domingo, 1 de junho de 2014

Museu de Sant’Ana e biblioteca do barroco em Tiradentes (MG) serão abertos até o fim deste ano

Além dessas duas atrações culturais, a cidade histórica deve receber ainda outras duas estruturas, que fazem parte de um projeto acadêmico da UFMG, uma espécie de campus avançado.

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Religiosidade e imagens sacras são características marcantes da cultura e das tradições de Minas Gerais. As centenas de igrejas barrocas no interior do estado, as obras de Aleijadinho em Congonhas e o Museu do Oratório em Ouro Preto são alguns dos pontos mais visitados por quem busca conhecer nossas raízes históricas. Até o fim deste ano, uma das mais importantes cidades do circuito histórico mineiro, conhecida pelo seu excelente nível de conservação, passa a ter ainda mais atrativos para o turismo religioso: Tiradentes deve abrir ao público um museu com 230 esculturas de Sant’Ana – a mãe da Virgem Maria.
Todas as imagens, esculpidas entre os séculos XVII e XIX, foram doadas pela empresária e colecionadora Angela Gutierrez, que também dirige o Instituto Cultural Flávio Gutierrez. “É a terceira coleção que estou doando para o patrimônio público”, conta. Os acervos do Museu do Oratório e do Museu de Artes e Ofícios, em Belo Horizonte, também pertenciam à empresária.
20140531092022719491iObra Sant’Ana-Mestra, do século XVIII, proveniente da Bahia. Mostra Nossa Senhora menina, em pé, à esquerda da mãe, Sant’Ana, e, juntas, seguram um livro aberto.
Com três anos de atraso, a restauração do prédio da antiga cadeia de Tiradentes, que abrigará o Museu de Sant’Ana, e que fica na rua Direita, em frente à Capela do Rosário, já está em sua fase final. Segundo Angela Gutierrez, foi um desafio adequar o espaço protegido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) às regras impostas pelo órgão federal. “Atrasou tudo. Eles (Iphan) demoraram para aprovar o projeto, o que retardou o início da obra. É muito complexa a implantação de um museu. Tem de ser um trabalho cuidadoso e muito criterioso, principalmente por ser em um prédio com quase 300 anos de existência”, afirma a colecionadora. O espaço também abrigará um café, uma loja e um lounge.
De acordo com o arquiteto responsável pelo projeto museógrafo do Museu de Sant’Ana, Pedro Mendes da Rocha, as salas para a exibição das imagens sacras terão estantes metálicas, para não influenciarem a madeira das peças, ou seja, não atraírem cupins, fungos ou bactérias. Além disso, o projeto prevê uma iluminação distribuída uniformemente pelas esculturas, e como parte da identidade do museu, cada sala terá uma estante de cor diferente. “Fazer a expografia é um grande desafio, pois tem de ser extremamente eficiente. O objetivo é  mostrar da melhor forma possível as imagens de Sant’Ana, e, claro, de forma didática. Nosso trabalho teve como meta a economia de recursos, para evitar qualquer floreio”, explica o arquiteto.
A criação do novo museu em Tiradentes faz parte de uma parceria entre o Instituto Cultural Flávio Gutierrez e a UFMG. A universidade mineira possui quatro imóveis na cidade que pertencem à Fundação Rodrigo Mello Franco de Andrade. Nesses locais já estão sendo implantados o Museu Casa Padre Toledo, um centro de experimentação para a produção de conteúdos culturais e didáticos multimidiáticos e uma biblioteca especializada no barroco mineiro e obras do século XVIII. Esta última, também prevista para ser inaugurada no fim do ano. “Temos R$ 3 milhões para investir no acervo: uma parte em livros e outra em conteúdo digital”, conta o superintendente executivo da Fundação Rodrigo Mello Franco de Andrade, Jacyntho Lins Brandão. Por Fernanda Nazaré
20140531092059687967aA sala Santas Mães, terá estante com iluminação na cor vinho. O espaço foi projetado como um ambiente neutro para dar destaque às imagens históricas.
Fonte: Portal UAI

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