Equipe do Laboratório de Conservação e Restauro recupera nove pinturas de cavalete de igreja da cidade de Corumbá de Goiás.
Uma equipe formada pelas restauradoras Mônica Lima de Carvalho e Ana Cristina de Menezes Santoro, as estagiárias Daniela Barra e Werydianna Marques, as bolsistas voluntárias Andressa Lopes e Mariana Naves, todas do curso de Museologia da Faculdade de Ciências Sociais e, ainda, Edenize Santos Ribeiro estagiária do curso de Artes Visuais da Faculdade de Artes Visuais da UFG se dedicaram a esse trabalho.
Trabalho minucioso – As telas ficaram por muito tempo em local inapropriado e foram expostas a fatores de degradação como alterações bruscas de temperatura e umidade, poeira e ataques por agentes biológicos. “Elas chegaram ao Laboratório muito danificadas, apresentavam rasgos e perda do tecido original, fungos e muita sujeira aderida”, informou a restauradora Mônica Lima de Carvalho. As obras passaram por diferentes procedimentos de conservação e restauro, como esclarece Mônica de Carvalho: “não realizamos apenas procedimentos de conservação como a higienização e aplicação de uma camada de proteção nas telas. Intervimos nas lacunas de suporte e de policromia, sendo que, em algumas obras, tivemos de adotar o critério de remoção de repintura, o que caracteriza, de fato, uma intervenção de restauro”.
Ana Cristina de Menezes disse ainda que o trabalho foi realizado por técnicas específicas, de acordo com normas internacionais de restauro, e que todo o procedimento também foi acompanhado por técnicos do Iphan. Ela apontou que a maior dificuldade é a responsabilidade de atender à expectativa de quem nos solicitou o trabalho no nível que estão esperando. Mais do que isso, é a responsabilidade com a obra de arte. Em todas as intervenções optamos pelo critério da reversibilidade.
Contribuição acadêmica – De acordo com a diretora do Museu Antropológico, Dilamar Cândida Martins, esse trabalho colaborou para o aperfeiçoamento profissional dos servidores do e viabilizou o surgimento de um projeto de extensão que permitiu a contratação de estagiários e bolsistas que receberam orientação de especialistas responsáveis pelo desenvolvimento das atividades. “É significativo mostrarmos que a UFG possui profissionais qualificados em uma área de carência na sociedade, como a área de conservação e restauro”, defendeu a diretora.
Patrimônio histórico e cultural
O Centro Histórico de Corumbá foi tombado pelo Iphan, em 2000 e abrange casas e pontes, a Praça da Matriz, a Praça Antônio Félix Curado, a Praça Waldemar Gomes Teles, as ruas Comendador João José de Campos Curado, das Flores, Bernardo Élis e a Avenida Cônego Carlos Plangger. A cidade surgiu em 1731 em decorrência das atividades de mineração com habitantes de origem paulista e portuguesa, que se instalaram entre o rio Corumbá, o ribeirão Bagagem e a capela. Corumbá ficou situada em um ponto estratégico de passagem das rotas terrestres Goiás-Paracatu e Goiás-Bahia. Sua urbanização se consolidou ainda no século XVIII, resistindo à decadência da mineração e assumindo a função de entreposto comercial para o abastecimento da Província de Goiás. Tornou-se um município em 1902. Fonte: Arquivo Noronha Santos/Iphan e IBGE
Texto: Michele Martins | Fotos: Adriana Cristina
Fonte: Jornal UFG / Defender
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