De Adriano Nascimento da Schola Cantorum Bento XVI – Jacareí – SP
Com o Canto Gregoriano não foi diferente, no período Medieval a Musica Sacra ganhou um grande destaque e foi amplamente difundida por toda a Igreja. Esta divulgação foi graças ao trabalho incansável de muitos Monges, principalmente os Beneditinos, os mosteiros possuíam grandes bibliotecas com acervos bastante diversificados facilitando o estudo dos monges.
Apesar de toda a divulgação e todos os estudos formar um coro gregoriano não era tarefa fácil, pois não havia uma escala musical um método para facilitar o aprendizado e reduzir os erros de interpretação das peças. Mas como poderia ser criado esse método?
No ano de 1030, o Monge Francês Guido d’Arezzo, mestre de coro da Catedral de Arezzo, na Toscana (Itália), criou um sistema para facilitar o aprendizado e a memorização da música pelos alunos. Na época os meninos do coro cantavam um Hino á São João Batista pedindo a proteção para a garganta, observando as características deste Hino, o monge observou que cada verso iniciava um grau acima do anterior, formando uma “escadinha” ascendente de sons.
UT queant laxis (Para que teus servos)
REssonare Fibris ( Possam das entranhas)
MIra Gestorum ( flautas ressoar)
FAmuli tuorum (teus feitos admiráveis)
SOlve Polluti (absolve o pecado)
LAbii reatum (desses lábios impuros)
Sancte Ioanes ( Ó São João)
Como podemos observar, o UT futuramente foi substituído pelo Dó, por ser mais eufônico e a nota Sí foi criada utilizando-se das iniciais de Sancte Ioanes. Este sistema foi adotado em todas as peças sacras e aos poucos as notas foram sendo arredondadas e mais uma linha foi acrescentada à pauta dando origem á notação moderna no Século XVII.
O Canto gregoriano predominou durante roda a Idade Média, neste período teve suas fases de criação, crescimento e declínio. O Renascimento trouxe outras novidades musicais e o canto Gregoriano desapareceu do cenário litúrgico público mas permaneceu latente nos manuscritos e em alguns poucos mosteiros que sobreviveram neste período. A grande força da Tradição Litúrgica as Igreja manteve vivo esse legado cultural e Espiritual, conta-se que, ao terminar seu trabalho, o Papa São Gregório Magno realizou uma cerimônia onde acorrentou os livros de canto ao Altar de São Pedro, para simbolizar a solidez e a unidade da Igreja proporcionada por esse gênero musical.
Nenhum comentário:
Postar um comentário