segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Caso de São João del Rei conta história de sino que matou sineiro

História foi lembrada na semana em que a cidade comemora 300 anos. Moradores afirmam que sino foi julgado, condenado e preso.


Igreja de São Francisco São João del Rei (Foto: Reprodução/ TV Integração) 
Segundo lenda, sino de igreja foi preso por
assassinato (Foto: Reprodução/ TV Integração)

Um dos casos mais intringantes de São João del Rei, no Campo das Vertentes, em três séculos de história, envolve um sino que, segundo relatos de moradores da ciade é "assassino". Apesar de representantes da Igreja Católica e da Polícia Civil afirmarem que foi impossível, há quem acredite que o sino da Igreja de São Francisco de Assis foi preso e condenado pela morte do sineiro João Pilão.

No fim da década de 1930, durante a procissão de Domingo de Ramos, o cortejo foi surpreendido com o silêncio ao se aproximar da Igreja de São Francisco. Ao verificar o que houve, encontraram o sineiro morto, após ser atingido na cabeça durante a dobra que anunciava a chegada da imagem do Senhor dos Passos. Na cidade, os sinos são batizados, por causa de uma tradição que veio da Europa. Antes de badalarem, recebem água benta, para repelir o mal, e um nome. Por ter um nome, diz a estória que o sino "Jerônimo" foi preso.

O turista Benedito João Zanelato se surpreendeu ao ouvir o relato durante visita à cidade. "É esquisito isso de prender e julgar um sino", disse. O guia turístico Luiz Antônio Miranda diz que sabe que não é possível, mas ainda assim acredita. "Aquilo que a gente aprende quando criança nos leva a acreditar. São lendas, mas no fundo a gente acaba acreditando", comentou.

A aposentada Maria Teresa Mourão não tem dúvidas. "Ele foi a julgamento, foi condenado e ficou muitos anos preso mesmo", assegurou. Outra versão aponta que "Jerônimo" foi condenado à morte, ou seja, derretido para ser usado para fazer outros sinos.

O delegado Marcos Atalla confirmou que houve uma morte na torre. No entanto, ele não concordou com o relato sobre o sino ter sido preso. "Só pessoas são alvo de investigação e prisão. De nenhuma maneira, algum objeto será preso", garantiu. O padre Geraldo Magela também acha improvável. "O certo é que, nas leis da Igreja, não existe nenhuma determinação sobre isso porque os sinos não tem vida própria. Como condenar um sino?", questionou.

A cidade registrou outros acidentes envolvendo sinos. Por duas vezes o badalo se soltou do sino da Igreja de São Francisco de Assis. O último caso foi há menos de cinco anos durante a festa de Nosso Senhor dos Passos. O badalo caiu de uma altura de quase 40 metros e deixou uma marca no chão. A queda foi no momento em que os fiéis chegavam da procissão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...