sábado, 17 de outubro de 2015

A Beleza da Arte Sacra

Nos dias de hoje onde o homem moderno busca de imediato as soluções práticas da vida, esquecendo se assim de parar para viver, perdendo totalmente o sentido que ao longo de seus dias e, do acumulo de prazeres terrenos, ele mesmo se esvai pelos seus dedos. A pressa em obter o que se deseja, faz com que desperdiçamos a Verdade, princípio do bem pessoal e comum que devia ser a ordem natural ao reger nossa vida, aquilo que é Bom e que tantas vezes trocamos pelo supérfluo e vão, e a Beleza que, ultimamente tem ficado invisível aos nossos olhos, quando não a contemplamos de fato.



"Juízo Final" - Capela Sistina - Michelangelo


Na realidade o prazer que se experimenta no conhecimento do belo tem sentido somente quando as coisas belas são também verdadeiras e boas. De fato, gostamos dos originais, temos apreço pela beleza, não das imitações, gostamos de coisas boas, não das más.

O belo implica uma forma que desperte admiração, o bem se refere a vontade, aquilo que atrai. Assim se desperta alegria no conhecimento: algo que nos alegra, nos atraia e também nos leva a conhecer o bem e a praticá-lo.

S. Agostinho soube interpretar com expressões incomparáveis: ‘Tarde vos amei, ó Beleza tão antiga e tão nova, tarde vos amei!’(n.16). Assim a Arte é vocação para criar a beleza, para atrair o conhecimento, e mostrar a verdade.

“A arte é fundamental. A razão sozinha, como se exprime na ciência, não pode ser toda a resposta do homem à realidade e não é capaz de expressar tudo o que o homem pode, quer e deve exprimir. Penso que Deus pôs isso no homem. A arte é, com a ciência, o maior dom que Deus deu ao Homem." disse, certa vez, Bento XVI.

A Arte Sacra mostrar como principal meio de criação humana para render culto a Deus. Nela o próprio Criador pode aceitar o sacrifício, e ao mesmo tempo usá-la para dispensar os bens celestes, na economia da salvação em Jesus Cristo. A Igreja sabiamente tem como caminho de evangelização a utilização da Arte Sacra ao longo dos séculos, seja na arquitetura citada como “catequese viva” por S. João Paulo II, quanto nas alfaias (paramentos e objetos litúrgicos), sem esquecer-se da música sacra e demais expressões. Tudo ressoa a Verdade da fé.



"Bom Pastor" - Grafite Sobre Canson - Rodolfo Cristiano

O Artista, então se torna participante do plano de Deus também na criação, onde seu talento e conhecimentos devem ser postos a prova para atrair, para revelar e gerar contemplação do que é Belo, Bom e Verdadeiro. Assim, o artista sacro, por sua condição particular, não pode ser outra coisa senão um verdadeiro cristão, que vive sua própria vocação artística em constante oração.

Rodolfo Khristianós.
(Originalmente publicado no blog: Congregação Mariana N. Sra. Auxiliadora e São José)

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