quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Restauro da Igreja do Santíssimo Sacramento da Rua do Passo – ou Igreja do Passo (BA)


"A quem valoriza a história e a memória, a cidade de Salvador recebe a notícia da conclusão do restauro da velha igreja de 1736, abandonada e fechada à visitação por inacreditáveis dezoito anos. A igreja do Santíssimo Sacramento da Rua do Passo (no Carmo) será reaberta após o longo restauro, coordenado pelo IPHAN e pela Arquidiocese. Suas torres são azulejadas, há acervo valioso e o edifício possui mirante com vista para a baía de Todos os Santos. A escadaria que liga ao Pelourinho serviu de cenário para o antológico filme O Pagador de Promessas, vencedor do cannes de 1962. Aplausos a quem restaura, preserva e conserva a riqueza da terra." - Carlos Linhares











fotos acima de Carlos Linhares

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Com recursos do Iphan, Igreja do Passo reabre as portas para receber a comunidade em Salvador (BA)




Um dos importantes símbolos da arquitetura religiosa baiana, a Igreja do Santíssimo Sacramento da Rua do Passo – ou Igreja do Passo, como é conhecida – será reaberta em Salvador na próxima segunda-feira, dia 05, após mais de vinte anos de portas fechadas. O templo foi totalmente restaurado, com investimento de R$11,3 milhões do Governo Federal, por meio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Com duração de três anos, a obra possibilita agora a devolução de um bem de grande valor simbólico e de uso para a comunidade de Salvador.

Os recursos contemplaram a estabilização e consolidação estrutural do prédio, sanando definitivamente o quadro de instabilidade do monumento, que apresentava graves fissuras e rachaduras e havia sido fechado devido ao seu mau estado de conservação. Também foi restaurada a escadaria que conecta a Rua do Passo e a Ladeira do Carmo, espaço de tradicionais eventos culturais de Salvador. Além disso, foram restaurados os bens integrados e imagens sacras, e promovidas soluções de acessibilidade universal, como implantação de elevador, rampas e plataforma para cadeirantes.

Para a entrega do templo, a presidente do Iphan, Kátia Bogéa, o diretor do Departamento de Projetos Especiais do Iphan, Robson de Almeida, e o superintendente do Iphan na Bahia, Bruno Tavares, se reúnem com o Ministro de Estado da Cultura, Sérgio Sá Leitão, e representantes do Governo do Estado da Bahia, da Prefeitura Municipal de Salvador e da Arquidiocese de Salvador em solenidade religiosa, que será realizada na Igreja do Passo, às 18h do dia 05 de fevereiro.

A igreja do Pagador de Promessas

Localizada no Centro Histórico de Salvador, no Alto do Carmo, a Igreja do Passo foi tombada pelo Iphan ainda em 1938. O templo foi construído em 1736, para ser matriz da freguesia do Santíssimo Sacramento da Rua do Passo, com estrutura em alvenaria de pedra e tijolos, interior neoclássico e planta típica das igrejas baianas do século XVIII, com corredores laterais superpostos por tribunas e sacristia transversal que, neste caso, dá acesso ao ossuário, em nível inferior. A monumentalidade do edifício é realçada pela escadaria de 55 degraus, conhecida por ter sido cenário do filme O Pagador de Promessas, com base na peça de Dias Gomes e dirigido por Anselmo Duarte em 1962, o único brasileiro a ganhar a Palma do Ouro do Festival de Cannes.

Após algumas intervenções pontuais ao longo dos anos, a Igreja foi uma das selecionadas para integrar o PAC Cidades Históricas na Bahia e sua restauração foi agora concluída pelo programa Avançar, um projeto do Governo Federal focado na retomada de obras em todo o país, a fim de oferecer mais crescimento e cidadania para os brasileiros. O Ministério da Cultura, por meio do Iphan, integra o Programa, com a previsão de investimentos em 61 ações destinadas ao desenvolvimento das cidades históricas brasileiras.


Fonte: IPHAN

segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Palestra "A Arte Cusquenha"



Palestra "A Arte Cusquenha"

Museu de Arte Sacra promoverá dia 21 de fevereiro, uma palestra gratuita sobre o tema "A Arte Cusquenha" com Silvana Borges

- HISTÓRIA E SIMBOLOGIA. Breve introdução histórica do domínio espanhol na América Pré-colombiana. O surgimento da Pintura Cusquenha como um tipo de arte religiosa, didática e catequética; seguindo a diretriz imposta pela Coroa de Espanha de converter as almas pagãs da colônia à religião católica e as influências de alguns dos símbolos religiosos das civilizações andinas.
- ICONOGRAFIA E SINCRETISMO. Distanciamento da arte produzida pelos índios e mestiços dos cânones europeus, as diferenças observadas na leitura das imagens produzidas em posição mais estática e sem perspectiva com a inserção de elementos dos costumes e simbologias indígenas. A profusa representação dos arcanjos e a iconografia característica dos Anjos Arcabuceros.
- COLEÇÕES E ESTILOS. Entre as obras cusquenhas estudadas do século XVI ao XIX, apresentação de alguns dos principais artistas da Escola de Cuzco e seus estilos: Mestre de Calarmaca, Basilio Santa Cruz Pumacallao, Antonio Sinchi Roca Inka, Diego Quispe Tito e Marcos Zapata.
- MATERIAIS E TÉCNICAS. Breve introdução ao curso prático de pintura cusquenha apresentando as origens e aplicação dos materiais artísticos utilizados na produção da pintura cusquenha, e suas técnicas: estêncil, moldes, brocateado.

DocenteSilvana Borges é artista plástica e arquiteta especialista em Conservação e Restauro nas áreas de Arte Sacra (pintura e imaginária) e Arquitetura (arte mural), profissional filiada ao International Concil of Museums (ICOM), à Associação Brasileira de Conservadores e Restauradores de Bens Culturais (ABRACOR) e ao Centro de Estudos da Imaginária Brasileira (CEIB). Ministra palestras e cursos sobre a preservação do patrimônio e técnicas artísticas. Seus trabalhos estão publicados em conceituados catálogos artísticos e coletâneas literárias, recebendo diversas premiações e troféus, presentes em exposições e acervos de países como México, Itália, EUA, França, Espanha, Holanda, Hungria, Portugal e China em uma trajetória de 30 anos de atividades artísticas e literárias.


Data : 21 de fevereiro de 2018 (quarta-feira)
Horário : 15h00Carga horária: 2 horasAtividade gratuitaA inscrição será realizada no dia, por ordem de chegada (50 vagas)Informações: (11) 5627.5393 – mfatima@museuartesacra.org.br
Local: Museu de Arte Sacra de São PauloEndereço: Avenida Tiradentes, 676, Luz. Metrô Tiradentes.Estacionamento: Rua Jorge Miranda, 43 (gratuito)
No final da palestra o aluno receberá o certificado de participação

Palestra gratuita sobre a História da Arte Cusquenha dia 21/02/2018 às 15 horas. Início do curso prático dia 01/03/2018 com 8 aulas de duração para desenvolvimento de uma pintura cusquenha, material incluso no valor do curso. 
VAGAS LIMITADAS.


Fonte: Museu de Arte Sacra de São Paulo / Monalisa Conservação e Restauro de Bens Culturais

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Incêndio atinge milenar abadia da “linha reta dos 7 santuários” de São Miguel Arcanjo



Fratelli d'Italia

A Sacra de São Miguel, com mais de 1.000 anos de existência, é um dos mais impactantes mosteiros do mundo

Um incêndio de grandes proporções, na noite desta quarta-feira, 24 de janeiro, provocou graves danos ao teto da milenar abadia italiana conhecida mundialmente como A Sacra de São Miguel.

O impressionante complexo de mais de dez séculos, formado por um mosteiro e uma igreja, foi construído entre os anos de 983 e 987 sobre uma enorme rocha do Vale de Susa, na região do Piemonte, a cerca de 40 quilômetros de Turim. A monumental abadia passava por trabalhos de restauração precisamente no teto. As primeiras informações são de que, provavelmente, um curto circuito causou as chamas.

Não há feridos. Os três padres rosminianos que vivem na abadia foram retirados do local por segurança. A abadia foi confiada à sua ordem religiosa, o Instituto da Caridade, em 1836. Os tesouros históricos, culturais e de arte sacra também parecem ter sido poupados da destruição.Roby1960 | Shutterstock

A Sacra de São Miguel faz parte da antiga Via Francígena, uma rota medieval de peregrinação que ia da França para Roma. É um dos sete santuários dedicados ao Arcanjo Miguel que, pela sua localização geográfica, formam no mapa uma impressionante linha reta entre a Irlanda e Israel. Saiba mais sobre estes 7 santuários acessando o seguinte artigo:

Fonte: Aleteia

‘As Conferências do Museu’ - Portugal

MASF debate Questões de Arte Sacra
‘As Conferências do Museu’ voltam nos dias 1 e 2 de Março com onze conferencistas e espaço para todos os que queiram mostrar trabalhos

teto de PAULA HENRIQUES /




O Museu de Arte Sacra do Funchal promove pelo segundo ano ‘As Conferências do Museu’, um espaço de debate e reflexão sobre temas ligados à investigação científica em torno da Arte, do Património e da Museologia, com ligação ao espaço cultural e à herança artística e patrimonial madeirense. As próximas são nos dias 1 e 2 de Março, dedicadas este ano a Questões de Arte Sacra e serão aprofundadas em dois painéis temáticos: ‘Expressões do Património Cultural Religioso’ e ‘A Construção do Espaço Sagrado’. José Tolentino Mendonça é o orador principal, numa lista com uma dezena de convidados.

Este ano, a edição tem a particularidade de abrir espaço a todos aqueles que estudam, participam ou desenvolvem investigações e estudos no âmbito dos temas propostos e que queiram divulgá-los através de posters. A lista completa pode ser consultada na página das Conferências do Museu’. Inclui trabalhos versando desafios para a preservação dos bens culturais da Igreja, processos de musealização da arte sacra; expressões do património cultural religioso material e imaterial e a sua salvaguarda, a construção do espaço sagrado e a reabilitação e alteração do património religioso edificado, entre outros.

As propostas devem ser enviadas até ao dia 12 de Fevereiro. Estes posters serão expostos numa sala durante o decorrer do evento.

‘As Conferências do Museu’ começam no dia 1 de Março às 10h15, logo depois da sessão de abertura presidida pelo director do MASF, João Henrique Silva. José Tolentino Mendonça, poeta e teólogo, professor na Universidade Católica Portuguesa, escolheu falar sobre ‘Arte, mediação e símbolo: O sentido que vem’. Depois de um curto intervalo segue-se o debate em torno desta intervenção e ao meio-dia será lançado o MASF Journal.

Após o almoço, tem início o painel temático dedicado às ‘Expressões do Património Cultural Religioso’. Intervêm Nuno Saldanha, Maria Isabel Roque, Helena Rebelo, Sandra Costa Saldanha e Joaquim Ganhão. Nuno Saldanha está ligado ao Instituto de Arte, Design e Empresa (IADE) - Universidade Europeia, vai falar de ‘Arte sacra, culto, cultura e património’, às 14h30. Logo depois, Maria Isabel Roque, que integrou o grupo de trabalho para a versão portuguesa do projecto internacional Thesaurus: Vocabulário de objectos do culto católico, apresenta ‘A arte sacra: Museus e exposições numa sociedade secularizada’. A convidada desenvolveu a tese de doutoramento ‘Musealização do sagrado: Práticas museológicas em torno de objectos do culto católico’.

Pelas 15h30, é a vez de intervir Helena Rebelo do CIERL - Centro de Investigação em Estudos Regionais e Locais da Universidade da Madeira. Falará sobre ‘A tradição das ‘saloias’ nas visitas das insígnias do Espírito Santo’ na Madeira. Musealizar um património imaterial? A questão será desenvolvida até ao intervalo.

A directora do Secretariado Nacional dos Bens Culturais vem falar de um trabalho que conhece de perto, a gestão e missão dos bens culturais da Igreja. Sandra Costa Saldanha é também membro do Conselho Nacional de Cultura, na Secção de Património Arquitectónico e Arqueológico. Intervém pelas 16h15.

A última intervenção do dia é a de Joaquim Ganhão. Traz o caso do Museu Diocesano de Santarém, ‘A face visível de um projecto de salvaguarda e valorização do património cultural da Diocese’. Joaquim Ganhão é padre e director do museu da Diocese de Santarém.

‘As Conferências do Museu’ continuam no segundo dia com um programa mais abrangente. Além das palestras, inclui projecções e um almoço. A manhã é dedicada ao debate do tema do segundo painel: ‘A Construção do Espaço Sagrado’.

‘Existe uma arquitectura religiosa?’ Bernardo Pizarro Miranda vai responder. O investigador do CIES-IUL - Centro de Investigação e Estudos de Sociologia, do Instituto Universitário de Lisboa venceu em 2012 o concurso de ideias ‘Desafios Urbanos’, para reabilitação do centro histórico do Porto. Às 9h30. Meia hora depois, João Alves da Cunha, investigador do Centro de Estudos de História Religiosa, da Universidade Católica Portuguesa, traz ao encontro a ‘Arquitectura religiosa em Portugal – Séculos XX e XXI’; e às 11 horas João Norton Matos, do Centre Sèvres, da Faculté Jésuite de Paris, apresenta ‘Artes e arquitectura na mediação do sagrado’. O padre comissariou a exposição ‘Made in Germany: Arquitectura + Religião’ que passou por várias cidades do mundo.

Após um intervalo, o programa centra-se em casa, com o artista plástico e responsável pelo Serviço Educativo do MASF a abordar ‘Arte Sacra na Madeira: o contemporâneo artístico no espaço religioso’. Martinho Mendes é também membro do CIERL.

A contribuir para o segundo e último painel estará também Joaquim Félix da Faculdade de Teologia, Braga, e da Universidade Católica. Vai enquadrar mais um exemplo nacional. ‘Arte litúrgica com amor: Criações das novas capelas de Braga’, às 11h45. Um debate encerra o segundo e último painel e antecede o almoço das ‘Conferências do Museu’, aberto a quem quiser se inscrever.

Os trabalhos continuam às 15 horas com a projecção do documentário ‘Sagrado’ (2012), de Nuno Grande, um filme de 26 minutos sobre a Igreja do Sagrado Coração de Jesus. Inclui conversas com os arquitectos e uma visita ‘guiada’. No final, uma apresentação do produtor Luís Urbano, da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto.

A sessão de encerramento da edição deste ano é às 16 horas, com João Henrique Silva. Antes, o programa cede espaço para a transmissão de uma mensagem gravada de Guilherme de Oliveira Martins, ex-ministro da Presidência, das Finanças e da Educação, ex-presidente do Tribunal de Contas, actual administrador da Fundação Calouste Gulbenkian, a intervir como coordenador nacional do Ano Europeu do Património Cultural.

Para participar nas ‘Conferências do Museu’ terá de se inscrever, o período de inscrições teve início na segunda-feira e decorre até aos dias do evento. No entanto, se se inscrever até ao dia 25 de Fevereiro, a participação tem um custo de 25 euros para o público em geral, 15 para estudantes; de 26 a 28 de Fevereiro sobe para 30 e 20 euros, respectivamente; e nos dias 1 e 2 de Março, dias do evento, custam 35 euros para o público em geral e 25 para estudantes. Inscrições e mais informações estão disponíveis no endereço electrónico https://conferenciasmasfsite.wordpress.com/inscricoes. O almoço do dia 2 de Março, custa 18 euros. O local ainda não está definido.

Fonte: DNoticias

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

AS “DIVINAS CRIATURAS” INTERPRETAM A VIDA DE JESUS NOS MUSEUS VATICANOS






Pedro é o ‘Angiolino musicante’ de Rosso Fiorentino, Sara interpreta a Nossa Senhora de ‘Annunciata di Palermo’ de Antonello da Messina, Benedetta e Rebecca vestem-se como os dois anjos da “Adorazione del Bambino”, de Gherardo delle Notti.

Estas são algumas das crianças e jovens com necessidades especiais e seus familiares, que se apresentaram como modelos para dar corpo à dez obras de arte sobre a vida de Jesus, da Anunciação à Ressurreição, protagonistas da mostra “Divine Creature”, inaugurada na segunda-feira, 22, no Hall dos Museus Vaticanos.

Projetada por Adamo Antonacci e exposta pela primeira vez no “Museo dell’Opera” de Florença e dirigida por Monsenhor Timothy Verdon, a mostra propõe dez fotografias de Leonardo Baldini que recriam obras-primas da arte sacra, da Anunciação de Caravaggio à Lamentação sobre o Cristo Morto de Andrea Mantegna, até o “Beijo de Judas” de Montanari.

Uma das fotografias é exposta ao lado da obra original conservada nos Museus Vaticanos, enquanto as outras ficam ao lado de reproduções dos quadros originais. Mas também há fotos do backstage.

A mostra, que foi apresentada na segunda-feira, 22, pela Diretora dos Museus Vaticano, Barbara Jatta e por Micol Forti, curador da exposição e da Coleção de Arte Contemporânea dos Museus Vaticano, tem ingresso gratuito e poderá ser visitada até 3 de março de 2018.

Informações: Vatican News

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Artista plástico paraguaio contribui para restauração da arte sacra no interior de SP

São cerca de 300 obras de cunho religioso executadas nas cidades de Santo Antônio de Posse e Capela do Alto



Maria e menino Jesus | Imagem: Ever San Laurenzo


Com um rico patrimônio histórico e religioso, as cidades do interior de São Paulo possuem um vasto acervo de obras em arte sacra, em variados estados de conservação e armazenamento. São telas, painéis, esculturas, objetos ritualísticos e arquitetônicos que contam muito de nossa história e espiritualidade inserida na cultura judaico-cristã. O artista plástico Ever San Laurenzo vem contribuindo ativamente para a preservação desse patrimônio por meio da restauração de peças em igrejas católicas, que propicia o enriquecimento do espaço ritualístico e nos eventos do calendário religioso voltados à comunidade.

“Minha missão é manter vivo o espírito de uma época, preservando as características e mantendo a originalidade de uma obra. Nada mais é do que uma volta às nossas memórias”, explica San Laurenzo acerca de seu trabalho.
Painel feito por Ever San Laurenzo

Com formação acadêmica em Artes Visuais e Restauração e Conservação, com especialização em restauração de arte barroca, San Laurenzo tem atendido a inúmeras encomendas de cidades da Região Metropolitana de Campinas que desejam ampliar sua coleção de obras religiosas, ao mesmo tempo em que vêem a necessidade de restaurar peças que foram danificadas pelo uso e pelo tempo.


Somente na igreja da cidade de Santo Antônio de Posse foram dezenas de peças entregues para a igreja local, muitas delas utilizadas em ocasiões ritualísticas, cursos sacramentais, celebrações e cerimônias da igreja católica.

Entre as peças, um painel de 2,80 X 3,10m retratando a Virgem Maria e o menino Jesus e sua troca terna de olhares. “É necessário ressaltar a delicadeza dessa cena que mostra a troca de olhares entre o Menino Jesus, Maria e José. É algo muito sutil e sublime e nessa releitura de Rembrandt tive a oportunidade de mostrar meu traço nessa situação específica”, pontua o artista. Outras obras versam sobre a Última Ceia, Anunciação, Crucificação, Pentecostes, entre outros temas da liturgia católica.

San Laurenzo mantém atualmente intensa produção artística tanto em função das encomendas que recebe quanto das aulas que ministra junto à comunidade de Santo Antônio de Posse e Jaguariúna. Com diversos projetos junto às Secretarias de Cultura destes municípios, tem o objetivo de aproximar e tornar acessível a arte do cidadão comum, viabilizando seu contato com os pincéis e as técnicas de produção pictórica.

Um pouco da biografia de Ever San Laurenzo


Natural do Paraguai, Ever San Laurenzo adotou o Brasil como casa há 23 anos, quando deixou Tobati para morar em São Paulo. Vivendo de sua intensa produção artística, ele foi responsável pela implantação de projetos para as comunidades locais como “Pintando nos Parques” e “Arte para a Terceira Idade”, Artes Visuais para Crianças, Arte Terapia na recuperação de dependentes químicos e portadores de transtornos mentais.

Além dos cursos para públicos específicos, possui ampla produção em artes visuais e arte sacra, essencialmente pinturas em tela, atendendo às comunidades da igreja de Santo Antônio de Posse e Capela do Alto, onde realizou restaurações em esculturas em barro, madeira e criação de painéis o estilo clássico e medieval.

segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

O Cristo Pantocrator

Obra da Doutora em Ciências da Religião, Wilma Tommaso, percorre o caminho histórico da representação de Jesus desde os primeiros tempos do Cristianismo

Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO


“A arte sacra é mistagógica, ou seja, retrata o mistério que na Igreja já foi revelado, o mistério da encarnação de Deus.” Assim Wilma Steagall De Tommaso descreveu sua experiência com a arte, que ela começou a pesquisar em sua dissertação de mestrado, concluída em 2005, na PUC-SP.

Cercada por obras de arte, ícones e uma obra de Cláudio Pastro, o Cristo Pantocrator que acolhe a todos os que entram em sua casa, Wilma falou sobre sua experiência de pesquisar e experimentar a fé católica por meio da arte, e sobre como nasceu o livro “O Cristo Pantocrator – Da origem às igrejas no Brasil, na obra de Cláudio Pastro”, lançado pela editora Paulus, em dezembro de 2017.

Ao ser perguntada sobre como começou seu interesse por arte sacra, Wilma contou que sempre foi muito curiosa e chegou a cursar Teologia quando seus filhos ainda eram pequenos. “Acabei não concluindo o curso, mas gostei muito e, assim que pude, comecei a pós-graduação em Ciências da Religião. A princípio, queria pesquisar sobre Maria Madalena na arte, mas meu orientador sugeriu que eu restringisse a pesquisa a um artista e escolhi El Greco”, contou à reportagem do O SÃO PAULO.

Após alguns anos, Wilma dedicou-se, no doutorado, à pesquisa do Cristo Pantocrator, que ela sempre gostou, e, ao pensar sobre a atualização da pesquisa para o contexto brasileiro, viu-se de frente com um dos maiores artistas sacros da contemporaneidade, Cláudio Pastro.

“Eu sempre gostei das obras do Cláudio. Meu primeiro encontro com ele foi por meio da obra que está na Igreja São Bento do Morumbi, no Colégio Santo Américo, onde meus filhos estudavam”, contou Wilma, que se tornou, posteriormente, amiga do artista.



ESPIRITUALIDADE

Ao falar sobre os ícones, Wilma recordou que “antes que contemples o ícone, é como se ele te contemplasse. Assim, o Pantocrator se torna uma referência não só para a arte, mas, sobretudo, para a espiritualidade cristã ao longo dos séculos. “Ser um iconógrafo é muito diferente de ser um pintor. Há cânones a serem obedecidos. Iconógrafos ‘escrevem’ um ícone, que é concebido pelo Espírito Santo pelas mãos do monge-pintor, ou seja, o pintor é o pincel do Espírito, segundo a tradição da Igreja Católica do primeiro milênio. Revestir com arte um espaço litúrgico demanda, além da técnica, espiritualidade. A arte sacra, por sua própria natureza, está relacionada à infinita beleza de Deus. Tem o propósito maior de levar o fiel a dedicar-se a Deus, louvar e exaltar a Sua glória. Foi o interesse por essas questões que me conduziu a pesquisar o ícone, seu significado e sua função como arte sacra litúrgica e, em particular, pelo tipo iconográfico Cristo Pantocrator, Soberano Universal”, afirmou Wilma, que leciona no curso “Os virtuosos do invisível – a imagem de Deus na história da Arte”, oferecido pela PUC-SP, com matrículas abertas.


PANTOCRATOR

“Para mim, o Pantocrator é aquele para o qual todos nós caminhamos”
, afirmou a Autora, que escreveu sobre uma das imagens mais recorrentes da iconografia cristã do primeiro milênio e também a mais difundida pela Igreja do Oriente. Ao descrever a imagem de Cristo, Wilma explicou que “sob traços humanos do Filho encarnado, a Majestade Divina do Criador e Redentor que preside a humanidade, o Pantocrator é muitas vezes apresentado sentado ao trono de onde abençoava com a mão direita e trazia na esquerda um pergaminho ou um livro. Essa imagem não se encontrava só nas cúpulas e nas absides das igrejas, mas também em selos, moedas, evangeliá- rios e outros objetos litúrgicos; era encontrada nas cenas históricas que representavam Cristo nos diversos momentos de sua vida de adulto, como, por exemplo, na Transfiguração, na Descida ao Inferno e em inúmeros ícones oferecidos à veneração dos fiéis nas iconostases das igrejas e casas particulares”

As primeiras representações do Pantocrator remontam ao tempo das catacumbas, quando os cristãos se reuniam junto aos túmulos dos mártires. “O auge, porém, aconteceu a partir do século IV, quando o Imperador Constantino permitiu que os cristãos professassem seu culto e, para isso, precisavam de lugares públicos. Daí começam a surgir os primeiros mosaicos do Cristo Pantocrator nas absides das igrejas. No entanto, só em 13 de outubro de 787, no II Concílio de Niceia, em sua sétima sessão, foi promulgada uma definição de fé, atestando que é legítimo fabricar, expor e venerar os ícones do Cristo, da Virgem e dos santos. Essa definição significou uma etapa decisiva na história icônica do Deus cristão. Com o decreto de Niceia II, a arte cristã encontrou seu fundamento teológico, mas foi sobretudo o ícone do Cristo e sua veneração que receberam aprovação explícita e sem reserva do Concílio”, afirmou.



LIVRO


No lançamento do livro, que aconteceu na Livraria da Vila, do Shopping Higienópolis, Wilma recebeu amigos, parentes e pessoas que estão diretamente ligadas à arte sacra no Brasil, religiosos e estudantes de Arte, de Liturgia e de outras áreas. “O livro se destina a todas as pessoas que se interessam por História, Religião, Arte e pelo belo, sem distinção. Historiadores, historiadores da arte, artistas, clé- rigos, teólogos, seminaristas, cientistas da religião, restauradores”, confirmou Wilma, que disse ter ficado felicíssima pela grande adesão ao livro, que, em menos de um mês, já vendeu mais de 700 exemplares.

A Doutora em Ciências da Religião fez, na obra, um resgate, no qual contou a história da imagem na Igreja desde a arte paleocristã, isto é, os três primeiros séculos da cristandade até a contemporaneidade no contexto brasileiro, na arte do artista sacro Cláudio Pastro (1948- 2016). “Portanto, passa pela História da Igreja; pelos Concílios; pelo iconoclasmo (movimento que destruía imagens por ser contrário a elas); pela Teologia da imagem; especifica a diferença entre arte sacra e arte religiosa e tudo o mais que se refere à Arte no Cristianismo”, continuou Wilma.

Foi o próprio Cláudio Pastro que incentivou Wilma a publicar o livro e o apresentou à Editora. “Durante todo o processo de escrita, nos encontramos diversas vezes e, a cada entrevista que eu fazia, Cláudio citava obras que eu já tinha lido e isso nos tornava ainda mais próximos no que se refere à Arte. Além disso, eu checava todas as referências que ele fazia e, com isso, fui elaborando um material riquíssimo que traz as inspirações de Pastro e as suas referências artísticas e espirituais”, contou. Quando, porém, o livro estava em fase de edição, Wilma viu a saúde de Pastro se agravar, até o falecimento do artista, em outubro de 2016.

Na apresentação do livro, Padre Valeriano dos Santos, Doutor em Liturgia e Professor na Faculdade de Teologia da PUC-SP, cita a obra como substanciosa e salienta que “o Pantocrator quer representar o mistério, a liturgia, o símbolo. Por isso, a arte sacra é mística e litúrgica, tirando-nos da morte inexorável e colocando-nos na dimensão da alegria da ressurreição”.


CLÁUDIO PASTRO

Com Cláudio Pastro, Wilma encontrou-se algumas vezes, ocasionalmente, antes de começarem as entrevistas para a tese de doutorado. “Cláudio era muito exigente, mas, ao mesmo tempo, ficava maravilhado quando percebia que alguém buscava a mesma compreensão da arte que ele. Lembro-me da sua expressão quando eu disse que conhecia alguns livros que para ele eram referência, por exemplo”, disse Wilma, que é casada e tem dois filhos e dois netos.

Quando foi questionada sobre o Pantocrator na obra de Pastro, ela recordou que a volta do Cristo Pantocrator tem sua base no Concílio Ecumênico Vaticano II. “Há duas intenções que caracterizam o espírito desse Concílio: aggiornamento e ad fontes, ‘retorno às fontes’. Ou seja, uma atualização, uma adaptação da verdade revelada imutável da fé aos tempos atuais, conforme o significado da palavra italiana aggiornamento. E, consequentemente, uma abertura aos novos desafios que o momento atual traz. Além disso, retornar às fontes é redescobrir as riquezas espirituais, doutrinárias e litúrgicas dos primeiros tempos da Igreja. Dentre os valores e as verdades essenciais para a cristandade, o Concílio evidenciou o papel central da pessoa de Jesus Cristo na História da Salvação. Importante lembrar que no Brasil a imagem de Cristo mais difundida é a do crucificado. Cláudio Pastro entendeu que com o Vaticano II, sem se expressar diretamente à volta do Cristo Pantocrator, a premissa ad fontes o autorizava a colocar nas igrejas essa imagem. Nos anos 80 do século passado, Cláudio causava estranheza ao começar a apresentar o Cristo Pantocrator. Ele se autodenominava um artista pós-Vaticano II.”

Admiradora e amiga de Pastro, Wilma Tommaso vê- se diante da missão de ajudar as pessoas a se encontrarem com Cristo por meio da arte e demonstra isso em seu jeito de ser, na decoração da sua casa, nos símbolos e imagens que escolheu cuidadosamente para seu livro. Para ela, “ainda não surgiu, no Brasil, um artista sacro que supere Cláudio Pastro. Como artista sacro, serviu à liturgia. Sua arte quer preparar o espaço sagrado para a ‘Presença’, para o banquete eucarístico”.

No dia 28 de fevereiro, no Museu de Arte Sacra, haverá outro lançamento de “O Cristo Pantocrator – Da origem às igrejas no Brasil, na obra de Cláudio Pastro”, a partir das 18h.

Ao lado da imagem da “Mãe Negra”, Nossa Senhora Aparecida, uma vela acesa durante toda a entrevista simbolizava a fé que Wilma busca viver. “A beleza salvará o mundo”, escreveu ela na dedicatória do livro, que, além de uma excelente obra acadêmica, é um caminho espiritual a ser traçado por quem acredita no mistério e quer mergulhar nele, com os olhos fixos em Jesus.

domingo, 21 de janeiro de 2018

Exposição: "Clemente XI - Colecionador e patrono iluminado"

A figura do Papa Clemente XI, colecionador e patrono esclarecido. Uma exposição notável no Complexo Monumental de San Salvatore em Lauro del Pio Sodalizio dei Piceni em Roma revela a preciosa atividade de seu pontificado.


A exposição intitulada "Clemente XI - Colecionador e patrono iluminado" aberta até 25 de fevereiro de 2018 em exibição no Complexo Monumental de San Salvatore em Lauro del Pio Sodalizio dei Piceni em Roma homenageia o grande Papa Clemente XI e sua família de prestígio. O evento faz parte da iniciativa "Il Pio Sodalizio dei Piceni para as áreas afetadas pelo terremoto", visando manter a atenção do público no drama que atingiu a região em 2016.

 

O cardeal Giovanni Francesco Albani, de Urbino, de uma família rica e respeitável, que subiu ao trono papal em 23 de novembro de 1700 com o nome de Clemente XI, antes e durante seu pontificado, revelou um considerável gosto estético e colecionismo.
Partindo do conspícuo fundo de Albani, a exposição conta, em quatro seções para 40 obras no total , o caminho da coleção do Pontífice iluminado.



Notáveis ​​são as obras e os nomes dos artistas que fizeram parte da comitiva de Clemente XI , que vão desde Carlo Maratta, Procaccini, até Francesco Mancini. É uma exposição singular que ilustra com pinturas, desenhos e estampa, obras de ourives, artes de acordo com o patrocínio do Papa Albani.

A exposição é uma oportunidade importante para estudar a arte dos anos '700 proveniente desse rio produtivo que foi Urbino. O fundo Albani há muito esquecido é o fundo documental da família Albani datada de 1818.



Este fundo tem o mérito de registrar e catalogar todos os ativos nas casas da cidade de Urbino e aqueles localizados nos arredores imediatos. A partir desta herança listada pelo Notário Parenti - Inventário dos herdeiros do Príncipe C. Albani de 1818 - vem uma rica lista de pinturas onde é a presença de pintores antigos, provavelmente coletados pelo avô e pelo pai de Clemente XI, mas também e sobretudo um longo lista de óleos em tela feita por autores ativos na segunda metade do século XVII.


De fato, as pinturas de Raphael, Barocci e seus alunos, de Giovanni Lanfranco, Guido Cagnacci, Guido Reni e Simone Cantarini, apenas para citar alguns, são acompanhadas por inúmeras pinturas feitas por pintores protagonistas da primeira hora da política artística de Clemente XI .

Clemente XI, um padroeiro e colecionador iluminado, durante seu papado prossegue uma política cultural considerável.

A paixão pela erudição determinou a fundação de uma importante seção oriental da Biblioteca do Vaticano com a descoberta de numerosos e preciosos manuscritos; Sua sensibilidade para a proteção do patrimônio artístico-arqueológico de Roma favoreceu a ação merecedora de Francesco Bianchini e Marcantonio Boldetti.

Ele era um patrocínio composto por inovações, escavações arqueológicas e restauração de igrejas e monumentos , cujos principais protagonistas eram Fontana e Carlo Maratta: as restaurações dos salões de Raphael, do Panteão, da Basílica de São Clemente e da a descoberta e a montagem da coluna de Antonino.

Texto de: Carlo Franza

sábado, 20 de janeiro de 2018

Ano Europeu do Património Cultural pode ser oportunidade para a Igreja valorizar o seu legado

A Comissão dos Episcopados da Comunidade Europeia (COMECE) considera que o Ano Europeu do Património Cultural «é uma iniciativa muito positiva» para o continente.

A iniciativa «pode representar uma oportunidade para a Igreja valorizar a sua herança e assegurar uma melhor visibilidade e acessibilidade ao património religioso para o público», refere o organismo católico em nota de imprensa.

«Num tempo de divisão e incerteza no interior da União Europeia, o Ano Europeu do Património Cultural pode potenciar o sentido de comunidade entre nações e povos europeus», sublinha o comunicado.

Tendo como delegado português o arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, a COMECE organiza a 31 de janeiro, em Bruxelas, uma conferência sobre a promoção do património cristão na Europa.

O encontro conta com a participação do comissário europeu para a Educação, Cultura, Juventude e Desporto, Tibor Navracsics, e do secretário do Conselho Pontifício da Cultura, o bispo Paul Tighe, que profere a conferência “Beleza tão antiga – tão nova: Património religioso na Europa, um tesouro para todos os europeus”,

O programa inclui a apresentação de quatro exemplos de boas práticas na promoção da herança cristã, como o restauro da capela de S. Martinho, na Croácia (um dos vencedores do Prémio da União Europeia para o Património Cultural/Europa Nostra), o caminho de peregrinação de S. Columbano, o legado musical de Samogitia, na Lituânia, e a catedral de Chartres, em França.

Fonte:
SNPC secretariado nacional dapastoral da cultura
Fonte: COMECE

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Vida de Santa Beatriz da Silva revisitada em roteiro (Portugal)




Iniciativa da Paróquia de Nossa Senhora da Expectação, em Campo Maior, terra natal da portuguesa canonizada em 1976

A paróquia de Nossa Senhora da Expectação, em Campo Maior, na Arquidiocese de Évora, vai promover no dia 20 de janeiro a iniciativa ‘Caminhos de Santa Beatriz’, para dar a conhecer a vida da santa natural daquela região.

Num comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA, o responsável pela paróquia de Nossa Senhora da Expectação, padre João Silva adianta que este será o primeiro de vários encontros relacionados com esta temática.

“Estão já agendados novos encontros para os meses de abril e julho”, realça o pároco.

Com o tema ‘Na rota da Fé – Caminhos de Santa Beatriz’, esta primeira incursão pela “espiritualidade” da fundadora da Ordem da Imaculada Conceição tem início previsto para as 15h00, na igreja Matriz.

O ponto de encontro será o “batistério, junto da pia original onde foi batizada a santa campomaiorense e o seu irmão, o Beato Amadeu da Silva”, pode ler-se.

Os participantes serão depois convidados a seguir para a Casa – Museu de Santa Beatriz, para um momento de “oração pela família” da santa portuguesa.

Este primeiro roteiro terá o seu epílogo no Convento da Ordem da Imaculada Conceição, “com a recitação do terço” em intercessão por todas as “vocações à vida consagrada”.

Beatriz da Silva, nascida por volta do 1437 em Campo Maior, viveu desde os 14 anos em reclusão no mosteiro de São Domingos de monjas dominicanas, em Toledo (Espanha), onde ganhou fama de santidade e modelo de vida espiritual, juntando à sua volta outras mulheres.

Como projeto, ela teve a constituição de uma comunidade monástica feminina autónoma, com prerrogativas próprias e liberdade de escolhas, em contraponto a uma tendência que fazia depender as fundações monásticas femininas das regras e ordens masculinas.

Santa Beatriz alcançou, em 1489, uma primeira aprovação papal para a sua comunidade monástica através da bula ‘Inter Universa’, do Papa Inocêncio VIII, mas só após a sua morte (1492), a Ordem da Imaculada Conceição obteria a bula fundacional ‘Ad Statum Prosperum’, no ano de 1511, com a assinatura do Papa Júlio II.

Atualmente a Congregação das Irmãs da Imaculada Conceição está implantada em vários países e regiões, com destaque para a América Latina, nomeadamente o Brasil.

Em Portugal são duas as comunidades existentes, uma em Campo Maior e outra perto de Viseu na Quinta do Viso.

Beatriz da Silva foi canonizada pelo Papa Paulo VI a 3 de outubro de 1976.

Termo para restauração da Capela de São João Batista é assinado

A FCC ainda vai elaborar o termo de referência para a contratação do projeto de restauração da capela e de suas obras sacras; parceria com a Prefeitura terá validade até dezembro

Foto: Smart Films
A FCC ainda vai elaborar o termo de referência para a contratação do projeto de restauração da capela e de suas obras sacras

Fundação Catarinense de Cultura (FCC) e Prefeitura de Penha firmaram termo de cooperação técnica para a restauração da secular Capela de São João Batista, construída em 1759, em Armação do Itapocorói. O documento foi assinado pela Diretoria de Preservação do Patrimônio Cultural da FCC e o gestor penhense, no final do ano passado, dando início a uma série de ações que irão resultar na manutenção do prédio histórico.

A parceria terá validade até dezembro deste ano, ficando a FCC encarregada de uma série de ações, dentre elas promover a higienização e guarda das obras sacras na reserva técnica do Ateliê de Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis (Atecor). A FCC ainda vai elaborar o termo de referência para a contratação do projeto de restauração da capela e de suas obras sacras, além de auxiliar o município na busca de recursos para as obras.

Para isso se valerá da busca de mecanismos de incentivo, como editais públicos e programas de financiamento de projetos culturais. "Além de garantir o restauro desse bem cujo valor histórico e artístico é incontestável, temos a missão também de auxiliar o município na busca de parceiros para fomentar as atividades de preservação e conscientização naquele espaço após a obra", adianta o presidente da FCC, Rodolfo Pinto da Luz.

A Capela de São João Batista é datada de 1759 e foi construída em alvenaria de pedra ajuntada, com argamassa de cal do mar e areia. Fica até hoje localizada em região privilegiada, na elevação da extremidade sul da enseada do Arraial de Itapocorói - como era chamada a localidade à época. As linhas retas, ao estilo colonial é um marco característico das construções da época que se conservam até hoje.

RESTAURO É COBRADO HÁ ANOS
Em setembro 2014, os alunos do curso de Turismo e Hospedagem da Escola de Educação Básica Manoel Henrique de Assis realizaram um ato simbólico de abraçar a capela - já reivindicando a reforma. Em novembro do mesmo ano, a presidente da FCC esteve no local e afirmou que acionaria o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em busca de aporte financeiro.

Entretanto, a realidade da igrejinha que e é considera o marco zero da colonização do município, só piorou. A Capela - que foi tombada como patrimônio histórico da união em 1998 - tem problemas com rachaduras, infiltrações, umidade e goteiras. Ela já foi restaurada entre 2005 e 2007 - após um incêndio em criminoso.

Fonte: ADJORI - SC

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

“Arte Sacra: tradição de fé que esculpe oportunidades” - 23ª edição da Fiart

Artesãos individuais e de economia solidária participam da 23ª edição da Fiart

Expectativa dos organizadores é que mais de 70 mil pessoas visitem o Centro de Convenções durante os 10 dias do evento, que contará com 300 estandes de expositores

“Arte Sacra: tradição de fé que esculpe oportunidades”. Este é o tema da 23ª edição da Feira Internacional do Artesanato do Rio Grande do Norte (Fiart), que começa nesta sexta-feira (19) e segue até domingo (28), no Centro de Convenções de Natal.

A Prefeitura do Natal, por meio da Secretaria do Trabalho e Assistência Social de Natal (Semtas) participa da Fiart com 12 empreendimentos de Economia Solidária, selecionados por meio de chamada pública. Brinquedo, artesanato, bordado, pintura e reciclagem são alguns dos trabalhos expostos pela Semtas, em estande único.

“A Fiart é um evento consolidado no calendário cultural da cidade do Natal, que valoriza o desenvolvimento do artesanato local. Ao todo, 45 artesãos, sendo 33 individuais e 12 de Economia Solidária, apoiados pela Prefeitura do Natal, vão comercializar os seus produtos no stand da Semtas, beneficiando de forma direta e indireta 900 famílias e, aproximadamente, 5 mil pessoas”, ressalta a titular da Semtas, Ilzamar Pereira.

Neste ano, a feira conta com uma novidade. As áreas do evento serão divididas por categorias, ao todo serão 6 salões especiais: Arte Sacra, Bordados, Arte Popular, Cerâmica, Cestaria e Salão Nacional. Além disso, haverá uma premiação para a melhor peça de artesanato, que será escolhida por um júri de especialistas, formado por curadores e artistas, e pelo público visitante da Fiart.

A expectativa dos organizadores é que mais de 70 mil pessoas visitem o Centro de Convenções durante os 10 dias do evento, que contará com 300 estandes de expositores.

A Fiart tem o apoio da Prefeitura do Natal, do Programa do Artesanato Brasileiro (Governo Federal), Governo do Estado e SEBRAE/RN.

Site do Evento: FIART

Fonte: Agora RN

Igreja de São Pedro integrada ao projeto Recife Sagrado

Mediadores bilíngues do projeto recebem os visitantes na Igreja de São Pedro, no Centro do Recife, desde as 9h desta terça-feira, 16 de janeiro


Leonardo Júnior e Marcela Soares conduzem visita guiada na primeira manhã do projeto na Igreja de São Pedro dos Clérigos
Foto: Filipe Jordão/JC Imagem
Da Editoria Cidades

A partir desta terça-feira (16/01), a Igreja de São Pedro dos Clérigos, no bairro de Santo Antônio, Centro do Recife, passa a integrar o projeto Recife Sagrado, lançado em novembro de 2014 para divulgar a arquitetura sacra da capital pernambucana. É o oitavo templo religioso a entrar no programa, coordenado pela Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer do município. Com a novidade, dois mediadores bilíngues vão contar a história da edificação, construída no século 18, a moradores e visitantes da cidade.

Localizada no Pátio de São Pedro, a igreja ficou cinco anos fechada para obra de restauração e retomou as atividades religiosas na última semana de dezembro de 2017. Os mediadores atuarão de terça a sexta-feira, das 9h às 17h, e aos sábados e domingos apenas no primeiro horário, das 9h às 13h. Depois de reaberta, a Igreja de São Pedro decidiu cobrar taxa de visitação para ajudar na manutenção do prédio secular. O valor é R$ 5 (inteira) e R$ 2,50 (meia). Não há cobrança no horário das missas, celebradas às quartas-feiras, ao meio-dia.

Visitação

De acordo com a secretária de Turismo, Esportes e Lazer do Recife, Ana Paula Vilaça, mais de 120 mil pessoas visitaram igrejas da cidade pelo projeto Recife Sagrado. A Igreja de São Pedro tem o forro da nave desenhado pelo artista pernambucano João de Deus Sepúlveda, considerado um dos mais importantes pintores da época do Brasil colonial. “Ele passou quatro anos trabalhando no forro”, diz o mediador Leonardo Júnior, citando a pintura como um dos principais destaque do prédio.

A Igreja de São Pedro foi construída de 1728 a 1782, numa mistura do rococó com arquitetura neoclássica. “O formato octogonal da nave também é muito peculiar, é a única no Nordeste com essa característica”, destaca Leonardo Júnior. “Todos os mediadores são capacitados para contar a história dos templos, falar da arquitetura e da importância da edificação no contexto da cidade”, diz Ana Paula Vilaça.

Fonte: JC On Line

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Exposição: "A História do Ceará na Arte Sacra" - Dia do Ceará

Dia do Ceará é comemorado nesta quarta, em Aquiraz

Fonte: Secretaria da Cultura/Assessoria de Comunicação/ Governo do Estado do Ceará

Na programação especial do evento do Dia do Ceará acontecem apresentações do grupo musical da Tapera das Artes, do grupo Caninha Verde e da banda Os Alfazemas

O Governo do Ceará, por meio da Secretaria da Cultura (Secult), e a Prefeitura Municipal de Aquiraz realizam, nesta quarta-feira (17), a comemoração de 219 anos de emancipação do Estado. A programação especial comemorativa ao Dia do Ceará será realizada no município de Aquiraz, primeira capital do Estado, com abertura oficial às 8h, na Praça Cônego Araripe, a Praça da Matriz. Estão programadas para acontecer diversas apresentações culturais, como a do grupo musical da Tapera das Artes, do grupo Caninha Verde e da banda Os Alfazemas. O público também poderá conferir uma visita guiada ao Museu Sacro São José do Ribamar, equipamento da Secult, que abriga a exposição “A História do Ceará na Arte Sacra”. O evento tem apoio da Secretaria de Cultura de Aquiraz e acontece inteiramente com entrada franca.

Às 8h, a programação festiva do Dia do Ceará terá início com o hasteamento da bandeira será acompanhado pela música do grupo convidado Sons da Vila, de Aquiraz. Na sequência, de 10h30 começam as visitas guiadas pelo Museu Sacro São José de Ribamar, que está com a exposição de longa duração intitulada “A História do Ceará na Arte Sacra”. As visitações continuam até 19h. Criado pela Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult), o equipamento foi o primeiro museu sacro instalado no território cearense, no prédio da antiga Casa de Câmara e Cadeia, edificação erguida entre fins do século XVIII.

O equipamento cultural passou a abrigar um conjunto de objetos religiosos advindos dos vários municípios e paróquias cearenses. Esse acervo é constituído por uma diversidade de imagens de santos e de anjos, objetos das procissões religiosas, parâmetros litúrgicos, missais etc., totalizando cerca de 1.400 peças, muitas de notório valor artístico e cultural, que nos remetem ao barroco colonial cearense.

Pela noite, às 18h, a Prefeitura Municipal de Aquiraz realiza a abertura da Praça Gastronômica durante as atividades comemorativas. Em seguida, às 18h30, acontece a 6ª Novena de São Sebastião e a Missa da Festa do Co-Padroeiro São Sebastião.

A abertura da solenidade com a presença do secretário da Cultura do Estado do Ceará, Fabiano dos Santos Piúba, autoridades e a mestra da cultura Cacique Pequena, acontece às 20h. A festa continua com apresentação do grupo musical Tapera das Artes, às 20h30, seguida pela apresentação do grupo Caninha Verde, da Banda de Fanfarra FRS Percusssão do Batoque. O encerramento, às 21h30, fica por conta do show da banda Os Alfazemas.


O Dia do Ceará

O dia 17 de janeiro faz parte do calendário oficial de eventos do Estado por meio da Lei nº 13.470, de 18 de maio de 2004, que instituiu a data comemorativa referenciando o dia em que o Ceará ganhou autonomia da Capitania de Pernambuco, em 1799, tornando-se administrativamente independente. A emancipação do Ceará foi garantida por Carta Régia assinada pela Imperatriz de Portugal, D. Maria I, em virtude do crescimento populacional e econômico que a antiga capitania do Ceará apresentava em 1799.

A lei estadual determina a realização anual de um evento oficial em Aquiraz, primeira capital do Estado, por ocasião da data. Além disso, órgãos e entidades da administração estadual, assim como as escolas da rede pública estadual de ensino, devem promover o Dia do Ceará.
Mais informações/entrevistas:

(85) 98824 – 0994 – Lucas Benedecti (Secult)
(85) 98848 . 4987 – Paula Candice (Secult)
(85) 98817 . 5149 – Ivna Girão (Secult)
(85) 3101 – 6761 / imprensasecultce@gmail.com

#MuseumSelfie

Museus de SP participam de mobilização mundial por selfies nesta quarta-feira

Visitantes podem enviar postar fotos em museus com a hashtag #MuseumSelfie.


Fonte: G1 SP




Museum Selfie Day será realizado em 20 museus de São Paulo (Foto: TV Globo/Reprodução)

Vinte museus de São Paulo vão participar nesta quarta-feira (17) do Museum Selfie Day. A ação mundial tem o objetivo de estimular as pessoas a tirarem uma selfie em um museu e postar nas mídias sociais com a hashtag #MuseumSelfie.

A iniciativa começou em 2014 e reunirá museus do mundo todo. Para participar, basta postar uma selfie com o museu e colocar a hashtag #MuseumSelfie.

Os museus participantes do mundo todo publicarão as fotos que estiverem com a hashtag nos perfis das instituições nas redes sociais. Os perfis da Secretaria da Cultura (@culturasp) compartilharão os destaques ao longo do dia.

A ideia é aproximar cada vez mais o público dos museus e utilizar as mídias sociais como uma das etapas para esse engajamento, transformando a visita no museu em um passeio interativo.

As postagem podem ser acompanhadas ao longo do dia pesquisando por #MuseumSelfie.


Confira abaixo a lista de museus da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo que participam do Museum Selfie Day:

Casa das Rosas
Casa Guilherme de Almeida
Estação Pinacoteca
Memorial da Resistência
Museu Afro Brasil
Museu Casa de Portinari - Brodowski
Museu Catavento
Museu da Arte Sacra
Museu da Casa Brasileira
Museu da Diversidade Sexual
Museu da Imagem e do Som - MIS
Museu da Imigração
Museu da Língua Portuguesa
Museu do Café - Santos
Museu do Futebol
Museu Felícia Leirner - Campos do Jordão
Museu Índia Vanuíre - Tupã
Paço das Artes
Pinacoteca do Estado

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Pintura mural única no país descoberta na capela de Santo Cristo (Portugal)




Painel do século XVI deve ser classificado como património de interesse público

Na capela de Santo Cristo, em Picote, na Diocese de Bragança-Miranda, foi descoberto um painel de frescos considerado como único no país, alusivo à vida de S. João Batista e datado da primeira metade do século XVI.

De acordo com a diretora do Centro de Conservação e Restauro de Arte Sacra da diocese de Bragança-Miranda, este mural viu a luz do dia graças a uma intervenção de conservação e restauro no altar-mor do referido templo.

“Quando chegamos à capela para o diagnóstico do retábulo, observamos que havia uma pintura mural por detrás, apesar de não ser muito visível”, contou Lília Pereira da Silva, em declarações à Renascença.

Com quatro metros de comprimento e cinco de altura, este fresco ilustra episódios da vida de S. João Batista, narrados pelos Evangelhos, como “a visitação de Nossa Senhora a Santa Isabel, o batismo de Jesus e a própria morte do profeta, que acabou decapitado.

A capela de Santo Cristo fica situada na localidade de Picote, concelho de Miranda do Douro.

Perante a importância desta descoberta, decidiu-se “desmontar o altar para saber qual a extensão do núcleo do mural”.

Joaquim Caetano, especialista nesta área, destaca um painel “cheio de cor, de vermelhos e ocres intensos e zonas decorativas com imitação do tecido da época, como brocados, de um lado e do outro, criando um certo ambiente de maior conforto, quase deslumbramento”.

A paróquia local, bem como a Diocese de Bragança-Miranda e a autarquia de Miranda do Douro já saudaram esta descoberta, que “enriquece todo o património” da região, salientou a vereadora Anabela Torrão.

O importante agora é que o trabalho de conservação e restauro permita preservar o espírito e a autenticidade desta obra.

“As coisas têm um tempo, têm uma vida. Hoje não podemos ter uma pintura com 400 anos com aspeto de ter sido feita ontem. Isto é quase um ato de iconoclasta. É desvirtuar aquilo que é a autenticidade daquela peça”, frisou Joaquim Caetano, conservador e historiador de arte.

No horizonte está já a classificação do painel e da capela de Santo Cristo “como património de interesse público”.

Algo que, de acordo com Lília Pereira da Silva, já foi manifestado por técnicos da Direção-Regional de Cultura do Norte, que visitaram o local.

Além do referido painel de frescos, os trabalhos na capela de Santo Cristo permitiram encontrar uma pedra de ara, ou seja, uma pedra benzida que se coloca no altar e sobre a qual o sacerdote faz a consagração; e uma estela funerária, objeto no qual eram efetuadas esculturas em relevo ou textos, dedicados a um ente querido já falecido.

JCP

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