múltiplas instituições da cidade de Uberlândia e organismos desta diocese, buscando aprimorar os trabalhos de efetivação deste espaço de memória, de religiosidade e cultura em todas as suas manifestações.

Pode-se dizer que, por meio da historia da Igreja Católica em nossa região, compreende-se a história da formação de nosso povo e de nossa cultura. O MAS surge desta preocupação, a de organizar, preservar e difundir a história da Diocese de Uberlândia, bem como seu acervo, estimulando o interesse pelo conhecimento e para a promoção de nossa consciência histórica.

O valor que a Igreja reconhece aos seus próprios bens culturais explica "a vontade por parte da comunidade dos crentes e em particular das instituições eclesiásticas, de reunir desde a época apostólica os testemunhos da fé e cultivar a sua memória, exprime a unicidade e a continuidade da Igreja". (Carta circular sobre a função pastoral dos museus eclesiásticos).

Por meio de parcerias realizadas entre representantes de diversas instituições religiosas e culturais de nossa região, bem como profissionais da área de museus, foram vislumbrados horizontes na história do MAS, e para sua missão na cidade de Uberlândia/MG. Vale ressaltar as varias iniciativas socioculturais promovidas por toda equipe do museu, formado por diversas mãos, que tem como objetivo central a experiência do convívio humano em suas afetividades."


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UFU (Universidade Federal de Uberlândia) participa de criação de museu
Colaboraram pesquisadores dos institutos de História e de Artes
texto de Marco Cavalcanti



Museu de Arte Sacra é inaugurado com cerca de 150 peças (foto: Milton Santos)
Com peças doadas ou emprestadas por padres e de paróquias da região, a Diocese de Uberlândia inaugurou no dia 1º de maio, o Museu de Arte Sacra. A UFU participa da iniciativa com o envolvimento de técnicos administrativos e pesquisadores docentes e discentes dos institutos de História e de Artes. O museu, que também conta com o apoio de empresas, está instalado na Igreja Divino Espírito Santo do Cerrado, no bairro Jaraguá.

Fazem parte do acervo cerca de 150 peças, quase todas da liturgia da igreja católica e da cultura popular — como a Congada e a Festa do Divino. Os visitantes poderão observar castiçais, ostensórios, ex-votos, imagens de santos, crucifixos, bíblias, pinturas, esculturas, estandartes, entre outros objetos. Na exposição que inaugura o museu, também estão incluídos um oratório budista e, do candomblé, a representação de dois pais-de-santo.

A colaboração da universidade com a Igreja e com o Museu de Arte Sacra é tanto para estruturar o museu quanto para solidificar as pesquisas sobre o acervo, explica Alex Miyoshi, professor do Instituto de Artes da UFU e coordenador do Museu Universitário de Arte (MUnA/UFU). O docente foi um dos convidados para apoiar a política de pesquisa, aquisição e manutenção do acervo.

Sobre o museu, Miyoshi destaca o trabalho coletivo, as obras e o fato de ser aberto aos cultos religiosos. “Ele não se fecha apenas na religião católica e nem só no cristianismo, mas se abre também às culturas orientais, às de origem africana, que são importantes no Brasil”, afirma.

O coordenador do museu, padre Rogério Alves, afirma que a cada tempo a experiência religiosa é formada de uma maneira diferenciada. "É importante para nós olhar tudo isso, enxergar essa história, ter contato com essa história. Faz parte de nós. E às vezes a gente esquece isso", diz.

O espaço circular da exposição foi dividido em “salas” que remetem aos seguintes temas: religiosidade popular, rituais litúrgicos, indumentárias, diálogos atemporais, devoção, telas e a “Sala Lina”, em homenagem a Lina Bo Bardi, arquiteta modernista italiana (naturalizada brasileira) que projetou a igreja.

Estão expostas obras de artistas da região, como Alexandre França, Élvio Lima, Paulo Miranda e André Maurício (pintura), Adélia Lima (escultura) e Hélio Siqueira (cerâmica). Se destaca, ainda, a imagem de Nossa Senhora do Carmo, da então igreja matriz de Uberlândia (demolida), marco da fundação da cidade (século XIX).

O bispo de Uberlândia, Dom Paulo Francisco Machado, comenta que a importância do Museu de Arte Sacra está não só no fato de fazer recordar a memória. “É perceber como a religião - e o cristianismo, de certa forma -, foi se ‘enculturando’ nessa cidade, nessa região e aí surgiram as expressões dessa fé. Uma fé mais ‘enculturada’. E aos poucos isso vai aparecendo”, avalia. "Além disso, não podemos negar que existe beleza na igreja. A igreja é, de certa forma, cultora da beleza. Ela sempre promoveu esse gosto pelas artes", lembra Dom Paulo.

Visitas podem ser feitas durante a semana, às segundas, das 13h às 17h e de terça a sexta, de 8h às 11h e das 13h às 17h. Em maio, nos fins de semana, somente nos horários de missa (das 7h às 9h e das 19h às 21h). O museu está localizado na Avenida dos Mognos, n° 355.

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