segunda-feira, 31 de março de 2014

Santuário de Caravaggio de Farroupilha (RS) inicia obras de construção da nova imagem de sua padroeira

Veja aqui uma postagem anterior: Imagem de santa não agrada e fiéis tentam viabilizar nova estátua no RS


Farroupilha - Rio Grande do Sul (Gaudium Press)  

O Santuário Nossa Senhora do Caravaggio da cidade de Farroupilha, pertencente à diocese de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, iniciou no último dia 26 deste mês a construção do pavilhão que servirá para a produção da nova imagem de Nossa Senhora de Caravaggio. Depois de pronta, a imagem será instalada na RSC-453, rodovia que dá acesso à Estrada dos Romeiros, substituindo a atual Nossa senhora.
 
Segundo os idealizadores do projeto, a estrutura do pavilhão será de madeira e terá 8 metros de altura, sete de largura e cinco de profundidade. O espaço, que deverá ficar pronto em uma semana, será montado do lado esquerdo da esplanada do Santuário e nele o artista Gilmar Pocai produzirá, até o mês de dezembro, a imagem da santa. Os devotos poderão acompanhar o trabalho de confecção da estátua.

Quanto ao começo dos trabalhos de construção da imagem, o próprio artista ressaltou que a produção da imagem terá início na próxima semana. Ele destacou também que o conjunto da obra, que será confeccionada em concreto com estutura interna de ferro, pesará cerca de 20 toneladas. A imagem contemplará Nossa Senhora de Caravaggio, Joaneta e os elementos de iconografia.

O santuário ainda lançou a campanha "Doe de Coração", com distribuição de cartazes nas empresas da cidade gaúcha e de santinhos aos romeiros nas missas, pedindo a colaboração de todos para a construção da nova imagem de Nossa Senhora de Caravaggio. As doações poderão ser depositadas nas urnas específicas do santuário ou através de depósito no SICREDI (agência 0167 e conta 10920-8).O valor total da obra está estimado em 100 mil reais.

Devoção a Nossa Senhora de Caravaggio

Conta a história que Nossa Senhora apareceu a camponesa Joaneta Varioli, em 1432, na cidadezinha de Caravaggio, no Norte da Itália, no dia 26 de maio. A camponesa, que sofria maus tratos do marido, saiu de casa para colher ervas e, aflita, em prantos, pediu socorro a Maria, Mãe de Jesus. Entre a dor e a súplica, a camponesa vê uma bela e alta senhora, que pede ao povo que volte a fazer penitência e vá orar na Igreja no sábado à tarde em agradecimento aos castigos afastados. Joaneta leva ao povo e aos governantes o recado da Virgem, para solicitar-lhes os acordos de paz.

História do Santuário de Caravaggio

No dia 26 de maio de 1921, a então capela pertencente à comunidade Nossa Senhora do Caravaggio, em Farroupilha, foi elevada a Santuário Diocesano. A imagem de Nossa Senhora de Caravaggio que se encontra no altar do Santuário Diocesano, foi fabricada em Caxias do Sul/RS no ano de 1885, pelo artista plástico conhecido como Stangherlin. O modelo foi o quadro em preto e branco, datado de 1724, com a imagem da santa que ocupava o altar da primeira capela.

A construção do atual Santuário de Caravaggio durou exatamente 18 anos (1945 - 1963). Imponente, com seu estilo romano e capacidade para 2 mil pessoas, uma das características mais marcantes da construção está nos grandes ambientes e na iluminação que preenche as salas do santuário. Dentro, existe uma fonte de água (lembrando a Aparição de Nossa Senhora), benta em 26 de setembro de 1985.

A velha matriz, ou Capela dos Ex-Votos, como é mais conhecida atualmente, merece uma atenção especial dos que visitam o Santuário de Nossa Senhora de Caravaggio. A Capela representa a esperança de todo um povo. A sua maior riqueza está nos milhares de objetos - conhecidos como votos - deixados por fiéis ao longo dos anos nas salas da igreja. A maioria dos agradecimentos são relativos a graças alcançadas pela saúde. Os que mais se destacam são as fotos com dedicatórias singelas e pessoais a Nossa Senhora de Caravaggio.

Em 1959, Nossa Senhora de Caravaggio foi declarada pela Santa Sé, Padroeira da diocese de Caxias do Sul. Hoje, a comunidade é composta por cerca de 140 famílias e mais de 650 habitantes. (FB)

domingo, 30 de março de 2014

Os sinos do Brasil vão tocar por Achieta dia 2 de abril



Brasília (RV) - O Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) convoca todas as Igrejas do país para que toquem os sinos, no dia 2 de abril, às 9h, por ocasião da canonização do Beato José de Anchieta.

Em carta, enviada aos bispos, o bispo auxiliar de Brasília e secretário geral da CNBB, Dom Leonardo Steiner, explica que será um "gesto de alegria, gratidão e comunhão por estar inscrito entre os santos, o Apóstolo do Brasil".

Durante a 52ª Assembleia Geral da CNBB, que acontecerá em Aparecida (SP), será celebrada missa em ação de graças pela canonização do beato, no dia 4 de maio, às 8h, no Santuário Nacional de Aparecida.

Celebrações por onde Anchieta passou

O arcebispo de São Paulo (SP), Cardeal Odilo Pedro Scherer, convidou o clero da arquidiocese para acolher a canonização com manifestações de "júbilo e ação de graças a Deus", pedindo que os sinos toquem, todos juntos, às 14h, por cinco minutos, ao menos. No domingo, dia 6, haverá procissão saindo do Pátio do Colégio, às 10h15, em direção à Catedral da Sé, onde será celebrada missa solene às 11h.

Em Salvador (BA), o arcebispo local e primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, celebrará uma missa, às 18h, na Catedral Basílica.

Na arquidiocese de Vitória do Espírito Santo (ES) haverá missa na catedral metropolitana, às 18h do dia 2, presidida pelo arcebispo local, Dom Luiz Mancilha Vilela. Às 20h, a comunidade Shalom apresenta o musical “Anchieta para todas as tribos”. No domingo, dia 6, duas missas estão marcadas. Às 9h30, na paróquia Beato José de Anchieta, em Serra (ES), e às 16h, no pátio do Santuário de Anchieta (ES).

O arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ), Cardeal Orani João Tempesta, presidirá uma missa em ação de graças na Catedral Metropolitana de São Sebastião, no dia 2 de abril, às 18h.
(CM-CNBB)



Texto proveniente da página do site da Rádio Vaticano

sexta-feira, 28 de março de 2014

A Rota das Catedrais



As Catedrais de Portugal constituem um tecido essencial de memória e de identidade, profundamente caracterizador do território e das suas gentes, de Norte a Sul do País, do Litoral ao Interior, passando pelas Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores. Vicissitudes várias, mais ou menos consciencializadas, impediram até ao presente que este património, relevante em toda a comunidade nacional, reconhecidamente singular, fosse considerado como um todo coerente, potenciando-se desse modo não apenas a desigualdade de tratamento, de monumento para monumento, como também intervenções quantas vezes casuísticas ou deficitárias, tudo no âmbito de um mesmo conjunto patrimonial.

Coincidindo na afirmação do inestimável valor religioso, histórico, artístico, cultural, simbólico e patrimonial das Catedrais portuguesas, o Ministério da Cultura e a Conferência Episcopal Portuguesa assinaram, no passado dia 30 de Junho de 2009, um acordo de cooperação tendo em vista a implementação do projecto ROTA DAS CATEDRAIS.

Projecto que procura devolver a estes monumentos uma atenção global e corresponsabilizante, assume-se como dinamizador de uma actuação concertada e contratualizada, planeada, criteriosa e exigente, não apenas para acudir a situações de mais evidente degradação, mas sobretudo para alcançar a capacitação dos monumentos, através de uma qualificada intervenção de recuperação e conservação de valores patrimoniais inestimáveis.

Tendo em vista a implementação de uma oferta cultural de excelência, a partir dos bens patrimoniais e em aliança com uma cuidada programação cultural, capaz de devolver os monumentos à comunidade e assim de a envolver na protecção e valorização das Catedrais, o projecto visa ainda, através da corresponsabilização de todos os actores intervenientes, promover a estima colectiva e o cuidado partilhado face a um património profundamente identitário, plural e multifacetado, memória viva de um povo.

A recuperação e valorização das Catedrais pressupõe o firme propósito das instituições envolvidas de partilhar os patrimónios assim requalificados com a comunidade, no seu mais amplo sentido, seja através de serviços de visita e de ofertas culturais de excelência, por via de espaços musealizados ou outras valências, como arquivos e bibliotecas, ou através de uma programação cultural exigente que contribua de forma decidida para a sua valorização.

Ao projecto ROTA DAS CATEDRAIS estão associados os monumentos afectos ao culto católico com o estatuto canónico de Catedral, ou de Concatedral, bem como as antigas Sé de Elvas, Sé Velha de Coimbra e Sé de Silves.

Ver catedrais



A adesão ao projecto materializa-se através de protocolo específico, celebrado entre cada instituição catedralícia e o Ministério da Cultura. Os protocolos estabelecem, entre outros elementos:
  • Prazo de vigência;
  • Direitos e obrigações dos signatários
  • Acções de requalificação das Catedrais;
  • Intervenções de carácter infra-estrutural;
  • Recuperação do património móvel e integrado;
  • Projectos de núcleos musealizados ou a musealizar;
  • Calendarização das intervenções.
Além das acções referidas, ao nível da reabilitação, conservação e restauro, encontram-se em curso outras intervenções, visando uma adequada fruição dos monumentos, tanto na sua especificidade, como num entendimento em rede, aglutinador do conjunto de Catedrais envolvidas. Têm por objectivo:
  • A valorização dos monumentos;
  • A requalificação dos espaços;
  • A qualificação do material informativo;
  • O melhoramento dos serviços de visita;
  • A adequação das condições de acolhimento e acessibilidades;
  • A descoberta dos monumentos em rede;
  • A projecção internacional da iniciativa.
***
 Fonte: Rota das Catedrais

quinta-feira, 27 de março de 2014

TÓPICOS SOBRE IMAGINÁRIA BRASILEIRA

Primeiras imagens, primeiros artistas.

As primeiras imagens sacras brasileiras vieram da península Ibérica, e sua evolução terá como fonte principal à história da colônia, que se seguiu com conteúdos econômicos, políticos e socioculturais. A primeira imagem sacra aportada no Brasil foi uma escultura representando N. Sra. da Esperança, trazida por Pedro A. Cabral. Essa imagem desembarcou em Porto Seguro, em 1500, e participou das celebrações da primeira missa. Não fica, entretanto no Brasil, tendo retornado a Portugal, encontrando-se hoje na Quinta de Belmonte.

Posteriormente as imagens foram trazidas pelos missionários jesuítas com a função de catequizar os nativos. Os fidalgos também contribuíram para a vinda de outras peças artísticas ao Brasil. Tudo durante o processo de colonização. São raros os documentos que referenciam a vinda das obras de arte do século XVI.

São poucas as peças que se conservaram até hoje. Isso devido à ação do tempo ou por falta de uma conservação adequada e também pela destruição intencional. Sabe-se que os holandeses, protestantes, destruíram e profanaram igrejas, tanto na Bahia, quanto em Pernambuco, no século XVII.

O pintor holandês Franz Post, no século XVII, retratou em suas telas algumas igrejas sem teto na cidade de Olinda, destruídas por incêndios propositais praticados pelos invasores holandeses. A Sé da Bahia, p. ex., e outras igrejas baianas foram profanadas e tiveram muitas peças destruídas. É possível que valiosas imagens sacras do primeiro período de nossa colonização tenham desaparecido nesses conflitos.
 
As Primeiras Imagens

As dez imagens, das mais antigas, que possuem documentos relativos à sua chegada no Brasil, são as seguintes:

a) São Francisco: Trazida por Gonçalo Coelho, em 1502, para Porto Seguro, onde se encontra.
b) N. Sra. da Graça: Encontrada por Catarina Paraguaçu, em 1530. Orago da igreja da Graça, Salvador.
c) N. Sra. da Conceição (Virgem de Anchieta): Trazida por Martinho Afonso de Souza. Capitania de S. Vicente, Itanhaém, SP.
d) N. Sra. das Maravilhas: Trazida para Salvador, em 1552, pelo primeiro Bispo do Brasil.
e) N. Sra. da Penha: Trazida por Frei Pedro Palácios, em 1558, para a capitania do Espírito Santo.
f) N. Sra. com o Menino (Venerada como Conceição): Vinda de Portugal ou confeccionada no Brasil, em 1560.
g) Sto. Antônio: 1560, em São Vicente, SP.
h) Cristo Crucificado: 1580. Encontra-se hoje no Museu do Carmo, Salvador, BA.
i) N. Sra. de Guadalupe: 1590. Venerada na Antiga Sé da Bahia. Encontra-se Hoje no Museu de Arte Sacra, Salvador, BA.
j) N. Sra. da Conceição: 15?. Faz parte do acervo da Catedral Basílica de Salvador, BA.

Primeiras Produções Artísticas - Pintura e Escultura.

Na época das Feitorias e durante o ciclo das Capitanias hereditárias, praticamente inexistiram na Colônia manifestações artísticas. Seu aparecimento está diretamente ligado à estabilidade da terra, principalmente com a implantação do Governo Geral na Bahia, em 1549, com a chegada de Tomé de Souza. Os primeiros monumentos surgem na Bahia e logo após em Pernambuco, São Vicente (SP), Paraíba, Espírito Santo e Rio de Janeiro, pontos materialmente mais desenvolvido do território.
 
Vale lembrar que vieram com Tomé de Souza mestres pedreiros, mestres carpinteiros, serralheiros, canteiros, oleiros, fabricantes da cal etc., mas não consta nome de nenhum artista.
 
Escultores e pintores, em número reduzido, chegaram alguns anos mais tarde. Em 1560, estava na Bahia o pintor jesuíta Manuel Álvares, onde pintou o frontispício da igreja do Colégio da Bahia. Manuel Sanches, também jesuíta, chegou à Bahia em 1574, e Belchior Paulo, outro talento, foi bastante ativo antes de 1600 na Bahia, Pernambuco e Espírito Santo, onde provavelmente conheceu e retratou o Pe. Anchieta.
 
Segundo D. Clemente Nigra, as primeiras imagens religiosas feitas no Brasil, foram confeccionadas em barro pelo escultor João Gonçalo Fernandes (ou Viana) em 1560. Morava na Bahia, mas residiu em São Vicente para pagar pena por um delito cometido, e lá na prisão executou as imagens de N. Sra. da Conceição de Itanhaém, N. Sra. do Rosário de São Vicente e um Sto. Antônio para uma fazenda na ilha de Sto. Amaro. Eduardo Etzel, examinando as três peças, acha impossível serem do mesmo autor, devido às diferenças estilísticas e de material. O certo é que inexistem documentos que possam comprovar tal atribuição. De qualquer forma João Gonçalo aparece em documentos antigos como o nosso primeiro escultor.
 
Ainda no século XVI aparece o nome do arquiteto e escultor Frei Francisco dos Santos que, para D. Clemente, "enriqueceu as igrejas de sua construção com imagens de barro, tanto em Olinda e Salvador, como em Iguaraçu, Paraíba, Vitória e Rio de Janeiro". Não existe, porém, qualquer peça que lhe possa ser atribuída.
 
Fala-se também na execução de imagens de marfim e madeira, sem, entretanto haver referência aos seus autores. Tudo ou quase tudo vinha de Portugal. Poucas imagens eram produzidas no Brasil, inclusive de qualidade discutível.
 
Principais artistas e suas épocas.
 
Séc. XVI:
João Gonçalo Fernandes e Frei Francisco dos Santos.

Séc. XVII:Frei Agostinho da Piedade (1580? - 1661) - Salvador Ba. Frei Agostinho da Jesus (1600(10) - 1661)
Frei Domingos da Conceição e Silva (1643 - 1718)

SÉCULO XVIII:Bahia:
Francisco das Chagas, o "Cabra".
Félix Pereira Guimarães (1756-1809)
Manoel Inácio da Costa (1763-1857)
José Antônio de Araújo Lobo (1747-1817).

Minas Gerais:
Mestre Piranga
Francisco Vieira Servas
Antônio Francisco Lisboa (1730(8)-1814)

Pernambuco:
Antônio Splander Aranha
João Pereira
Luís Nunes
 
Rio de Janeiro:
Manuel de Brito
Francisco Xavier de Brito
Valentim da Fonseca e Silva (1745-1813)

SÉCULO XIXBahia:
Manuel Inácio da Costa
Domingos Pereira Baião (1825-1871)
Bento Sabino dos Reis (1763-1843)

Pernambuco:
Manuel da Silva Amorim (1780-1873)

A propagação do culto aos santos teve as seguintes causas:
a) orientação do Concílio de Trento;
b) ação dos religiosos das ordens primeiras: Jesuítas, beneditinas, franciscanas e carmelitas;
c) o grau de religiosidade do povo, o que resultou na proliferação de grande quantidade de imagens, pictóricas e escultóricas nos santuários católicos.

As esculturas sacras variam conforme a época e a região. Isso devido a fatores de ordem econômico-social e geográfica.

As influências sobre as esculturas e pinturas sacras do período colonial brasileiro são evidentemente marcadas pelas culturas lusitana, espanhola, italiana, francesa e oriental - sobretudo de pontos culturais chineses.

As influências indígena e africana inserem-se na troca simbólica do fazer artístico, muito usada pelos missionários, nas feituras de retábulos, sobretudo, e nas fachadas de igrejas jesuíticas.

Do ponto de vista africano fica a marca nas construções de igrejas, como a igreja de N. S. do Rosário, no Pelourinho, em Salvador, que foi construídas por escravos africanos. Todavia, essa questão não se limita à arquitetura, está, também voltada no campo da escultura.

A expansão colonial portuguesa esteve estreitamente ligada à evangelização. Jesuítas, franciscanos, carmelitas, beneditinos e outras ordens, que tiveram papel fundamental na construção de uma arte sacra cristã no Brasil.

Na sociedade brasileira, a educação era monopólio dos religiosos, sendo a ordem jesuíta a que mais se destacou no período colonial - sobretudo entre o início do século XVII e a década de 1760.

A propaganda da Contra-Reforma teve ação modeladora na sociedade brasileira colonial, na qual predominavam os valores religiosos, de caráter rural, onde riscos e pobres se rejubilavam no desejo comum de que a riqueza e brilho embelezassem e se acumulassem nas igrejas.

O culto a imagens sacras prolifera-se no Brasil com o processo da colonização européia devido a dois fatores:
 
a) O Brasil ser uma colônia que estava sob a égide da igreja;
b) O Brasil vivia sob os auspícios do Estado português, que por seu lado estava ligado à instituição da Igreja Católica.
 
Daí, do ponto de vista artístico, pode-se concluir que:
a) O Barroco está intimamente ligado à doutrina do Concílio de Trento e à propagação da fé;
b) O Barroco é aristocrático e popular ao mesmo tempo, dada a sua intenção em aproximar-se das camadas populares.
 
A partir desses tópicos, procurando analisar as épocas, pode-se afirmar que:
a) O século XVII é a fase do autoritarismo, no qual está associada à concepção da hierarquia, o direito de procedência e o grau de manutenção da autoridade;
b) o século XVIII é a fase do ceticismo, ao qual está associada à idéia de liberdade, da concepção racionalista do mundo, que resulta, entre outras coisas, no questionamento e desafio à autoridade.

Portanto, do ponto de vista histórico, sob o prisma religioso, pode-se identificar vários efeitos:
a) Efeitos da Reforma Luterana:
- A escultura e a pintura e a pintura de temática religiosa desaparecem nas igrejas protestantes;
- a valorização de temática realista está voltada para a natureza, para o homem etc.
b) Efeitos da Contra-Reforma:
- Proibição de temas heréticos, irrelevantes;
- profusão de representações, tanto pictóricas, quanto escultóricas da Virgem Maria, dos mártires, santos em estado de êxtase ou meditação;
- qualidade evocativa e instrutiva da arte em relação à fé.
c) Efeitos da arte como veículo de propaganda:
- Iconografia religiosa;
- questão política, sobretudo entre monarcas e aristocracia.
 
O mecenato artístico do período barroco acontece do mesmo modo que no Renascimento, com a Igreja, a corte e a aristocracia. A novidade está no fato de que na fase do barroco as classes médias começam a desempenhar um papel ativo no campo do mecenato, embora ainda não decisivo - com exceção da Holanda.

No Brasil, além da Igreja, esse mecenato esteve a cargo das elites sociais de senhores rurais, grandes comerciantes e irmandades leigas.

Analisando as implicações religiosas, políticas, econômicas e sociais do Barroco, também se pode concluir que ele está mais ligado aos países católicos do que aos países protestantes; mais ligado inclusive aos países católicos fiéis ao Papa, do que aqueles que, embora católicos, adotaram uma política religiosa mais independente em relação a Roma - a França, p. ex.

No Brasil, a fase colonial, a arte é predominantemente religiosa. Os principais centros produtores são: Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo, Maranhão, Minas Gerais e Pará - este especificamente a cidade de Belém.

No litoral, foi importante a atuação das ordens primeiras e das confrarias, irmandades e ordens terceiras, sobretudo em Minas Gerais.

No seu estudo sobre arte colonial brasileira, R. Smith estabelece três fases distintas na nossa arquitetura religiosa, a saber: fase missionária, fase monumental e fase mundana. Esta classificação baseia-se na análise de elementos, como por exemplo: planta, fachada, elementos da fachada e interiores. Outros aspectos a serem considerados na análise e classificação da nossa arquitetura colonial são os processos e técnicas construtivas, os materiais empregados, os estilos e influências recebidos.

A primeiras imagens sacras - escultóricas e pictóricas - que ornavam as primeiras capelas eram originárias da metrópole. Inicialmente, os materiais mais empregados eram o barro-cozido e a madeira, devido à facilidade de obtenção da matéria prima. Mais tarde emprega-se também a pedra, o marfim (mais raro) e o metal.

Na produção escultórica dos primeiros séculos predomina o anonimato, cuja causa talvez possa ser explicada pela mão de obra empregada, como também pelo móvel da criação.
Considerando os aspectos essencialmente de ordem técnica podemos estabelecer três categorias para as imagens sacras:

a) imagens eruditas
b) imagens semi-erudita
c) imagens populares.

Pode-se observar ainda variações não apenas relacionada à época, mas também a regiões. Essas diferenciações são determinadas pelo acabamento da escultura, pela policromia e pelo material empregado.

Quanto a uma análise que visa determinar época ou estilos, pode-se tomar como pontos de referência à cabeça e cabelos, a estruturação formal e panejamento, a pintura, a base ou peanha, os materiais empregados.

Além das imagens de culto, tem-se também como exemplos de escultura do período colonial os ex-votos, as figuras de presépio, que se mostram uma tradição ibérica trazida à colônia. Assim como a escultura, a pintura também sofreu influências italianas, flamenga, oriental etc., e também de elementos autóctones. As técnicas empregadas variavam entre a têmpera, óleo, esmalte e raríssimas vezes o afresco. Além dos temas sacros, cujos modelos eram extraídos pela pintura colonial, encontramos temas ex-votivos, retratos, históricos e pastoris. Mas é no século XVIII que a pintura colonial brasileira alcança seu apogeu, sobretudo com a pintura de tetos - embora não sendo uma conquista do barroco -, onde o ilusionismo alcança o máximo de seus recursos. O ilusionismo do barroco fundamenta-se no desejo de atingir o máximo de realismo, de fidelidade e representação vívida e convincente, da natureza ideal. Com ele atinge-se a superação de limitações dos materiais, possibilita uma nova relação entre a obra e o espectador, no qual o espaço não se restringe apenas à obra, pelo contrário, extrapola.

Pode-se também dizer que no barroco se dá a fusão das artes, ou seja, a arquitetura torna-se mais escultural, a escultura mais pictórica e a pintura, por sua vez, mais voltada para as aparências visuais, i.e., enfatiza mais a luz, a sombra e a cor, do que a linha e a forma, resultando com isso uma representação da percepção dos objetos do que no conhecimento dos mesmos.

Caracterização Da Imagem Escultórica Quanto À Época.
a) Séculos XVI/XVII.
- Linha de prumo em relação à cabeça cai ao meio dos pés (simetricamente à imagem);
- maior volumetria na parte inferior;
- anatomia simplificada;
- ausência de emoção - expressão indefinida;
- policromia executada diretamente no suporte, sem aparelhamento;
- panejamento com pregas em linhas retas, sem preocupação com movimento e na maioria das vezes cobrindo os pés;
- olhos pintados, maior valorização da forma em detrimento à decoração;
- atitudes hieráticas;
- peanhas simples.

b) Século XVIII:
- Linha de prumo caindo sobre um dos pés (geralmente esquerdo)
- maior volumetria na parte superior;
- maior domínio de anatomia;
- maior realismo expressivo a exploração de estados de emoção;
- panejamento movimentado em diagonal e pés descobertos;
- simbolismo no uso das cores;
- olhos de vidro, véu com muita movimentação;
- peanhas com anjos, nuvens, serafins e querubins.
- no final deste século, vai haver um alongamento das imagens (7 ½ e até 8 módulos). Como também haverá uma modulação alongada

c) Século XIX:
- Panejamento com movimentação mais contida, mais ao gosto neoclássico:
- gestos e expressão facial retomam a serenidade clássica;
- maior movimento no panejamento que na expressão;
- aumento de quantidade em detrimento de qualidade;
- surgimento das imagens de gesso (produção em série)

Diferenças Regionais

O desenvolvimento da imaginária brasileira colonial esteve em função das condições - e importância - econômica, social e de certa forma cultural das diferentes regiões onde ela se manifestou.
a) Imagens baianas:
- Forte influência portuguesa;
- uso do esgrafiato e delicada pintura sobre ouro;
- exagero na movimentação;
- atitudes dramáticas (influência espanhola)
- mãos expressivas;
- imagens em pedra-sabão.

b) Imagens pernambucanas:
- Mais alongadas do que as baianas;
- ausência de volumetria na parte posterior (costas)
- pouco uso do barro cozido)
- maior esgrafiato que as baianas, e uso de elementos geométricos que fitomorfos;
- policromia em tons mais suaves;
- desenhos contínuos.

c) Imagens paulistas:
- Influência das imagens da Bahia e Pernambuco;
- menor preocupação com policromia;
- intensificação de pequenas imagens de barro cozido paulistinhas.

d) Imagens Mineiras:
- Panejamento mais angular;
- dramatização (influência espanhola)
- grande expoente - Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho.

Fonte: Arte Sacra Cristã

quarta-feira, 26 de março de 2014

Santuário Bom Jesus da Lapa

História

O Santuário do Bom Jesus da Lapa começou a ser lugar de romaria há mais de trezentos anos. Em 1691, Francisco de Mendonça Mar, descobriu a gruta, que até hoje serve como Igreja do Bom Jesus da Lapa.

Francisco de Mendonça Mar, nascido em Portugal, em 1657. Era filho de um ourives em Lisboa. Exerceu a profissão do pai sendo ourives e pintor. Com vinte e poucos anos de idade, em 1679, chegou a Bahia (Salvador), onde se instalou, tendo sua própria oficina e serventes – escravos seus.

No ano de 1688, foi encarregado de pintar o palácio do Governador Geral do Brasil, na Bahia. Ao invés de receber o pagamento, foi levado à cadeia, com dois de seus escravos, e cruelmente açoitado.

Tocado pela divina graça, reconhecendo a vaidade do mundo, aprendeu Francisco que a única coisa que vale, é a salvação eterna. Resolveu então deixar tudo e buscar o deserto mais remoto para sacrificar sua vida por Deus. Esse era o motivo pelo qual ele deixou o mundo – para a Glória do Senhor Bom Jesus e para o bem dos outros. Não procurava nem fama, nem riquezas mundanas, mas imitar o Bom Jesus nas palavras e obras.

Pois seria errado afirmar que ele “procurava o trabalho e foi obrigado a abdicar de seus direitos de trabalhador… ” Ele não foi obrigado a isso por ninguém, era a livre decisão dele. Pois distribuindo os seus bens, fez-se pobre e acompanhado duma imagem de Cristo Crucificado, enveredou-se pelo sertão adentro. Atravessou o sertão da Bahia, vestido de um grosso burel. Caminhou cerca de duzentas léguas entre tribos ferozes de índios antropófagos, passou fome, sofreu o calor do sol, esteve exposto aos perigos das onças, cobras, mosquistos e outros entes selvagens que habitavam nas florestas virgens do sertão.

Uma tarde, depois de vários meses de incessante caminhada, avistou um morro, subiu uma áspera ladeira, e por uma abertura na pedra penetrou numa gruta. Lá dentro encontrou uma prodigiosa cavidade, tão proporcional a Cruz que levava, que ali a colocou. Era exatamente isso, que procurava! Um perfeito Monte Calvário. Era um sinal de Deus, de que deveria ficar!

Aqui, à margem do Rio São Francisco, começou uma  vida  de  eremita,  na  solidão  e oração, venerando o Senhor Bom Jesus, que morreu na cruz pela nossa salvação e louvando a Maria, Sua Mãe, a Virgem da Soledade.

Esta gruta, anteriormente habitação de onças, tornou-se a morada dele e logo foi convertida por Francisco em lugar  de oração, em templo católico! Foi no ano de 1691.

Dedicado à oração e à penitência, “O MONGE” Francisco, percebeu logo que o amor à Deus não pode ser isolado da vida, mas inserido nela, então começou o trabalho em favor dos mais necessitados. Trazia ele para junto de si os pobres, doentes, infelizes e aleijados, a fim de serví-los com amor, desenvolvendo seu apostolado também entre os índios da redondeza.

No mesmo tempo em que Francisco descobriu a Gruta do Bom Jesus, foram descobertas as primeiras minas de ouro no território, que se chamaria posteriormente Minas Gerais.

E o Rio São Francisco era na época o melhor e único caminho de penetrar no interior do Brasil. Diz
Euclides da Cunha no seu livro “Os Sertões”: “Vedado nos caminhos diretos e normais à costa,
mais curtos porém, interrompidos pelos paredões das serras ou trancados pelas matas, o acesso fazia-se pelo Rio São Francisco. Abrindo aos exploradores duas estradas únicas, à nascente e à foz, levando os homens do sul ao encontro dos homens do norte. O grande rio erigia-se desde o princípio com a feição entre as duas sociedades que não se conheciam…”

Daí começou o movimento. Levas intermináveis de aventureiros, caçadores de ouro, mascates e vaqueiros, subiam o Rio São Francisco, fazendo pouso nesta Lapa, para rezar, fazer promessas, dar graças a Deus peranteas imagens do Bom Jesus e de Nossa Senhora da Soledade, colocadas pelo Monge num altar da capela-mor da Gruta.

Pelo seu exemplo e pelas suas palavras, Francisco “O Monge da Gruta”, conseguiu fazer brotar nos corações de muita gente o amor ao Bom Jesus e à Sua Santa Mãe.

Como exemplo de fé viva e amor, construiu às portas da gruta, o primeiro hospital de doentes e o asilo dos pobres, sendo ele próprio enfermeiro e protetor daquela gente sofredora.

Francisco mostrava a imagem do Bom Jesus pregado na cruz para todos aqueles que curava, dizendo-lhes que foi o Bom Jesus quem fez aquela cura e ainda deseja curar dentro de nós todos os males que prejudicam nossa pessoa e a do nosso próximo.



Gruta-Capela
A venerada Imagem de Cristo Crucificado, sob o título de Bom Jesus, ficou exposta dentro da gruta atraindo a todos que passavam por perto. O culto ao Senhor Bom Jesus, que morreu na cruz pela nossa salvação, começou a conquistar os corações, até dos intrépidos bandeirantes, caçadores de ouro e conquistadores de terras. Assim foi descoberto o Santuário do Senhor Bom Jesus, chamado “da Lapa” pois foi na Gruta onde ficou a imagem d’Ele, exposta.

Já citado antes, Euclides da Cunha, revela “… os possuidores do solo, de que são os modelos clássicos, os herdeiros de Antônio Guedes de Brito, eram ciosos de dilatados latifúndios, sem raias, avassalando a terra. A custo toleravam a intervenção da própria metrópole. A ereção de capelas ou paróquias, em suas terras fazia-se sempre através de controvérsias com os padres e, embora estes afinal ganhassem a partida, caiam de algum modo sob o domínio dos grandes. Estes dificultavam a entrada de novos povoadores ou concorrentes e tornavam as fazendas de criação dispersas em torno das frequesias recém-formadas, poderosos centros de atração à raça mestiça que delas promanava: Assim, esta se desenvolveu fora do influxo de outros elementos… adquirindo uma fisionomia original.
Como que se criaram num país diverso…”

Francisco de Mendonça Mar, por seu modo de viver que escolheu e com o apostolado que desenvolveu, não caiu sob o domínio, nem numa dependência dos grandes, mas sim, criou uma entidade autônoma, independente dos poderosos deste mundo, recebendo direto do Rei de Portugal a doação de terras para o Santuário. Esse gesto lhe proporcionou insenções de qualquer ingerência e colocou no  nível de donatário da coroa.

Foi por isso que o Santuário do Bom Jesus da Lapa, nunca na sua história, pertenceu a algum proprietário de latifúndios. Era isento, embora as terras dele ao longo da história, aos poucos, fossem roubadas e, até mesmo o próprio Morro, mutilado e invadido à força pelos caciques locais, que após 300 anos estão se perguntando: “E a escritura? O Santuário será que tem a escritura da prefeitura municipal?”

Francisco vivia humildemente da pesca e de pequena horta. Tornou-se conhecido pela sua bondade. Todos o admiravam.
Ele se ocultou, mas o Bom Jesus o revelou, pois os viandantes, que regressavam à Bahia, eram portadores da notícia de que no coração do sertão, numa linda gruta de um morro à margem do Rio São Francisco, morava o MONGE DA GRUTA,  um homem que realizava um apostolado fecundo pregando o Evangelho do Bom Jesus.

Estas notícias chegaram aos ouvidos do Arcebispo da Bahia, Dom Sebastião Monteiro da Vide.

Este, enviou em 1702 um Visitador Geral que constatou serem verdadeiras todas as notícias sobre o culto do Senhor Bom Jesus e sobre a vida exemplar do Monge. Levou portanto informação favorável, quer do bom espírito, que animava o Monge, quer do lugar em que a Santa Imagem de Cristo Crucificado era venerada por grande número de pessoas. Alí os sacerdotes, na sua passagem, já celebravam a Santa Missa, pois havia todos os paramentos necessários para o culto.

O Visitador Geral, vendo que o culto do Bom Jesus florescia e já existia romaria, embora pequena, erigiu aquele templo que a natureza havia fabricado, em capela, ou igreja, com o  título de SENHOR BOM JESUS e de NOSSA SENHORA DA SOLEDADE.



“O Monge – Torna-se Padre”
O Arcebispo chamou “O Monge” à Bahia (Salvador) e, após uma preparação, ordenou-o sacerdote em 1706.  Nomeou-o Capelão do “Santuário do Senhor Bom Jesus da Lapa e de Nossa Senhora da Soledade”. Em homenagem à ela, o Monge da Gruta passou a chamar-se PADRE FRANCISCO DA SOLEDADE.

Padre Francisco voltou à Gruta, organizou o culto, levado pelo zelo apostólico, pregava por toda a  parte  o Santo  Evangelho, administrando os sacramentos, aconselhando e curando os doentes, consolando os escravos; tornando o Bom Jesus e a Senhora da Soledade, mais conhecidos e amados.

Em resposta ao amor do Senhor Bom Jesus, este povo sentia a obrigação de peregrinar até a gruta, visitando nela a sua Imagem, principalmente nos dias das festas (06 de agosto e 15 de setembro de cada ano), a fim de agradecer as graças recebidas.

Assim, nasceu a ROMARIA, que até hoje continua sendo uma expressão de fé e amor ao Bom Jesus.
Padre Francisco da Soledade, “o Monge da Gruta”, foi o iniciador do culto ao Bom Jesus e o organizador do Santuário. Foi ele que fez os primeiros altares, conseguiu parâmentos, castiçais, a imagem de Santo Antônio de Lisboa e a de Nossa Senhora da Soledade.



A gruta tornou-se o Santuário do Senhor Bom Jesus: convertera-se em igreja maravilhosa, lugar de descanso e devoção para os viajantes, em centro de peregrinação e romaria, tendo enfermaria, hospital de doentes e asilo de pessoas pobres, as quais todas elas eram tratadas com muita caridade. Foi também centro de agricultura, visto que o “Monge” plantava as lavouras do sertão, além disso, tornou-se centro de missões, de onde estas se irradiaram para os lugares mais afastados do imenso sertão.

É quase certo que o Padre Francisco morreu na Lapa. Pobre, humilde e piedoso como havia vivido, entregou seu espírito ao Criador no mesmo Santuário, que ele fundara. Sua morte ocorreu provavelmente depois de 1722, com mais ou menos 65 anos de idade.

A tradição nos aponta a “Cova do Monge”, ao lado direito do altar-mor, como lugar onde foi enterrado seu corpo. É a mesma cova onde fazia orações e penitências e que lhe servia de dormitório. Lá se pode ver uma pedra de mármore preto com a inscrição: “AQUI FOI SEPULTADO O PADRE FRANCISCO DA SOLEDADE, SACERDOTE SECULAR, QUE TROUXE A IMAGEM MILAGROSA DO BOM JESUS A ESTA LAPA E NELA VIVEU EM ORAÇÃO E PENITÊNCIA.  DESCANSE."

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O Santuário do Bom Jesus da Lapa
O abrigo foi descoberto em 1691 pelo português Francisco Mendonça Mar, que exercia, como seu pai, a profissão de ourives e pintor. Com vinte e poucos anos de idade, em 1679, chegou a Salvador da Bahia, onde instalou sua própria oficina. Em 1688, foi encarregado de pintar o palácio do Governador Geral do Brasil, em Salvador, mas, ao invés de receber o pagamento, Francisco foi levado à cadeia e cruelmente açoitado. Tocado pela divina graça, reconhecendo a vaidade do mundo, ele aprendeu que a única coisa que vale é a salvação. Distribuindo seus bens, fez-se pobre e, acompanhado de uma imagem do Cristo crucificado, enveredou-se pelo sertão adentro. Caminhou entre tribos de índios antropófagos, passou fome, sofreu o calor do sol.

Uma tarde, depois de vários meses de incessante caminhada, avistou um morro, subiu uma áspera ladeira e, por uma abertura na pedra, penetrou numa gruta. Lá dentro, encontrou uma cavidade ideal para colocar a cruz que levava. Ali, à margem do rio São Francisco, começou uma vida de eremita.

Dedicado à oração e à penitência, o monge logo percebeu que o amor a Deus não pode ser isolado da vida; então começou a trabalhar em favor dos mais necessitados, trazendo para junto de si pobres, doentes, infelizes e aleijados, a fim de servi-los com amor.

No ano de 1702, a pedido do arcebispo da Bahia, dom Sebastião Monteiro de Vide, foi a Salvador preparar-se para o sacerdócio. Estudou durante três anos e, em 1705, foi ordenado padre.Tomando o nome de Padre Francisco da Soledade após a ordenação, voltou à Lapa onde viveu até sua morte, em 1722.

Os romeiros
A gruta, onde o monge Francisco colocou a cruz, tornou-se o santuário do Bom Jesus da Lapa. É mais do que uma cavidade na pedra: é um santuário construído pela mão da natureza e escolhido por Deus. Diante da imagem do Crucificado, ajoelham-se os romeiros de todas as idades, vindos de diferentes lugares do Brasil. Eles trazem consigo o coração penitente, uma oração fervorosa de palavras simples que brotam espontaneamente.

No altar do Bom Jesus, podemos ouvi-los balbuciando preces; outros, em voz alta, fazem seus pedidos e agradecimentos; outros misturam palavras com lágrimas e outros pagam promessas, deixando ex-votos, como fotos, cartas, muletas etc. É a Ele que o romeiro recomenda sua vida e a de seus familiares e amigos, entregando-se a sua proteção. A promessa feita e cumprida é uma forma de agradecer a Deus por todo o bem que ele, “pobre homem”, recebe das mãos divinas. O romeiro caracteriza-se pelo chapéu de palha revestido rusticamente de tecido branco e fitas coloridas. A mais comum é a de cor branca, simbolizando a esperança. Um fato pitoresco na cidade é que quase todos os telefones públicos (orelhão) são em forma de chapéu.


O tempo da romaria
Desde tempos imemoráveis, a festa do Bom Jesus é celebrada no dia 6 de agosto, mas, na verdade, o movimento dos romeiros começa logo após a festa de São João.

No santuário e na cidade, o movimento intensifica-se a partir de 28 de julho, quando se inicia a novena na esplanada, culminando no dia 6 de agosto com a celebração solene. Pela manhã e à tarde, há procissão pelas principais ruas da cidade, onde se destaca o andor carregando a imagem milagrosa do Bom Jesus da Lapa. No ano de 2000, o santuário foi visitado por mais de 1.200.000 romeiros e, em 2001, a Polícia Militar calcula que, no dia da festa, a cidade recebeu quase 300.000 pessoas. O tempo da romaria não termina com a festa, mas continua até o fim do ano. Mineiros, paulistas, cariocas, capixabas, goianos, baianos e outros.  Todos eles se encontram aos pés do Bom Jesus.

O fundador do santuário, Pe. Francisco da Soledade era muito devoto de Nossa Senhora. Peregrinando em busca do lugar ideal para fazer penitência, trazia também uma pequena imagem de Nossa Senhora das Dores. Desde o começo, no dia 15 de setembro, celebra-se a belíssima festa com a participação de milhares de peregrinos.

A missão permanente dos redentoristas
A missão do Pe. Francisco continua nesta terra há mais de 3 séculos (1691-2009), com sucesso. Cada ano o santuário recebe um número sempre maior de visitantes e a fama do lugar se espalhou não apenas pelo Brasil, mas também no mundo. Os missionários do Santíssimo Redentor (redentoristas) estão atuando na Lapa desde 1956. Nos primeiros 20 anos, trabalhavam os confrades da vice-província do Recife e, a partir de 1973, a vice-província da Bahia assumiu a responsabilidade pelo santuário. O trabalho com os romeiros, durante todo o ano, é uma missão permanente.

Nessa realidade nordestina, chega ao santuário o romeiro pobre, muitas vezes abandonado material e espiritualmente; por isso precisa ser bem recebido e para levar consigo a mensagem evangélica e a força espiritual. O trabalho pastoral do santuário tem grande influência na vida religiosa da região. Nele o romeiro sempre tem a oportunidade de participar de vários eventos coletivos, como, por exemplo, a Romaria da Terra e das Águas, Romaria da Pastoral da Criança, Romaria dos Legionários, Romaria dos Agentes de Saúde e Endemias, etc.

A beleza natural e a forte devoção pelo Bom Jesus fazem desse lugar “a capital baiana da fé”. Para o povo nordestino, trata-se de um lugar verdadeiramente sagrado.

Convite:
Venha você também, contemplar essa beleza e visualizar o pôr do sol mais belo do sertão sãofranciscano. Se, por acaso, esteja pensando na distância! Diga como um bom baiano: " é logo ali". Junta sua turma e venha desvendar os mistérios das pedras calcárias do morro do Santuário, as quais fascinaram Francisco da Soledade, em tempos passados, e que hoje fascinam milhares e milhares de romeiros.

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Faça um tour virtual por dentro do Santuário Bom Jesus da Lapa, (Clique na Imagem à baixo):

http://www.bomjesusdalapa.org.br/site/multimidia/passeio-turistico.html

terça-feira, 25 de março de 2014

Três mil peças de cerâmica compõem a “Semana da Paixão” no Castelo de Castro Marim


A exposição “Semana da Paixão” está a decorrer até 27 de abril, na Igreja do Castelo de Castro Marim, numa iniciativa da Associação Cultural das Amendoeiras em Flor, com a colaboração da Câmara Municipal desta vila.

Nesta exposição, o visitante é convidado a descobrir os ritos da Semana Santa, período entre o Domingo de Ramos e o Domingo de Páscoa, através de uma maquete de três mil peças de cerâmica pintada à mão que recria a paixão de Cristo, quando Jesus se entrega, voluntariamente, para ser cruxificado a fim de pagar pelos pecados do seu povo.

A inauguração da “Semana da Paixão” teve lugar ontem com a participação musical do coro litúrgico “Credo in Vobis” da Associação Cultural das Amendoeiras em Flor. A valorizar a exposição também estará patente ao público uma mostra de arte sacra, com diversas peças ligadas à religião cristã.

A exposição, com maquete da Via Sacra, tem os apoios da Direção Regional de Cultura do Algarve, das Juntas de Freguesia de Altura, Castro Marim e Odeleite, da Paróquia de São Tiago de Castro Marim, da Santa Casa da Misericórdia de Castro Marim e da Escola de Hotelaria e Turismo de Vila Real de Santo António.

segunda-feira, 24 de março de 2014

Arquitetura Religiosa e Patrimônio Cultural são temas de palestras

O curso de Arquitetura e Urbanismo da Uniso promoverá duas palestras, nos dias 27 e 31 de março, na Cidade Universitária (Rod. Raposo Tavares, km 92.5), com entrada aberta ao público.

No dia 27, quinta-feira, a palestra "Arquitetura Religiosa no Brasil e seus Simbolismos" será ministrada pelo Museólogo e pesquisador de artes sacras, o Frei Róger Brunorio, atualmente, assessor técnico em museologia do Museu de Arte Sacra de Santos e coordenador do Departamento dos Bens Culturais da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil.

A palestra acontecerá no Auditório do Bloco F, na Cidade Universitária (Rod. Raposo Tavares, km 92.5) às 8h30 e às 19h30, com entrada aberta aos interessados nos aspectos históricos e simbólicos da arquitetura brasileira e ao público em geral.

Formando em Museologia pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, o Frei Róger Brunorio também é membro da Comissão dos Projetos de Restauro dos Conventos de Santo Antônio/RJ e do Convento N. Sra. do Amparo, São Sebastião/SP, e coautor e consultor técnico do Projeto de Inventário da Arte Sacra Fluminense, pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural do Rio de Janeiro (Inepac).

Já no dia 31 de março, segunda-feira, o arquiteto Edson Luís da Costa Sampaio, que atua no Órgão Técnico de Apoio ao Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural, na Secretaria de Cultura de Santos, ministrará a palestra "Arquitetura Contemporânea e Patrimônio Cultural, uma relação necessária e importante".

O objetivo é mostrar como pode se dar a relação entre bens históricos, protegidos por legislação especial, e intervenções contemporâneas. Para exemplificar isso, serão apresentadas obras já concluídas ou em execução, como os Teatros Coliseu e Guarany e o Museu Pelé, todas em Santos.

O arquiteto e professor universitário Edson Sampaio é mestrando na FAU-USP e Especialista em Teoria e Prática da Preservação e Restauro do Patrimônio Arquitetônico e Urbanístico. Elabora pareceres técnicos e participou da produção da "Cartilha de Patrimônio Histórico do Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Santos" e do "Inventário dos imóveis situados no centro histórico de Santos".

A palestra acontecerá no Auditório Central, às 20h30, com entrada aberta ao público, especialmente para aqueles que se interessam pela preservação de bens culturais.

Fonte: Notícia publicada na edição de 24/03/14 do Jornal Cruzeiro do Sul.

domingo, 23 de março de 2014

Imagens da Matriz de Santo Antônio de Ouro Branco são restauradas

A restauração da Matriz de Santo Antônio em Ouro Branco conta com etapas burocráticas e também com a execução de projetos complementares que já estão sendo concluídos por técnicos e especialistas em restauro de bens tombados. Além de salvaguardar esse belo exemplar do barroco mineiro, com medidas preservacionistas como a instalação do sistema de combate a incêndio, o projeto de revitalização da Matriz possibilitou a restauração das imagens sacras, a maioria delas esculpidas por artistas locais movidos pela fé e devoção.
Em sua maioria, são obras artísticas e devocionais remanescentes do século XVIII que registram o modo de ser e de pensar da sociedade da época. Segundo o restaurado Gilson Felipe, foram realizados testes mecânicos com bisturis cirúrgicos, espátulas e produtos químicos para avaliar as possibilidades de encontrar a carnação original da imagem. “É um trabalho minucioso que necessita de muita atenção e cuidado”, relata Gilson que desenvolve atividades de educação patrimonial simultaneamente à restauração dos elementos artísticos do templo religioso, como visitas guiadas.
“Agora faltam apenas os detalhes nos altares, mas as imagens estão restauradas, com uma policromia revigorada da época quando foram esculpidas”, esclarece o especialista.    
De acordo com o coordenador do projeto Edilson Nascimento, a obra está em fase de conclusão. “Trata-se de um grande trabalho em conjunto de resgate de nossa religiosidade, de nossa fé. Isso me faz acreditar que podemos fazer sempre algo em benefício da coletividade e que não podemos desistir no primeiro obstáculo. Com fé e muito trabalho, nossa Matriz está retomando sua beleza original e terá sistemas de segurança e de proteção que merece”, afirma Edilson que já coordenou a última restauração no templo religioso em 1996. 

“Aprendi muito com a vivência dessas duas experiências tanto na parte arquitetônica quanto na restauração dos elementos artísticos. Ouro Branco é uma das poucas cidades mineiras que está restaurando obras atribuídas ao Mestre Ataíde, nossa Matriz é linda. Estamos fazendo a nossa parte”.
A obra conta com o apoio do BNDES, CEMIG, Governo de Minas, Governo Federal e Lei Federal de Incentivo à Cultura. Tombada como patrimônio cultural brasileiro em 1949, as intervenções realizadas no monumento são fiscalizadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).  
07.08.2012 102
Leonardo Teodoro, da Paróquia de Santo Antônio, destaca a importância da iluminação externa da Matriz. “A restauração dos elementos artísticos ficou excelente esperamos o mesmo para a obra externa como a limpeza e a pintura do entorno da Matriz. A iluminação externa é precária e não valoriza a imponência do monumento. Estamos ansiosos para ver o resultado da iluminação externa”, enfatiza Leonardo.    

Fonte: Fato Real

sábado, 22 de março de 2014

Sobre o culto das imagens, uma questão de decoro




“… para lá da destruição material que um mau restauro provoca - aquele que manipula e não respeita autenticidade da obra, promovendo adulterações, repintes ou alterações iconográficas - ele constitui, antes de uma qualquer opção estética falível, um atentado à dimensão sagrada da imagem religiosa.”


Fonte: Agencia Ecclesia
Secretariado Nacional de Bens Culturais da Igreja

sexta-feira, 21 de março de 2014

Palestra: Conservação Preventiva

À partir das 09h30. Reserve sua vaga!

Fonte: MAV

Curso de Escultura Sacra com Wandecok Cavalcanti


Wandecok é Santeiro. Nasceu na terra do barro – Caruaru (PE) – e brincava com peças modeladas por Mestre Vitalino, que seu pai comprava na feira. “Ficava observando os ceramistas e acho que assim fui aprendendo. Trabalhei inclusive como servente, preparando o barro para eles.” Curioso e detalhista, andou por muitos lugares trabalhando e aprendendo mais sobre o barro. Fez curso no Museu de Arte Sacra de Olinda (PE) e uma oficina prática sobre o Barroco, em Salvador (BA).

O curso abrangerá a construção da obra sacra e a utilização de argilas de cores diferentes.

http://wandecok.blogspot.com.br/

Serviço:

Dia 16 de abril (quarta-feira)
Horário: 9-12h e das 14-17h.
Local: Atelier do Dalcir
15 vagas
Inscrições abertas!

Mais informações e inscrições: encontroceramistasparaty@gmail.com

BLOG OFICIAL www.encontrodeceramistasemparaty.blogspot.com.br


Fonte:Encontro de Ceramistas em Paraty

quinta-feira, 20 de março de 2014

CNBB nomeia Comissão Especial para Tricentenário do encontro da imagem de Aparecida

Selo Jubileu de 300 anos da ImagemUm evento tão grandioso quanto o Tricentenário do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida demanda muito trabalho e organização.
Vislumbrando isso, a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) nomeou uma Comissão especial para acompanhar o projeto.

Fazem parte dessa Comissão o Cardeal Arcebispo de Aparecida e Presidente da CNBB, Dom Raymundo Damasceno Assis, Dom Darci José Nicioli, seu bispo Auxiliar, o bispo de Bom Jesus da Lapa (BA), Dom José Valmor César Teixeira, Dom Hélio Adelar Rubert, Bispo de Santa Maria (RS), além dos Missionários Redentoristas padres Domingos Sávio da Silva, reitor do Santuário Nacional, Luiz Cláudio Alves de Macedo, Ecônomo, e padre Josafá de Jesus Moraes, Diretor da TV Aparecida.

Essa Comissão trabalha em conjunto com outra, composta de 10 pessoas da Arquidiocese de Aparecida (apresentada na edição de outubro de 2013).

Um dos projetos, já em andamento, é a Entronização de uma imagem de Nossa Senhora de Fátima no Santuário Nacional de Aparecida. [clique para saber mais]

Fonte: Revista de Aparecida

quarta-feira, 19 de março de 2014

Fundação de Arte de Ouro Preto abre 45 vagas em concurso público


FAOP abre inscrições nesta sexta-feira (21/03).
A Fundação de Arte de Ouro Preto | FAOP, instituição que tem como missão valorizar a arte em todas as suas dimensões e incentivar a preservação do patrimônio cultural com foco no desenvolvimento humano, torna público o edital de abertura do concurso público destinado a selecionar candidatos para o provimento dos cargos das carreiras de Gestor Cultural, Técnico de Cultura, Professor de Arte e Restauro Nível I e Professor de Arte e Restauro Nível III, onde 45 vagas são oferecidas.

Para o cargo de Técnico de Cultura, estão disponíveis dezenove vagas, distribuídas em duas áreas de atuação: Administrativo, que conta com quinze vagas, e Conservação e Restauração de Bens Móveis e Integrados, que disponibiliza quatro vagas. Para concorrer a estes cargos é necessário que os candidatos possuam o ensino médio completo. O salário inicial oferecido é de R$ 954,55 e a jornada de trabalho é de 40 horas semanais. A taxa de inscrição é de R$ 44,00.

O cargo de Professor de Arte e Restauro Nível I (médio) disponibiliza oito vagas ao total para as áreas de Arte-Educação/ Desenho/ Pintura/ Gravura/ Cerâmica, que conta com três vagas, e para a área de Conservação e Restauração de Bens Móveis e Integrados que oferece as outras cinco vagas. Para concorrer, é necessário que os candidatos possuam o ensino médio completo. O salário inicial oferecido é de R$ 1.237,01  para uma jornada de trabalho de 24 horas semanais. A taxa de inscrição é de R$ 44,00.

Já o cargo de Professor de Arte e Restauro Nível III (superior) conta com doze vagas divididas nas mais amplas áreas de conhecimento. A área de atuação em Arte-Educação/ Desenho/ Pintura/ Gravura/ Cerâmica disponibiliza quatro vagas e exige que o candidato possua  curso superior completo em qualquer área. A área de Conservação e Restauração de Bens Móveis e Integrados conta com cinco vagas e requer que o candidato tenha formação em qualquer área e curso específico completo em Conservação e Restauro de Bens Móveis. Há uma vaga para a área de História da Arte e Iconografia, que tem como pré-requisito graduação completa em História, Arquitetura, Museologia, Belas Artes ou em outros cursos superiores em áreas afins. Já a área de Música, que disponibiliza uma vaga, requer que o candidato possua o curso superior completo de licenciatura em Educação Artística com Habilitação em Música, Artes com habilitação em Música, Educação Musical ou Música. Na área de Química há uma vaga, exigindo que os candidatos tenham o curso superior completo de licenciatura em Química. O salário oferecido a todas as áreas de atuação é de R$ 1.445,30 para uma jornada de trabalho de 24 horas semanais. A taxa de inscrição no concurso é de R$ 69,00.

Há cinco vagas disponíveis para o cargo de Gestor de Cultura que oferece uma vaga para graduados em Biblioteconomia e duas vagas para graduados em Pedagogia. A área de Tecnologia da Informação conta com uma vaga e exige que o candidato possua curso superior completo em Tecnologia da Informação ou graduação equivalente na área de Informática. A área de Tecnologia em Conservação e Restauração de Bens Imóveis disponibiliza uma vaga e requer que o candidato tenha graduação em Tecnologia em Conservação e Restauro. Os salários oferecidos são de R$ 2.083,72 para uma jornada de 40 horas semanais, com taxa de inscrição de R$ 69,00.

Das 45 vagas oferecidas, 5 são destinadas à candidatos portadores de deficiência. O cargo de Técnico de Cultura disponibiliza 2 vagas e os cargos de Gestor Cultural, Professor de Arte e Restauro Nível II e Professor de Arte e Restauro Nível III oferecem uma vaga cada.

As inscrições devem ser realizadas de 21 de março a 17 de abril de 2014 exclusivamente por meio do site do Instituto Nosso Rumo – www.nossorumo.org.br, onde o candidato também terá acesso ao edital do concurso.
A realização da prova objetiva, que terá duração de quatro horas, está prevista para o dia 18 de maio de 2014.

Para mais informações, o Instituto Nosso Rumo disponibiliza o Serviço de Atendimento ao Candidato, pelo telefone (11) 3664-7878, pelo e-mail candidato@nossorumo.org.br e pelo link “Fale Conosco” de seu site.

Fonte: Nosso Rumo

segunda-feira, 17 de março de 2014

Primeiro escultor a reproduzir a Imagem da Padroeira do Brasil é homenageado no Santuário Nacional

Foto de: Felipe Guimarães
Francisco Ferreira ou Chico Santeiro, como era conhecido, foi o primeiro artista a reproduzir a Imagem da Padroeira do Brasil. Em sua homenagem, o Museu Nossa Senhora Aparecida realiza uma mostra no hall da Torre Brasília. Sete Imagens da Virgem de Aparecida ficarão expostas até o dia 28 de março, podendo ser visitadas todos os dias da semana.

Chico Santeiro fez mais de 3 mil réplicas, que foram enviadas para a Europa. A maior parte confeccionada a partir de técnica mista desenvolvida pelo artista, que usava pó de serragem e cola, além de barro e madeira.
Nascido em Cunha, no ano de 1892, trabalhou como sacristão na Basílica Velha de Nossa Senhora da Conceição Aparecida (Matriz Basílica), no início do século XX, onde conheceu o Missionário Redentorista Irmão Bento, escultor e pintor que veio da Alemanha para o Brasil para evangelizar através de sua arte.

Chico Santeiro já possuía habilidades no campo das artes e como discípulo (aluno) do Irmão Bento, aprimorou seus conhecimentos na escultura e pintura, mantendo suas técnicas e estilo próprio.

“Ele ficou muito famoso porque criou uma técnica própria. Nada em suas obras lembra as do Irmão Bento. Após se aposentar como sacristão, ele passou a se sustentar com sua obra”, afirma César Maia, curador do Museu.

Além das peças selecionadas para a mostra, o Santuário disponibiliza toda a obra de Chico Santeiro no Museu Nossa Senhora Aparecida.

Foto de: Felipe Guimarães/ Arte: Santuário Nacional

Fonte: A12

domingo, 16 de março de 2014

Curso Livre: Arquivos Eclesiásticos

Entre 31 de março e 04 de abril, o Museu de Arte Sacra de São Paulo promoverá o curso livre "Arquivos Eclesiásticos", ministrado por Cristian José Oliveira Santos, doutor em Literatura e Práticas Sociais pela Universidade de Brasília (UnB). Com carga horária de 15 horas, o curso abordará os seguintes conteúdos:

1. História dos Arquivos Eclesiásticos2. A Estrutura Orgânica da Igreja Católica e seus Arquivos3. Os Códigos de Direito Canônico de 1917 e de 19834. Os Bens Culturais e a Nova Evangelização no Pontificado de João Paulo II 5. Gestão de Arquivos Eclesiásticos

O curso consistirá em aulas expositivas e discussão de textos em sala de aula, a partir da leitura prévia. Ao final, o museu emitirá certificado aos participantes. 

Período: 31/03 a 04/04Horário: 19h às 22hVagas: limitadasValor: R$ 300Em caso de desistência, será retido 50% do valor pago. 
Inscrições: mfatima@museuartesacra.org.br Informações: (11) 5627.5393Local: Museu de Arte Sacra de São PauloEndereço: Avenida Tiradentes, 676 Metrô: Estação TiradentesEstacionamento gratuito: entrada pela Rua Jorge Miranda, 43O museu emitirá certificado de participação

Bibliografia

FUNDAÇÃO HISTÓRICA TAVERA. Los archivos de América Latina. Madri: Fundación MAPFRE TAVERA, 2000. 

IGREJA CATÓLICA. Código de Direito Canônico. Promulgado [pelo] Papa João Paulo II. 2. ed. Versão portuguesa de A. Leite S. I.; revista por Serafim Ferreira e Silva, Samuel S. Rodrigues, V. Melícias Lopes e Manuel Luís Marques. Lisboa: Conferência Episcopal Portuguesa, 1983. 

ABIB, Jamil Nassif. Arquivos eclesiásticos. In: MESA REDONDA NACIONAL DE ARQUIVOS, 1999, Rio de Janeiro. Anais eletrônicos... Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 1999. Disponível em: . Acesso em: 6 fev. 2005.

ABREU, José Paulo. A Igreja e os seus arquivos: história e normas, até 1983. In: ROSA, Maria Lourdes; 

FONTES, Paulo F. O. (coord.). Arquivística e arquivos religiosos: contributos para uma reflexão. Lisboa: Centro de Estudos de História Religiosa, 2000. 312 p. p. 27-162. 

ALCALÁ ALVARADO, Alfonso. Problemática dos arquivos eclesiásticos latino-americanos e sugestões de soluções. Boletim do Centro de Pesquisa e Estudos sobre a História da Igreja no Brasil, n. 2, p. 765-771, maio 1979.

BOAGA, Emanuele. Gli archivi ecclesiastici nel Diritto Canonico. In: ROMANELLI, Francesca Cavazzana; 

RUOL, Isabella (dir.). Archivi e Chiesa locale: studi e contributi. Veneza: Edizioni Sutdium Catolico Veneziano, 1993. 

CONSELHO NACIONAL DE ARQUIVOS. Recomendações para a construção de arquivos. Rio de Janeiro: CONARQ, 2000. 

GARIBAY ÁLVAREZ, Jorge. La función pastoral de los archivos eclesiásticos: apoyo al desarrollo de archivos y bibliotecas de México, A.C. (ADABI). Disponível em: 
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JOÃO PAULO II, Papa (1978-2005). Discurso ao pessoal do Arquivo Secreto Vaticano e da Biblioteca Apostólica Vaticana. L’Osservatore Romano. Cidade do Vaticano, n. 4, 23 jan. 1999. Edição semanal em português, p. 9.

JOÃO PAULO II, Papa (1978-2005). Discurso a la Asamblea Plenária del Consejo Pontifício de la Cultura, 18 enero 1983. Disponível em: . Acesso em: 10 fev. 2005.

PONTIFÍCIA COMISSÃO PARA OS BENS CULTURAIS DA IGREJA. A função pastoral dos arquivos eclesiásticos: carta circular, de 2 de fevereiro de 1997. Cidade do Vaticano: IGER, 1997. 

POTVIN, Lucille. Contribution pour la définition d’une politique des archives religieuses. In: ROSA, Maria Lourdes; FONTES, Paulo F. O. (Coord.). Arquivística e arquivos religiosos: contributos para uma reflexão. Lisboa: Centro de Estudos de História Religiosa, 2000. 312 p. p. 27-162.

ROUSSEAU, Jean-Yve, COUTURE, Carol. Os fundamentos da disciplina arquivística. Lisboa: Dom Quixote, 1998. 

sábado, 15 de março de 2014

Encontro para Professores: Escultura Colonial Brasileira



No dia 29 de março, o Museu de Arte Sacra de São Paulo promove Encontro para Professores sobre o tema "Escultura Colonial Brasileira: Materiais e Técnicas". O encontro objetiva explorar o acervo de esculturas do museu a partir da análise de obras e oficinas práticas, trantando especificamente da produção das oficinas conventuais do século XVII e das oficinas regionais do século XVIII. A atividade oferecerá, ainda, subsídios para professores trabalharem a linguagem da escultura em sala de aula.

As inscrições devem ser realizadas somente pelo email educativo@museuartesacra.org.br, informando nome completo, e-mail, telefone(s) para contato, escola e disciplina que leciona. A participação é gratuita. O museu emitirá certificado de participação.

Escultura Colonial Brasileira: Materiais e Técnicas
Data: 29/03/14Horário: 10h às 17hVagas: 30Ingresso: gratuitoInscriçõeseducativo@museuartesacra.org.br  
Para efetuar a inscrição é preciso indicar nome completo, e-mail, telefone(s) para contato, escola e disciplina que leciona. Aguarde resposta de confirmação em até três dias úteis. Aos participantes, serão fornecidos certificados e material de apoio à prática pedagógica. 
Local: Museu de Arte Sacra de São PauloEndereço: Avenida Tiradentes, 676Metrô: Estação TiradentesEstacionamento gratuito: Rua Jorge Miranda, 43Informações: (11) 3326.3336 O museu emitirá certificado de participação
 

sexta-feira, 14 de março de 2014

Exposição: O Papa sorriu



15 março 2014 - 30 abril 2014 
 
O Museu de Arte Sacra de São Paulo – MAS/SP, equipamento da Secretaria de Estado da Cultura, exibe O Papa Sorriu, mostra que conta com 38 caricaturas feitas por 38 cartunistas brasileiros e estrangeiros. A exposição faz uma homenagem ao Papa Francisco, que completa um ano de papado mostrando simplicidade e bom humor no trato com todas as pessoas, fato evidenciado na ocasião de sua visita ao Brasil para a Jornada Mundial da Juventude, em 2013.

Impressionados com os sorrisos e abraços distribuídos pelo Papa, especialmente com os jovens, um grupo de cartunistas reuniu diversas obras que retratam o Pontífice e sua simpatia. O resultado foi a publicação do livro intitulado O Papa Sorriu, entregue pessoalmente ao Papa Francisco pelo Arcebispo metropolitano de São Paulo, Dom Odilo Scherer, no início de 2014. Agora, alguns desses trabalhos ocupam as paredes do MAS/SP em exposição inédita: “Para nós, demonstra que fazemos sim arte. É a primeira vez que caricaturas entram em um museu de arte sacra. Parabéns a todos que acreditaram em mais essa empreitada de nossas flash expo”, comenta José Alberto Lovetro, Presidente da Associação dos Cartunistas do Brasil. 

Com traços característicos acentuados, os artistas criam desenhos de certa forma cômicos, que provocam todos os tipos de reação nos espectadores, desde a surpresa até a ternura. Entre os nomes de destaque, a mostra exibe trabalhos de artistas conhecidos nacionalmente, como Baptistão, Carlos Amorim, Gilmar Fraga, Gustavo Paffaro, J. Bosco, Junior Lopes, Luiz Carlos Fernandes, Mônica Fuchshuber, Omar Figueroa Turcius, Quinho, Sergio Morettini e William Medeiros.

Nas palavras de José Carlos Marçal de Barros, Diretor Executivo do MAS/SP: “Nas crônicas políticas e sociais, a caricatura constitui uma das mais aguçadas formas de expressão. Nada parece escapar aos olhos do caricaturista, cujo poder de síntese revela um invejável conhecimento sobre a realidade e sobre o ser humano.”

Exposição: O Papa Sorriu

Cartunistas: Alan Souto Maior, Alex Souza, Ariel Silva, Baptistão, Benjamim Cafalli, Bira Dantas, Bruno Honda Leite, Carlos Amorim, Claudio Duarte, Ed Carlos Joaquim, Eder Santos, Elihu Duayer, Fredson Silva, Gilmar Fraga, Gustavo Paffaro, J. Bosco, Jorge Barreto, José Alberto Lovetro, Junior Lopes, Luiz Carlos Altoé, Luiz Carlos Fernandes, Mello Cartunista, Mônica Fuchshuber, Nei Lima, Omar Figueroa Turcio, Paolino Lombardi, Quinho, Renato Stegun, Ricardo Soares, Rice Araujo, Rodrigo Brum, Sergio Mas, Sergio Raul Morettini, Seri Ribeiro Lemos, Vicente Bernabeu, Wal Alves, William Martins Ribeiro, William Medeiros

Período: 15 de março a 30 de abril de 2014Local: Museu de Arte Sacra de São PauloEndereço: Avenida Tiradentes, 676 – Luz, São PauloTel.: (11) 3326-5393 - visitas monitoradasHorário: De terça a sexta-feira, das 9h às 17h, sábado e domingo das 10h às 18hIngresso: R$ 6,00 (estudantes pagam meia entrada); grátis aos sábadosNúmero de obras: 38Técnica: Desenho sobre papelDimensões: Variadas

Artistas em destaque
Baptistão - Ilustrador do jornal O Estado de São Paulo, da revista Veja e de diversos outros veículos da mídia. Premiado em Salões de Humor no Brasil e em vários países.
Carlos Amorim - Chargista lançado no Jornal O Pasquim, especializado em tiras diárias publicadas em diversos jornais no Brasil e vencedor de salões de humor pelo mundo.
GIlmar Fraga - Chargista do Jornal Zero Hora de Porto Alegre (RS) e vencedor de diversos salões de humor no Brasil e no mundo, também desenha para o mercado publicitário e de livros.
Gustavo Paffaro - Ilustrador da revista Veja e de diversos jornais. Vencedor de salões de humor e caricatura em todo o Brasil.
J.Bosco - Chargista do Jornal O Liberal de Belém do Pará, publicou vários livros de charges e foi premiado mundialmente em salões de humor.
Junior Lopes - Ilustrador de Veja e diversas revistas, vencedor de um prêmio de ilustração em Cannes na área de publicidade, artista plástico especializado em colagens.
Luiz Carlos Fernandes - Chargista do jornal Diário do grande ABC e de diversas revistas. Premiado no Brasil e em outros países, tem vários livros infantis publicados.
Mônica Fuchshuber - Artista plástica do Rio de Janeiro, com trabalhos nas áreas de design e ilustração.
Omar Figueroa Turcius - Desenhista colombiano que mora na Espanha, ganhou prêmios em salões de humor no mundo todo. Publica em revistas importantes da Espanha e de outros países europeus.
Quinho - Chargista do Jornal O Estado de Minas, caricaturista de Veja e Época, também foi premiado em diversos salões de humor.
Sergio Morettini - Desenhista de animação e quadrinhos com trabalhos para Editora Globo, Walt Disney (animação), Editora Escala, entre outros.
William Medeiros - Diretor de criação da Rede Paraíba de Comunicação (PB) e ilustrador da revista Brasília em Dia desde 1998. Vencedor de diversos Salões de Humor pelo Brasil.

Fonte: Museu de Arte Sacra de São Paulo
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