segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

Pinturas históricas são descobertas no Museu de Arte Sacra de Curitiba

As construções históricas, sediadas no Largo da Ordem, estão passando por um processo de restauração, através da lei de potencial construtivo da Prefeitura de......

Fonte: CGN

Pinturas históricas da época da visita do imperador Dom Pedro II à Curitiba foram descobertas no Museu de Arte Sacra (Masac), anexo à Igreja da Ordem Terceira de São Francisco de Chagas.

As construções históricas, sediadas no Largo da Ordem, estão passando por um processo de restauração, através da lei de potencial construtivo da Prefeitura de Curitiba. O termo foi assinado em novembro do ano passado.

O achado foi comunicado ao prefeito Rafael Greca na tarde desta segunda-feira (23/1), durante vistoria no local. As pinturas foram descobertas pela equipe de restauradores contratados pela Mitra Diocesana de Curitiba.

“Estamos fazendo o restauro da Igreja mais antiga de Curitiba. Essa igreja recebeu o imperador Dom Pedro II e também a foi a casa de oração dos irmãos da Ordem Terceira de São Francisco das Chagas e da Penitência. Foi também a primeira igreja dos padres alemães, quando os primeiros alemães chegaram a Curitiba”, historiou o prefeito Rafael Greca.

Acompanhado da equipe de engenheiros, arquitetos e restauradores, Greca percorreu as instalações sempre fazendo citações sobre as diversas fases do local.

“Essa igreja também foi a casa dos padres espanhóis e se tornou a igreja da adoração perpétua do Santíssimo Sacramento e o cenário das grandes festas da Igreja da Ordem, onde nós fizemos o primeiro restauro desta nave e o Museu de Arte Sacra anexo e agora estamos fazendo a restauração do complexo e estimamos que tudo fique pronto ainda este ano para alegria de todos que amam Curitiba”, comentou o prefeito.


Pintura feita à mão
As pinturas estavam debaixo de camadas de tinta que o prédio recebeu ao longo dos anos. A restauradora Tatiane Zanelatto Domingues explicou o significado dos desenhos.

“É uma pintura de repetição. A grega (espécie de símbolo que aparece gravado em toda a extensão das paredes) era usada com bastante frequência durante período do império. E acima nós vemos gravuras de peixes, que representam a religiosidade”, explicou Tatiana.
O detalhe é que as pinturas não foram feitas a partir de uma matriz. “O que gente percebe que não usaram gabarito. Este trabalho foi feito à mão”, citou.


Projeto conjunto
Para fazer a intervenção nessas edificações referências do Centro Histórico foi definido um conceito de intervenção entre o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) e Fundação Cultural (FCC) com orientação da Mitra da Arquidiocese de Curitiba.

A proposta consiste na integração entre a Igreja da Ordem, o Masac e o Cenáculo Arquidiocesano com a reorganização dos fluxos internos dos espaços, hoje separados, e que devem ser compartilhados com a reunificação de acessos de fiéis e visitantes pela Igreja ao museu com saída pelo Cenáculo, sem que haja interferência entre a realização das liturgias.

Para garantir a integridade das obras, o acervo estará exposto em vitrines e redomas e/ou sobre pedestais. O Masac contará também com áreas especiais para exposições bidimensionais (temporárias), acervo técnico e um ambiente localizado sob a base da torre da igreja que abrigará projetores de mídia e será utilizado para projeção de vídeos informativos para que se promova um maior conhecimento histórico relativo ao conjunto.

Integrado ao museu, haverá ainda um espaço aberto (pátio) com um jardim e uma reprodução da imagem de São Francisco das Chagas de autoria de Poty Lazarotto.


Patrimônio histórico
O conjunto composto por Igreja e Museu é tombado pelo Patrimônio do Estado do Paraná desde 1966, sendo Unidade de Interesse Especial de Preservação do município desde 2019.

O trabalho de restauro e revitalização da Igreja e do Museu, no setor histórico de Curitiba está sendo acompanhado pela equipe de Patrimônio Histórico da Fundação Cultural de Curitiba e do Ippuc.

Pelo projeto apresentado, o museu terá elementos contemporâneos e novo mobiliário para expor ao público o acervo de peças sacras – imagens de santos e santas, relíquias, vestes litúrgicas e outros elementos.


Através dos tempos
A Igreja da Ordem, como é conhecida, fica na esquina das ruas Claudino dos Santos com Mateus Leme, no Centro Histórico, e é o mais antigo templo católico de Curitiba. A paróquia teve origem na Igreja Nossa Senhora do Terço, que foi construída por imigrantes portugueses em 1737. Foi sede de um convento franciscano (1752-1783).

Depois de ter sofrido um desabamento, na primeira metade do século 19, foi submetida a um completo processo de restauração em 1880 para a visita do imperador Dom Pedro II. Três anos depois, ganhou torre e sinos.
A última restauração data de 1980 e foi concluída em dois anos. Em seguida, em 1981, a área anexa à igreja deu espaço ao Museu de Arte Sacra.


Presenças
Participaram da vistoria o historiador da FCC, Marcelo Sutil; Mário Pavanelli (expografia e paisagismo); Rômulo Bortolan (engenheiro civil); Christian Santos (engenheiro civil); Renato Barbizan (arquiteto restaurador); Ana Maria Castro (presidente da FCC); Tobias Bonk Machado (arquiteto); Lidiane Brunhanoto (engenheira civil); Tatiana Znelatto Domingues (restauradora); Gabriel Paris (diretor de Patrimônio da FCC); Sílvio Raulff Wunsch (ecônomo da Arquidiocese de Curitiba), e padre Antônio Luciano (pároco da Igreja da Ordem).

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