Um belo candelabro também pode ser símbolo da elaboração do pensamento humano, que é algo belo, porque somente os seres espirituais podem pensar, e assim como para pensar se necessitam premissas como a observação, a contemplação, um braço de um candelabro e o cálice podem ser os símbolos das premissas de um pensamento que floresce em pensamento-luz, que pode ser simbolizado pela luz de uma vela.
As anteriores considerações nos levam também à outra. Não somos anjos, temos algo de anjo, mas, entre outras coisas, nosso processo de conhecimento parte do sensível, a diferença dos coros angélicos nos quais todo seu conhecimento é de tipo intelectual.
E como não somos anjos, a par que nosso conhecimento -a partir do sensível- chega até a abstração, se empobreceria se ali ficasse. Da abstração deve descer novamente até os seres concretos, para que inclusive esse conhecimento "experimental" continue enriquecendo a abstração: o conhecimento é como um corpo humano, a abstração é o esqueleto e o conhecimento experimental é a carne. Abstração e símbolo sensível não são como a água e o azeite que se repelem: pelo contrário se complementam como se completam os morangos e o chantilly. Vejam que nas últimas linhas estamos usando duas comparações simbólicas, que acabam ajudando a fazer entender o que se quer dizer.
Outro exemplo, também de Plinio Corrêa de Oliveira: O conhecimento tem dois olhos, um abstrativo e outro simbólico, e a unidade se deve realizar por parte do espírito humano regendo esses dois olhos para formar uma só imagem.
A beleza é algo muito importante por sua "capacidade de arrastar", sua faculdade de entusiasmar. As considerações sobre a beleza não são meras especulações, mas podem ser utilíssimas. Então, se relacionamos símbolo com verdade e bondade, analogia simbólica com intelectualidade, como propõem acima Dr. Plinio, teríamos algo realmente maravilhoso, algo assim como a "fórmula" mais alta da beleza, e portanto a fórmula para produzir beleza.
Mas há algo mais, e isto deixamos quase somente enunciado: existe um território maravilhoso onde o hiper simbólico se une com hiper bom e verdadeiro: a pátria do mítico. Quando por exemplo um homem ou um grupo de homens -melhor ainda se são auxiliados pela graça de Deus- começam a sonhar com a pátria ideal, com o governo ideal, com a sociedade ideal, com as construções ideais dessa pátria ideal, etc, na beleza desse sonho se juntam magnificamente a bondade e a verdade imaginada com os símbolos belíssimos imaginados, inclusive em estado germinal. E esses sonhos podem ser a origem de maravilhosas civilizações. Com a graça de Deus.
Por Saúl Castiblanco
Traduzido por Emílio Portugal Coutinho
Fonte: Gaudium Press
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