quinta-feira, 28 de março de 2013

Peças em terracota estão expostas no Museu de Arte Sacra em São José dos Campos - SP

Entre as 20 peças da mostra estão: São Francisco, Santa Clara, Santa Rita, Arcanjo São Rafael, Imaculada Conceição, Santo Expedito, São José, Menino Jesus. (Foto; Paulo Amaral/FCCR)Entre as 20 peças da mostra estão: São Francisco, Santa Clara, Santa Rita, Arcanjo São Rafael, Imaculada Conceição, Santo Expedito, São José, Menino Jesus. (Foto; Paulo Amaral/FCCR)
Portal R3

A exposição “Santos Barrocos”, do artista plástico Renato Gobbi, está desta terça-feira, dia 26, aberta à visitação no Museu de Arte Sacra de São José dos Campos, mantido pela Fundação Cultural Cassiano Ricardo (FCCR). As esculturas ficarão expostas até o fim de junho e podem ser visitadas de terça a sexta-feira, das 9h às 17h.
Entre as 20 peças da mostra estão: São Francisco, Santa Clara, Santa Rita, Arcanjo São Rafael, Imaculada Conceição, Santo Expedito, São José, Menino Jesus. Todas confeccionadas em terracota, técnica que utiliza argila cozida no forno.
Natural de Jundiaí, Renato Gobbi começou a produzir presépios e “santinhos” na infância, quando brincava com barro na olaria do avô. Aos 15 anos, ingressou em um seminário para se dedicar ao sacerdócio. Após desistir de ser padre, aos 25 anos, começou a modelar o barro e fazer as esculturas.

Acervo
O Museu de Arte Sacra de São José dos Campos, inaugurado no dia 17 de dezembro de 2007, pela Fundação Cultural Cassiano Ricardo, está instalado na Capela Nossa Senhora Aparecida (Travessa Chico Luiz, 67), no Centro. O espaço possui um acervo com imagens, paramentos, objetos litúrgicos, oratórios, livros religiosos, bandeiras de procissão, entre outras peças.

quarta-feira, 27 de março de 2013

Arte e Caridade (Parte III) O aspecto jurídico da arte sacra


R.Papa, bozzetto Prologo di Giovanni, Inch. china
Concluímos o artigo precedente (Arte e Caridade, parte II) com as vivas palavras de Bento XVI, pronunciadas em 19 de janeiro aos participantes do Plenário do Pontifício Conselho "Cor Unum", e com estas mesmas palavras queremos recomeçar: «A justa colaboração com instância internacional no campo do desenvolvimento e da promoção humana não deve fazer fechar os olhos diante destas graves ideologias" ditada por "uma visão materialista do homem" e por uma "antropologia de fundo ateu"; sobre isto "devemos exercitar uma vigilância crítica e, às vezes, recusar financiamentos e colaborações" que "diretamente ou indiretamente, favoreçam ações ou projetos contrastantes coma  antropologia cristã". Com as suas palavras, Bento XVI impulsiona sempre o discurso a um plano superior.
Já argumentamos precedentemente[1], que a arte tem uma relação profunda seja com a moral seja com o direito, e a partir das palavras do Papa somos convidados a refletir ainda, como todo o mundo, sobre as teorias estéticas, e de modo particular sobre as instâncias filosóficas fundantes do "sistema [cristão] da arte"[2], deve apoiar-se sobre uma correta visão antropológica, à qual não é possível renunciar. Sem uma correta antropologia, diminuiria o valor verdadeiro que a arte por sua natureza veicula, e consequentemente implodiria o aspecto formativo e educativo que a arte mesma envolve pela plena formação e o pleno desenvolvimento da faculdade humana, através de uma completa – hoje talvez dir-se-ia holística - cultivatio homini.
A arte não é um campo neutro, não é um lugar separado, e muito menos pode ser concebida como lugar da "pura expressão do espírito (do eu)" ou – ainda pior – como o lugar desinibido da ação amoral. Também a arte deve apoiar-se sobre uma correta visão do homem, e de resto não é por acaso que a Igreja se define árbitra das artes enquanto é especialista em humanidade.
O ponto 6 do Inter Merifica, ao qual diversas vezes recorremos, consente explicitamente de compreender como a não negocialidade dos valores morais deva estender-se também às "teorias estéticas". Onde há uma diminuída visão do homem, ali se aninha uma "falsa" doutrina que não pode ser aceita nem como fim nem como meio de ação artística. Daqui deriva que um "sistema de arte" fundado sobre princípios antropologicamente não corretos seja de fato não utilizável para edificar o homem e, ainda menos, para proclamar Cristo.
Portanto, como existem "valores não negociáveis" em âmbito moral, ético, bioético, político, etc., assim, em virtude da profunda relação que existe entre bem, verdadeiro e belo, se deveria afirmar que existem também "valores não negociáveis em âmbito artístico".
Considerando a situação psicológica da coletividade pós-moderna e considerando também que este campo ficou estéril por longo tempo, sem dúvida fica difícil afirmar, sobre base filosófica e de direito, que existem uma arte e uma teoria da arte "verdadeira" em relação às "falsas", mas ainda que difícil, tal dever é justo, e antes, talvez porque é difícil, mostra-se iniludível.
O valor jurídico do justo, remete ao bom, bom para o homem, isto é, feito para o seu bem, a seu favor, e nesta perspectiva, que considera o bem e o seu destinatário, o Código de Direito Canônico afirma que «se devem observar "princípios e normas" próprios seja da "liturgia", seja da "arte sacra"» (CDC 1216).
A correta teoria artística e estética, enquanto ontologicamente fundada, desempenha um papel de arauto da verdade, de anunciadora de tudo o que é bom, como muitas vezes é indicado nos documentos magisteriais, e além disso cumpre também o "justo" dever de caridade nos confrontos dos homens.
Como aparece concordemente na vasta literatura que no curso dos séculos foi recolhida em torno ao tema da arte e da arte sacra em particular no seio da Igreja, a arte, quando é correta, ou seja, disposta ao bem do homem, desenvolve antes de tudo um dever "educativo", educa os pauperes, educa o povo de Deus, e o educa para as coisas boas, ou seja, morais, e o instrui aos mistérios de Deus.
Onde pois, se torna possível, as artes podem educar através dos exemplos, exempla, dos mártires, virgens, confessores e apóstolos, através da vida dos santos e ainda melhor das "histórias sagradas"[3], através da modalidade parenética, que é capaz de mostrar os corretos ensinamentos tanto para dissipar dúvidas, admoestar nos confrontos com o pecado, desenvolver também ações de consolação mostrando a recompensa final ou as graças particulares distribuídas, e enfim encorajar a superar as dificuldades frente às ofensas e educar à práticas das virtudes.
As artes, se fundadas sobre um "sistema da arte" ordenado com teorias estéticas boas, são por sua natureza capazes de suscitar bons sentimentos, e predispor a alma à oração, até que chegue ao cume do louvor e de fazer louvar o Senhor.
Bento XVI no Deus caritas est afirma: «a íntima natureza da Igreja se exprime num tríplice dever: anúncio da Palavra de Deus (kerygma-martyria), celebração dos Sacramentos (leiturgia), serviço da caridade (diakonia). São deveres que se pressupõem recíprocos e não podem ser separados um dos outros. A caridade não é para a Igreja uma espécie de atividade de assistência social que se poderia também delegar a outros, mas pertença à sua natureza, é expressão irrenunciável da sua própria essência» (n. 25). As belas artes que se põem autenticamente a serviço da Igreja, deveriam servi-la na realização do seu tríplice dever Kerigmático, litúrgico e caritativo.
Na perspectiva da reflexão sobre fundamento jurídico da arte sacra, emerge em particular que as artes, se ordenadas ao bem e se fundadas sobre uma correta teoria estética capaz de colher o sentido profundo da verdade da beleza, são capazes de desenvolver plenamente também o dever do amor aos homens, ou seja, da caridade, cumprindo assim os preceitos das obras de misericórdia espiritual: aconselhar os duvidosos, ensinar os ignorantes, admoestar os pecadores, consolar os aflitos, perdoar as ofensas, suportar as fraquezas do próximo, orar pelos vivos e defuntos. 
 
Rodolfo Papa (Roma,  Zenit.org)
Traduzione di Ir. Patricia Souza, pmmi.
[1] Remeto ao meu livro Discorsi sull'arte sacra, Cantagalli, Siena, 2012.
[2] Cfr. PAPA, R. Discorsi sull'arte sacra, pgs 69-120
[3] Por "histórias sagradas" se entende as narrações dos eventos da vida pública de Cristo e os seus ensinamentos através dos gestos, pregações, curas e parábolas segundo uma antiga expressão patrística. Cfr. DAMASCENO, G. Difesa delle immagini sacre, aos cuidados de FAZZO, V. Cidade Nova, Roma, 1997, I, 50-51.

Exposição no MusCap, em Caxias, resgata arte sacra anterior ao Concílio Vaticano II

Mostra de artigos que faziam parte da liturgia antes da década de 1960

Exposição no MusCap, em Caxias, resgata arte sacra anterior ao Concílio Vaticano II Porthus Junior /
Oito imagens sacras integram o acervo exibido Foto: Porthus Junior 
 
Tríssia Ordovás Sartori / Pioneiro
O Museu dos Capuchinhos (MusCap) inaugura nesta quarta (27/03), no início do expediente, a exposição O Sagrado na Fé, que faz um recorte na arte sacra anterior ao Concílio Vaticano II.

Tal movimento, realizado entre 1962 e 1965, durante o pontificado de João XXIII, propôs uma atualização da Igreja aos novos tempos. Quem não conheceu como eram os objetos, pode conferir o acervo dos freis.

— A liturgia da missa mudou, e a arte sacra também mudou de função — explica a museóloga Mirella Honorato, coordenadora do museu.

Entre as peças escolhidas para a exibição aparecem dois confessionários inteiros, um balaústre da Igreja de Garibaldi, oito imagens e 12 véus que cobriam o cálice. São mobiliários, estatuárias e paramentos confeccionados antes do concílio.

Alguns deles caíram em desuso com o objetivo de favorecer a aproximação e a maior participação dos fiéis nos rituais litúrgicos.

PROGRAME-SE
:: O que:
exposição de arte sacra O Sagrado na Fé:: Quando: abertura quarta, às 8h. Visitação até o final do ano, de terça a sexta, das 8h às 11h30min e das 14h às 17h
:: Onde: Museu dos Capuchinhos de Caxias (Rua General Mallet, 189B — bairro Rio Branco)
:: Quanto: entrada gratuita
:: Atendimento em horários especiais ou agendamento para grupos devem ser solicitados pelo e-mail educativo@muscap.org.br  ou pelo telefone (54) 3220.9518

Órgão da Sé de Mariana terá concerto especial para comemorar Domingo de Páscoa

A Sexta-feira da Paixão, dia em que os cristãos lembram a crucificação de Cristo na Cruz, é reservada ao silêncio e a reflexão dos fiéis. Nessa data, o Órgão da Sé de Mariana ficará em silêncio para respeitar essa tradição secular da liturgia católica.
No Domingo de Páscoa, dia em que os cristãos celebram a ressurreição de Jesus Cristo, os instrumentos voltam a tocar para reforçar a alegria da data. E para festejar uma das celebrações mais importantes da Igreja Católica, a organista Elisa Freixo e a Soprano Elenis Guimarães se apresentam ao Órgão da Sé. O programa contará com peças alegres e festivas na comemoração da data maior da cristandade. Dentre os compositores estão Bach, Vivaldi, Haendel, Mozart, e outros.
Concertos
Os Concertos Regulares do Órgão Arp Schnitger acontecem às sextas-feiras, às 11h30, e aos domingos, às 12h15, na Catedral da Sé em Mariana/MG. Ingressos a partir de R$ 28,00, com meia entrada para estudantes e idosos. Para agendar grupos e ter mais informações, entre em contato pelo telefone (31) 3558-2785 ou pelo e-mail orgaodase@uai.com.
O site do projeto de concertos é www.orgaodase.com.br.

Serviço:
29 de março, Sexta-feira Santa - EXCEPCIONALMENTE NÃO HAVERÁ CONCERTO 

31 de março, domingo, às 12h15
Concerto Regular do Órgão da Sé
Organista Elisa Freixo e soprano Elenis Guimarães
Na Catedral da Sé de Mariana
Ingressos a partir de R$ 28,00,inteira

sexta-feira, 22 de março de 2013

Arte e Caridade (Parte II)


O aspecto jurídico da arte sacra

Roma,  (Zenit.org) Rodolfo Papa |

No artigo precedente nós vimos que a arte tem o dever de educar através daquilo que lhe compete pelo estatuto epistemológico, ou seja, a beleza. O prazer espiritual que dela deriva é a porta que conduz à via mestra da verdade. Como nos indica o Catecismo da Igreja Católica «a prática do bem é acompanhada de um prazer espiritual gratuito e da beleza moral. Da mesma forma, a verdade implica a alegria e o esplendor da beleza espiritual. A verdade é bela em si mesma»[1]

Sobre este ponto, ou seja, sobre a eficácia espiritual que as imagens produzem na alma do fiel, muitíssimos autores escreveram no curso dos séculos coisas iluminadoras: São Gregório, São Basílio, Beda o Venerável, por exemplo. A tese de fundo destas considerações é muito clara: se escutar a narração de um martírio, da força e da constância de um mártir, suscita um efeito psicológico e espiritual no ouvinte, tanto mais através das imagens a devoção não pode senão aumentar. Vem considerado que o aspecto parenético (moral) do exemplo do mártir vem reforçado pelo aspecto visível, que envolve espiritualmente o fiel e torna ainda mais memorável o exemplo. O instrumento artístico é capaz, de fato, de sublinhar a beleza e o esplendor da dimensão moral e espiritual do exemplo, tanto que evidencia seu valor verdadeiro.
A pintura, seguida dentro das normas próprias da arte sacra, não só é capaz de desdobrar a função moral (parenética) do fiel, mas também a função de anúncio (Kerigma) e de formação às verdades de fé (catequese).

A indicação do cânone 779 do Código de Direito Canônico envolve evidentemente também a arte sacra: «A instrução catequética seja transmitida com o uso de todos os auxílios, subsídios didáticos e instrumentos de comunicação social, que parecem mais eficazes para que os fieis, de modo adaptado à sua índole, à sua capacidade e idade como também às condições de vida, sejam capazes de apreenderem mais plenamente a doutrina católica e de traduzi-la em prática de modo mais conveniente». A arte sacra sempre foi considerada "meio eficaz" de comunicação.

Os destinatários da mensagem, ou seja, os fieis, podem ainda hoje ser considerados nos termos de pauperes, porque, por não sendo mais iletrados como nos tempos passados, de algum modo perderam alguns elementos insubstituíveis naquele percurso educativo e formativo que conduz à plena maturação psicofísica da pessoa inteira. Uma comunicação eficaz implica, pois, também a formação de um real gosto estético, a fim que com o instrumento artístico junto aos conteúdos se ensine também a capacidade de lê-los.

A arte sacra envolve, portanto, muitas funções, a partir daquela principal e constitutiva que é eminentemente litúrgica, já que a veneração dos fieis envolve muitos outros aspectos de caráter espiritual, psicológico, educativo, formativo e também artístico. Também a partir destas considerações se pode afirmar que o lugar "igreja" é verdadeiramente um "lugar total", porque não há aspecto da vida do homem que não esteja plenamente envolvido, e também por tal motivo a questão do sentido da arte sacra é uma questão complexa e urgente. O Código de Direito canônico afirma exatamente este princípio no cânone 1188 que cita o artigo 125 da Sacrosanctum Concilium: «Seja mantida a prática de expor nas igrejas as imagens sacras para a veneração dos fieis»; subentende-se aqui o fim que é explicitado no cânone 1186, ou seja «para favorecer a santificação do povo de Deus». Como expunha também o Cardeal Gabriel Paleotti, a arte cristã «se eleva a um fim maior mirando a glória eterna, afastando os homens do vazio e conduzindo-os ao verdadeiro culto de Deus».[2]

Como já argumentamos no artigo precedente, a arte sacra possui seu próprio âmbito normativo, que lhe consente de envolver a própria função litúrgica, catequética, mistagógica, parenética e formativa, através da beleza, que é o que lhe é peculiar. A beleza implicada pela arte sacra, como afirmado de modo explícito ou implícito em cada passagem do magistério que lhe diz respeito, não pode de nenhuma forma ser considerada em termos relativistas, isto é, como relativa aos gostos dos indivíduos, e tanto menos pode ser considerada uma elemento acessório ou ultrapassado.

Todo o Magistério indica que a afirmação da verdade é intimamente ligada à beleza que é sua manifestação. Nesta perspectiva, Massimo dal Pozzo escreve que a beleza, com a qual se realiza um manufaturado para o culto, é clara manifestação da compreensão do Sacramento a ela conexo: «o decoro manifesta o apreço devido pelo Sacramento. A res sacra iusta se apresenta sempre como coisa essencialmente bela.[3] Como ensina Bento XVI na Sacramentum Caritatis: «A relação entre mistério acreditado e celebrado se manifesta de modo peculiar no valor teológico e litúrgico da beleza. A Liturgia de fato, como tudo da Revelação cristã, tem uma intrínseca ligação com a beleza; é veritatis splendor» (SC, 35).
O decoro (ou a beleza) é inseparavelmente conexa à missão do bem, que é ligada ao significado, e envolve a coisa sagrada (res sacra). Portanto, tudo que é bem feito, tudo que é realizado justamente para um fim nobre é intimamente formado por este, chega o cumprimento que é a afirmação da verdade, manifestando em tal modo o seu próprio esplendor, que é a beleza mesma da verdade enquanto bem perseguido a favor do homem. Não é, portanto possível introduzir no âmbito da arte sacra elementos que deformam a verdade de fé e ainda menos, como afirmado precedentemente, "falsas teorias estéticas e éticas". A arte não pode de nenhuma forma negar formalmente tudo o que deveria na realidade afirmar. Não é aceitável o deslizamento da questão teorética e estética no útero perigosíssimo da "ditadura do relativismo", característica da nossa época pós moderna, como Bento XVI afirmou muitas vezes. Entre a questão moral dos valores não negociáveis é eminentemente inclusa a questão artística em toda a sua complexa realidade teorética, estética, antropológica, complexamente humanística.

Falando aos participantes ao plenário do Pontifício Conselho "Cor Unum", em 19 de janeiro passado, Bento XVI afirmou que "a justa colaboração com instância internacional no campo do desenvolvimento e da promoção humana não deve fazer fechar os olhos diante destas graves ideologias" ditada por "uma visão materialista do homem" e por uma "antropologia de fundo ateu"; sobre isto "devemos exercitar uma vigilância crítica e, às vezes, recusar financiamentos e colaborações" que "diretamente ou indiretamente, favoreçam ações ou projetos contrastantes coma  antropologia cristã".

Tradução do texto: Ir. Patricia Souza, Pequena Missionária de Maria Imaculada
Para ler o texto anterior clique aqui.
Rodolfo Papa é especialista no XIII Sínodo do Biscopos, professor de História das teorias estéticas na Pontifícia Universidade Urbaniana de Roma, Artista, Acadêmico Pontifício. Website: www.rodolfopapa.it Blog: http://rodolfopapa.blogspot.com e-mail: rodolfo_papa@infinito.it.
[1] CIC, 2500
[2] PALEOTTI, G. Discorso intorno alle immagini sacre e profane (1582), LEV, Città  del Vaticano 2003, pg 67.
[3] POZZO, M. Luoghi della celebrazione "sub specie iusti"..., Ed. Giuffrè, Milano 2010, pg 381.

quinta-feira, 21 de março de 2013

Arte e Caridade (Parte I)


Arte e Caridade (Parte I)

O aspecto jurídico da arte sacra

Roma,  (Zenit.org) Rodolfo Papa |

Depois de haver afrontado nos dois artigos precedentes publicados na rubrica Reflexões sobre Arte[2] a relação profunda que ocorre entre a dimensão estética e a dimensão moral na inteira esfera do "fazer" artístico, seja à luz do Decreto Conciliar Inter Merifica, ou em suas derivações no Catecismo da Igreja Católica, julgamos necessário fazer agora um passo ulterior em direção a um aprofundamento em âmbito jurídico, com a finalidade de evidenciar as várias coimplicações que na questão artística se explicitam à luz de uma correta interpretação do texto jurídico. Poder-se-á, então, compreender como a arte, enquanto ligada intimamente à questão moral, tenha uma relação profunda com o bem do homem e, portanto, com a justiça, e consequentemente está entre as formas supremas da caridade, própria do homem de Deus e dever iniludível da Igreja.

O que diz respeito ao aspecto jurídico da questão artística, devemos partir de um cânone essencial, que aparentemente parece genérico e pouco detalhado, mas que na realidade esconde um tesouro que se deve valorizar atentamente. De fato, no Código de Direito Canônico, o cânon 1216 diz: «no construir e restaurar as igrejas, com o conselho de peritos se observem os princípios e normas da Liturgia e da arte sacra». Em primeira instância se pode observar que no construir e no restaurar uma igreja, se devem observar "princípios e normas" próprios, seja da liturgia como da arte sacra. Portanto, remete a um âmbito normativo que é próprio da arte sacra, como o é da liturgia, ou seja, indica-se uma dimensão da arte para a liturgia e mais em geral da arte cristã (católica) que tem seu próprio estatuto, ou seja, é normatizada e possui princípios[3].

Estes princípios obrigatoriamente devem ser observados, de forma que não é lícito introduzir pinturas, edificar ex novo ou restaurar uma igreja, porque a dimensão jurídica do cânone é clara, a partir do momento que diz: "observem-se" os princípios e as normas. Mas, mais profundamente se compreende que no campo da arte sacra, há uma dimensão normativa que é explicitada a partir da sua dizibilidade em âmbito jurídico. Em outras palavras: se a arte sacra não fosse sujeita a regras, normas e princípios não seria dizível em âmbito jurídico e, portanto, seria totalmente desvinculada de toda relação seja em âmbito ético ou estético; e consequentemente exposta completamente à relatividade do gosto pessoal ou da teoria estética em moda em um particular momento histórico, sem algum vínculo filosófico, teológico e antropológico.
Como ao contrário vimos nos dois artigos precedentes, a respeito do Decreto Inter Merifica, que afirma não ser possível admitir "falsas teorias éticas" e "falsas teorias estéticas" expondo de fato a questão da comunicação de uma área genericamente descrita a uma normatizada e havendo princípios e regras próprias, conduzindo a questão da comunicação – e, portanto, também a da arte que é desde sempre um dos instrumentos mais importantes da comunicação social – ao interno do âmbito moral e a partir dessa àquela do direito.

Confirmando esta impostação, o Catecismo da Igreja Católica introduz a questão artística, não em um lugar genérico a respeito das atividades antropológicas sociais e/ou individuais próprias do homem, mas mais especificamente na descrição do oitavo mandamentos, nos artigos 2500-2505: «Não levantar falso testemunho contra o teu próximo» (Ex 20,16), «Foi dito aos antigos: "Não jurarás"» (Mt 5,33). Os artigos do Catecismo de fato, retomam e desenvolvem seja o número 6 no Inter Merifica ou os artigos 122-129 da Sacrossanctum Concilium, como já explicado em outro momento.

A partir daqui é evidente que não se pode liquidar a questão da arte sacra como uma interpretação "subjetiva", reduzindo-a a opiniões pró ou contra o conceito de belo ou de verdadeiro ou de bom. O Cânone 1216 do Código de Direito Canônico, volta a trazer no âmbito das normas, e inequivocadamente o Inter Merifica esclarece que as falsas teorias estéticas não podem de modo algum ser introduzidas na comunicação e na arte conexa à formação espiritual, moral, intelectual e catequético do fiel.

O Código de Direito Canônico quando fala sobre a pregação, no cânone 769, diz: «a doutrina cristã seja proposta em modo conforme a condição dos que a escutam e adaptado às necessidades do tempo». Para compreender que esta norma se estende também à arte sacra, deve-se fazer referência ainda uma vez ao catecismo, que afirma: «A arte sacra é verdadeira e bela quando, na sua forma, corresponde à vocação que lhe é própria: evocar e glorificar, na fé e na adoração, o mistério transcendente de Deus»[4], e ao mesmo tempo se deve ter presente como na tradição da Igreja que a pintura seja considerada como uma forma de pregação por assim dizer "muda"[5], capaz, ao lado da pregação, de "comunicar" Cristo aos fieis. Assim se compreende como a questão da arte sacra não se limita exclusivamente no seu máximo vértice, que é o eminentemente litúrgico, mas que diz respeito também um aspecto que se pode definir como catequético, que implica, seja a dimensão moral (parenética) da arte, composta de exemplos capazes de suscitar e formar as almas, seja numa dimensão mistagógica, que permite a penetração da verdade de fé.

Compreende-se também que a arte sacra não há um dever elitário, não é para poucos, mas antes deve voltar-se para todos, deve se adaptar às condições culturais dos fieis, que caritativamente necessitam de ajuda (pauperes no sentido mais pleno do termo) devem ser educados através da pregação muda da arte sacra, e conduzidos a uma plenaedificação da pessoa na sua inteireza. A arte tem o dever de educar para o bem, como recordava já no ano 1582 o cardeal Gabriele Paleotti no seu imprescindível Discurso em torno das imagens, e a beleza é ligada ao bem e ao verdadeiro, como reforça o Catecismo no artigo 2500: «a prática do bem é acompanhada por um prazer espiritual gratuito e pela beleza moral. Ao mesmo modo, a verdade se une à alegria e ao esplendor da beleza espiritual. A verdade é bela por si mesma».
(Tradução:Ir. Patricia Souza pmmi)

[1] Especialista no XIII Sínodo do Biscopos, professor de História das teorias estéticas na Pontifícia Universidade Urbaniana de Roma, Artista, Acadêmico Pontifício. Website: www.rodolfopapa.it Blog: http://rodolfopapa.blogspot.com e-mail: rodolfo_papa@infinito.it.
[2] Cfr PAPA, R. Arte e Moral. A profunda atualidade do Decreto Conciliar Inter Merifica (publicado por www.zenit.org em 17/12/12 e PAPA, R. Arte e Moral. Ainda sobre a atualidade do Decreto Conciliar Inter Merifica. (publicado por www.zenit.org em 07/01/13).
[3] CDC, Cân. 1216
[4] CIC, 2502.
[5] MARINO, E. Il beato Angelico: como a pintura, assim a pregação; como a pregação, assim a pintura. Conferência para o jubileu dos artistas, Roma. 2003.

quarta-feira, 20 de março de 2013

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terça-feira, 19 de março de 2013

Via Sacra - O Que é? - Como teve origem?



  D. Estevão Bettencourt, osb
Nº 368 - Ano 1993 - p. 2 - Revista: "PERGUNTE E RESPONDEREMOS"


Em síntese: O exercício da Via Sacra consiste em que os fiéis percorram mentalmente a caminhada de Jesus a carregar a Cruz desde o pretório de Pilatos até o monte Calvário, meditando simultaneamente a Paixão do Senhor. Tal exercício, muito usual no tempo da Quaresma, teve origem na época das Cruzadas (séculos XI/XIII): os fiéis que então percorriam na Terra Santa os lugares sagrados da Paixão de Cristo, quiseram reproduzir no Ocidente a peregrinação feita ao longo da Via Dolorosa em Jerusalém. O número de estações ou etapas dessa caminhada foi sendo definido paulatinamente, chegando à forma atual, de quatorze estações, no século XVI. O Papa João Paulo II introduziu, em Roma, a mudança de certas cenas desse percurso não relatadas nos Evangelhos por outros quadros narrados pelos Evangelistas. A nova configuração ainda não se tornou geral. O exercício da Via Sacra tem sido muito recomendado pelos Sumos Pontífices, pois ocasiona frutuosa meditação da Paixão do Senhor Jesus.

Por "Via Sacra" entende-se um exercício de piedade segundo o qual os fiéis percorrem mentalmente com Cristo o caminho que levou o Senhor do Pretório de Pilatos até o monte Calvário; compreende quatorze estações ou etapas, cada uma das quais apresenta uma cena da Paixão a ser meditada pelo discípulo de Cristo.

Embora semelhante exercício seja assaz na história do Cristianismo, as modalidades que ele hoje em dia são relativamente recentes. Percorramos, portanto, rapidamente o histórico da "Via Sacra" para entendermos o significado dessa prática.

Peregrinação em miniatura

Há certas devoções do povo cristão que nada mais são do que a forma simplificada de exercícios de piedade solenemente praticados pelos cristãos antigos ou medievais.

Tal é o caso, por exemplo, do Santo Rosário. Na antiga Igreja os ascetas tendiam a rezar diariamente ou, ao menos, a intervalos regulares os 150 salmos da Escritura Sagrada. Com o tempo, porém, esta tarefa tornou-se impraticável, seja porque a vida cotidiana se tornou mais complexa, seja porque os fiéis foram perdendo o entendimento dos salmos; daí a substituição destes por 150 "Ave Marias" distribuídas em dezenas; cada uma das quais representa um dos mistérios de nossa Redenção (por sua vez os salmos nos falam dos mistérios do Redentor e do seu Reino na terra).

Pois bem; nesta série deve-se enumerar também a Via Sacra. Já que a peregrinação aos lugares santos da palestina é um ideal para todo cristão, ideal, porém, que nem todos conseguem realizar, a Igreja consentiu em que os fiéis pratiquem uma peregrinação em espírito, enriquecida de graças semelhantes às que estão anexas a uma verdadeira peregrinação. É o que se dá justamente no exercício da Via Sacra.

A este vamos agora voltar nossa atenção.

O Histórico devoção à Via Sacra

1. Desde os primórdios do Cristianismo, os fiéis dedicaram profunda veneração aos lugares santificados pela vida, a morte e a glorificação do Senhor Jesus. De longínquas regiões afluíam à Palestina, a fim de lá orar, deixando-nos, em consequência, suas narrativas de viagem, das quais as mais importantes na antigüidade são a de Etéria e a do peregrino de Bordéus (séc. IV). Voltando às suas pátrias, esses peregrinos não raro procuravam reproduzir, por meio de quadros ou pequenos monumentos, os veneráveis locais que haviam visitado.

2. A tendência a "reproduzir" se acentuou por efeito das Cruzadas (séc. XI/XIII), que proporcionaram a muitos féis o ensejo de conhecer os lugares santos e de se nutrir da espiritualidade dos mesmos. Então, principalmente nos mosteiros, se foram erguendo capelas ou monumentos que recordavam os diversos santuários da Terra Santa e eram objeto de "peregrinação" espiritual dos monges e das monjas que não podiam viajar em demanda do Oriente.

Conta-se, por exemplo, que a bem-aventurada Eustochium (+ 1491), pobre Clarissa de Messina, construiu no interior da clausura uma capelinha que lembrava a Natividade do Senhor, outra evocava a casa de sua Mãe Santíssima, e outras mais, que significavam respectivamente o monte das Oliveiras, o Cenáculo, as casas de Anás e Caifás, o pretório de Pilatos, o monte Calvário e, por fim, o Santo Sepulcro. Visitava diariamente esses monumentos e, "como se houvera assistido às cenas que eles representavam, contemplava com lágrimas a bondade do Celeste Esposo e todos os feitos deste na sua respectiva sucessão" (Wadding, Annales Minorum,  ad na. 1491).

Um dos casos mais expressivos da piedade fervorosa da Idade Média é o seguinte: no mosteiro cisterciense de Louvão (Portugal), havia, provavelmente no séc. XV, uma Religiosa conversa que, antes de se consagrar a Deus no claustro, levava vida muito mortificada; entre outros atos de piedade, emitira o voto de peregrinar à Terra Santa. Tendo, porém, entrado para o mosteiro, já não podia dispor de si para empreender tal viagem; achava-se por conseguinte, continuamente preocupada com a lembrança da promessa feita ao Senhor; os escrúpulos a torturavam. Orava, porém, e mortificava-se ardentemente, na esperança de conseguir realizar seu desígnio. Foi então que o Santo Padre o Papa promulgou um jubileu solene, concedendo aos confessores faculdades extraordinárias, inclusive a de comutar votos. A irmã, feliz, resolveu recorrer ao confessor, pedindo-lhe comutação (Embora não precisasse disto, pois sua profissão religiosa solene anulara qualquer voto de devoção). O confessor, para dar-lhes a paz de alma, respondeu-lhe que ela poderia fazer no mosteiro mesmo uma peregrinação espiritual protraída por tanto tempo quanto duraria a viagem à Terra Santa. Diante disto, a Religiosa, tendo obtido o consentimento da sua Superiora, resolveu empreender o itinerário espiritual: um belo dia despediu-se das Irmãs e cessou o intercâmbio com elas; doravante pelo prazo de um ano pôs-se a peregrinar dentro da clausura de um altar ou de um oratório para outro, identificando-os com os lugares santos que os peregrinos da Palestina costumavam percorrer; tomava suas frugais refeições depois que a comunidade saia do refeitório, deixando para os pobres a mor parte dos alimentos que lhe eram destinados; à noite dormia no chão , no lugar mesmo em que se encontrava quando tocava o sino para o repouso.

Após doze meses de tal regime, na tarde em que devia encerrar a peregrinação espiritual, a Irmã para a Igreja, onde entrou em oração diante do Santíssimo Sacramento, com as mãos erguidas; ficou nessa atitude até a manhã seguinte, quando a Irmã Sacristã, tendo aberto a igreja, resolveu avisá-la de que os fiéis iam entrar na igreja para assistir à S. Missa. Eis, porém que a "peregrina" estava morta, de joelhos, irradiando do seu semblante uma luminosidade extraordinária (...)

O fato causou profunda impressão nos fiéis da localidade, que mais tarde disseram ter obtido graças milagrosas por intercessão da santa Religiosa ... (cf. Frei Bernardo de Brito, Primeira Parte da Chronica de Cister, I. VI c. XXXIV fol. 463, Lisboa 1602)

Fique o episódio aqui consignado, a título de ilustração! 

3) De acordo com a documentação que nos resta, parece que até o século XII só havia, para os peregrinos da Palestina, guias e roteiros que orientavam a visita dos lugares santos em geral, sem focalizar de maneira especial os que dizem a respeito à Paixão do Senhor; em 1187, porém, apareceu o primeiro itinerário que visava à via percorrida pelo Senhor Jesus ao carregar a cruz: é o opúsculo francês "L'éstat de la Citéz de Jhérusalem". Somente no fim do séc. XIII começaram os fiéis a distinguir nesse itinerário etapas ou estações, cada uma das quais dedicada a um episódio do carregamento da cruz e consagrada por uma oração especial. Por causa das restrições ditadas pelos maometanos que ocupavam a Palestina, foi-se registrando, entre os cristãos, a tendência a fixar cada vez mais um programa determinado e quase invariável para a visita dos lugares concernentes à Paixão de Cristo; no fim do séc. XIV tal roteiro comum já existia: percorria em sentido inverso a Via Dolorosa de Cristo, partindo da igreja do Santo Sepulcro (monte Calvário) para ir terminar no monte das Oliveiras (donde se vê que não havia propriamente a intenção de acompanhar um espírito Nosso Senhor na sua caminhada dolorosa).

Eis aqui o itinerário que o peregrino inglês William Wey, tendo estado duas vezes na Terra Santa (1458 e 1462), propunha sob a forma de versos mnemotécnicos (Wey, aliás, é o primeiro autor a designar como "stationes", estações, as etapas da Via Dolorosa):

"Lap strat di trivium flent sudar sincopizavit
Por pis lapque schola domus her Symonis Pharosey".

A explicação latina das abreviações seria a seguinte:

1. Lapis cum crucibus super quem Christus cecidit cum cruce.
2. Strata per quam Christus transivit ad suam passiosem.
3. Domus divitis negantis micas dare Lazaro.
4. Trivium ubi Christius cecidit cum cruce.
5. Locus ubi mulieres flebant propter Christum.
6. Locus ubi vidu sive Veronica posuit sudarrium super faciem Christi.
7. Locus ubi beatissima Maria sincopizavit.
8. Porta per quam Christus transibat ad passionem.
9. Piscina in Qua aegroti sanabantur tempore Christi.
10. Lapides super quos stetit Christus quando iudicatus erat ad mortem.
11. Locus ubi beata Maria transivit ad scholas.
12. Domus Pilati.
13. Domus Herodis.
14. Domus Simonis Pharisey.

Em tradução portuguesa:

Pedra com cruzes sobre a qual Cristo caiu com a cruz.
A estrada pela qual Cristo passou para padecer.
A casa do ricaço que negava as migalhas a Lázaro.
A encruzilhada na qual Cristo caiu com a Cruz.
O lugar onde as mulheres choravam por causa de Cristo.
O lugar em que a viúva ou Verônica colocou o véu sobre a face de Cristo.
O lugar em que a mui bem-aventurada Maria desmaiou.
A porta pela qual Cristo passou para padecer.
A piscina onde os doentes eram curados no tempo de Cristo.
As pedras sobre as quais Cristo esteve quando o condenaram à morte.
Lugar em que a bem-aventurada Maria freqüentou a escola.
A casa de Pilatos.
A casa de Herodes.
A casa de Simão e Fariseu.
 
Como se vê, as estações desse itinerário estão longe de coincidir com as do exercício da Via Sacra moderno; apenas quatro estações da lista de Wey são ainda em nossos dias observadas, a saber:

4. Trivium ou o encontro com o Cireneu;
5. Flent ou o encontro com as santas mulheres que choravam;
6. Sudarium ou o encontro com a Verônica;
7. Sincopizavit ou o encontro com Maria Santíssima.

As outras estações do itinerário de Wey assim se explicam:

"Pedra com cruzes...": havia uma pedra assinalada por cruzes no pátio diante da igreja do Santo Sepulcro, pedra que designava o lugar em que Jesus, ao carregar a cruz, caíra pela última vez (esta estação do itinerário de Wey poderia ser identificada com a estação referente à terceira queda de Cristo no percurso hoje em dia usual).

"Strata": supunha-se estar pavimentada a estrada que levava ao Calvário.

Alusão à parábola narrada em Lc 16, 19-31.

8. Trata-se da porta do Julgamento da antiga cidade de Jerusalém.

9. Referência à piscina probática mencionada em Jo 5, 2.

10. Alusão às duas pedras talhadas que constituiam o arco do "Ecce Homo".

11. referência à escola freqüentada por Maria Santíssima.

12. 13 e 14 Alusão a casas que remotamente se prendem à história da paixão do Senhor.

Alguns autores de fins do séc. XV, entre os quais Félix Fabri (1480), compraziam-se em afirmar que o itinerário então adotado, do Calvário ao monte das Oliveiras, era aquele mesmo que a Virgem Santíssima costumava percorrer, recordando outrora os episódios da Paixão de seu Divino Filho; tal asserção, porém, era sugerida apenas pela devoção, carecendo de fundamento na realidade histórica.

Note-se, de passagem, que os peregrinos da Terra Santa no fim da Idade Média davam certamente provas de extraordinário fervor, pois para satisfazer à sua piedade, deviam submeter-se não somente aos perigos mortais da viagem marítima (piratas e peste), mas também a duras humilhações e dificuldades que os muçulmanos ocupantes da Palestina lhes impunham. Tal fervor não podia deixar de provocar imitadores cada vez mais numerosos entre os cristãos que estavam impedidos de empreender a viagem à Terra Santa; estes deviam experimentar o vivo desejo de substituir a peregrinação local ao Oriente por algum exercício de piedade que pudesse ser realizado nas igrejas ou nos mosteiros mesmos do Ocidente. É a esse desejo crescente que se deve o ulterior desenvolvimento do exercício do Caminho da Cruz.

4. O fervor levou, sim, os fiéis a querer percorrer o Caminho Doloroso do Senhor Jesus não na ordem inversa (do Calvário ao monte das Oliveiras), mas observando a sucessão mesma dos lugares e dos episódios que tecem a história da Paixão: uma narrativa de viagem devida ao sacerdote inglês Richard Torkington e datada de 1517 mostra que já nesta data os fiéis seguiam o Caminho da Cruz em demanda do Calvário, isto é, na direção mesma que Nosso Senhor tomara - o que lhes possibilitava reviver mais intensa e fervidamente as etapas dolorosas da Paixão. A partir de 1517, não se registra mais nenhum documento que refira as estações sagradas a partir do Calvário.

No Ocidente as reproduções, em pintura ou escultura, das estações da Via Dolorosa eram variadas. Algumas se contentavam com a enumeração de sete etapas, também ditas "Sete quedas de Jesus", porque em cada uma delas Cristo aparecia ou prostrado por terra ou ao menos vacilante sob o peso da cruz e desejoso de se reerguer.

Assim, por exemplo, em fins do séc. XV se enumeravam:

o encontro de Jesus com sua Mãe Santíssima;
o encontro de Jesus com o Cireneu;
o encontro de Jesus com as mulheres de Jerusalém;
o encontro de Jesus com Verônica;
a queda de Jesus sob a cruz, a 780 passos da casa de Pilatos;
a prostração do Senhor sob a cruz, a 1000 passos da casa de Pilatos;
a deposição de Jesus nos braços da sua Mãe Santíssima.

Podiam-se enumerar na iconografia e na devoção dos Ocidentais oito estações assim concebidas:

Jesus é condenado à morte;
Jesus cai pela primeira vez;
Simão, o Cireneu, ajuda o Senhor a carregar a cruz;
A verônica enxuga a face de Jesus;
O Senhor cai pela Segunda vez;
Cristo encontra-se com as filhas de Jerusalém;
Jesus cai pela terceira vez;
Jesus é despojado das suas vestes.

(Série devida a Pedro Steckx ou Petrus Potens, de Lovaina, depois que voltou de Jerusalém em 1505).

Também no século XV alguns devotos tendiam a venerar, juntamente com as sete quedas de Jesus, as sete dores de Nossa Senhora, ou as tristezas da Virgem Santíssima por contemplar, de cada vez, o seu Filho prostrado ou padecente sob a cruz.

Alguns autores ocidentais de livros de piedade ou de obras de arte sacra enumeravam por vezes 19 ou 25 ou até 37 estações na Via Dolorosa de Jesus. Parece aqui merecer especial menção o fato de que foi na Alemanha e na Holanda que nos séc. XV/XVI mais floresceu a devoção à Via Sacra do Senhor, ocasionando naturalmente grande número de monumentos literários e artísticos dedicados a tal tema.

5. Finalmente, entrou em cena na literatura ocidental um livrinho que devia pôr remate à evolução do santo exercício do Caminho da Cruz: era o opúsculo do carmelita flamengo Jan Pascha (ou Jan van Paesschen), intitulado "A peregrinação espiritual" (1563).

A viagem espiritual aí descrita devia durar um ano, sendo assinalada para cada dia uma parte determinada do roteiro "Lovaina - Terra Santa"; essa parte cotidiana era acompanhada de um tema de meditação e de exercícios de piedade. No primeiro dia, por exemplo, o peregrino imaginava que ia viajar de Lovaina a Tirlemont, e devia meditar sobre o temo "Deus, último Fim de todas as criaturas"; no segundo dia, "viajava" de Tirlemont a Tongres, e meditava sobre a criação dos anjos, etc. No 188º dia, porém, estando o "peregrino" no horto das Oliveiras a contemplar a agonia de Jesus, advertia Jan Pascha:

"Aqui começa a primeira prece da longa caminhada da cruz.

As preces deste caminho são em número de quinze..."

A segunda estação fazia-se na casa de Anás, ao 193º dia;

a terceira estação, ao 196º dia, no lugar em que Jesus fora encarcerado e submetido ao escárnio da soldadesca;

a quarta estação, ao 206º dia, se fazia no tribunal de Pilatos, onde Jesus fora condenado;

a quinta estação se detinha no lugar em que Jesus tomara a cruz;

a sexta estação considerava o encontro de Jesus com sua Mãe Santíssima, assim como a segunda queda do Salvador (a primeira queda, não explicitamente venerada, se dera logo após a tomada de cruz por parte do Senhor);

a sétima estação se dava no lugar em que o Cireneu auxiliara Jesus a carregar a cruz, tendo o Divino Mestre aí caído mais uma vez.

a oitava estação assinalava o encontro de Jesus com Verônica e quarta queda do Senhor;

a nona estação cultuava o encontro de Jesus com as filhas de Jerusalém;

a décima estação venerava a última queda do Senhor;

a undécima estação considerava o despojamento de Jesus;

a duodécima estação, a crucifixão;

a décima terceira estação, a morte de Jesus sobre a cruz;

a décima quarta estação, a deposição da cruz;

a décima quinta estação, por fim, venerava o sepultamento do Senhor.

Observe-se que as diversas etapas acima são acompanhadas de tantas minúcias topográficas e arqueológicas que certamente a obra de Jan Pascha deve ter causado a impressão de estar baseada em documentação sólida e abundante.

Em 1584 outro autor, Adrichomius, retomava o itinerário espiritual de Jan Pascha, e dava-lhe a forma que ele hoje tem: fez, sim, começar o Caminho da Cruz no pretório de Pilatos, onde Jesus foi condenado à morte, e, para atingir o número de quatorze estações, dedicou especial veneração a mais duas pressupostas quedas do Senhor. Por obra de Pascha e Adrichomius, portanto, o exercício do Caminho da Cruz recebeu no século XVI a sua configuração atual.

6. Uma verificação interessante se impõe agora ao estudioso: a escolha das etapas do Caminho da Cruz, hoje usual entre os cristãos, se deve à piedade dos autores de livros de devoção escritos no Ocidente, e não à prática observada na própria Cidade Santa, ou seja, em Jerusalém (Adrichomius mesmo nunca esteve na Palestina).

O curioso fenômeno explica-se muito bem: na cidade de Jerusalém dos séc. XV/XVI não se podia pensar em assinalar aos peregrinos estações ou paradas para cultuarem as diversas fases da Via Dolorosa de Jesus. Com efeito, os cronistas da época referem que o ânimo pouco amigo dos turcos ocupantes da Terra Santa não permitia que os fiéis cristão se detivessem diante das localidades sagradas do interior da Cidade de Jerusalém; deviam transitar com a máxima sobriedade pela estrada que o Senhor percorrera com a cruz, contentando-se com uma prece ou meditação puramente interna. Sendo assim, entende-se que em Lovaina e Nürnberg, ou na Flândria e na Alemanha em geral, o exercício da Via Sacra fosse celebrado com muito mais aparato e minúcias do que na própria Cidade Santa; foi, nestas regiões, e não no Oriente, que a referida devoção tomou sua forma hodierna.

Estas circunstâncias explicam outrossim que as cenas atualmente comemoradas nas estações do Caminho da Cruz em parte sejam conjeturais: principalmente o que se refere às quedas de Jesus fica sujeito a dúvidas (lembramo-nos de que a princípio se assinalavam sete quedas, quatro das quais estavam associadas aos encontros de Jesus respectivamente com Maria Santíssima, com o Cireneu, com as piedosas mulheres de Jerusalém, com Verônica). O próprio encontro de Jesus com Verônica não é atestado pelos documentos escritos senão a partir do séc. XV; também não se tem certeza de um encontro de Jesus com sua Mãe Santíssima. É preciso observar ainda que a série na qual se sucedem os diversos episódios do Caminho da Cruz é, por sua vez, hipotética.

7. Tais afirmações talvez suscitem perplexidade em um ou outro dos fiéis cristãos. A perplexidade, porém, se dissipará sem demora após uma reflexão serena sobre o assunto.

O cenário do Caminho da Cruz é proposto aos fiéis não à guisa de ensinamento histórico, para que os cristãos, mediante esse documento, enriqueçam o seu cabedal de cultura e saber. Não; as estações da Via Sacra são propostas unicamente para mover a piedade, fomentar o amor a Deus e a chama da oração. Por conseguinte, não queira o discípulo de Cristo deduzir conclusões de historiografia ao folhear o seu manual de Via Sacra; procure, antes prorromper em atos de fé, esperança e caridade, mediante o percurso do Caminho da Cruz.

É de notar que na Sexta-feira Santa de 1991 e 1992 o S. Padre João Paulo II, ao realizar o exercício da Via Sacra no Coliseu de Roma, quis alterar o conteúdo das respectivas estações, substituindo as cenas não incluídas no Evangelho por outras, tiradas do texto sagrado. Eis a seqüência então adotada:

Jesus no Horto das Oliveiras
Jesus, traído por Judas, é aprisionado
A condenação de Jesus
A negação de Pedro
Jesus diante de Pilatos
A flagelação e a coroação de espinhos
Jesus carrega a Cruz
Jesus e o Cirineu
O encontro com as mulheres de Jerusalém
A crucificação
Jesus e o Bom Ladrão
Maria e João ao pé da Cruz
A morte de Jesus
Jesus deposto no sepulcro

Esta nova ordem é certamente bela e apta a inspirar a meditação dos fiéis. Não consta que tenha sido promulgada pela autoridade da Igreja para o roteiro da Via Sacra realizada fora de Roma. Como quer que seja, fica a critério de cada fiel ou cada grupo de fiéis assumir a nova seqüência no exercício da sua devoção, pois, como dito, o que importa na Via Sacra é meditar a Paixão do Senhor Jesus. Tem sido costume acrescentar às quatorze estações uma décima Quinta, destinada a contemplar a ressurreição de Cristo, visto que paixão, Morte e Ressurreição constituem um só Mistério de Páscoa.

8. Por fim, deve ser realçado o papel importante dos Franciscanos na difusão do exercício da Via Sacra. Desde o século XIV os filhos de São Francisco são os guardiães oficiais dos lugares da palestina; entende-se, pois, que de modo especial se tenham dedicado à propagação da veneração à Via Dolorosa do Senhor; em suas igrejas e junto aos seus conventos, desde fins da Idade Média tomaram o hábito de erguer as estações da Via Sacra; adotando a série sugerida por Jan Pascha e Adrichomius, fizeram que esta prevalecesse sobre todas as congêneres; foram também os filhos de São Francisco que obtiveram dos Papas a concessão das numerosas indulgências anexas a tal exercício de piedade. - Grandemente benemérito da devoção à Via Sacra é São Leonardo de Porto Maurício OFM, que, por ocasião de sua atividade missionária em toda a Itália, de 1731 a 1751, conseguiu erguer 572 "Vias  Sacras".

Atualmente a Igreja concede indulgência plenária a quem pratique o exercício da Via Sacra. Para que este possa ser efetuado, requer-se uma série de quatorze cruzes (com alguma imagem ou inscrição, se possível) devidamente bentas. O cristão deve percorrer essas cruzes meditando a Paixão e a Morte do Senhor (não é necessário que siga as cenas das quatorze clássicas estações; pode servir-se de algum livro de meditação). Caso o exercício da Via Sacra se faça na igreja, com grande afluência de fiéis, de modo a impossibilitar a locomoção de todos, basta que o dirigente do sagrado exercício se locomova de estação em estação.

Quem não possa realizar a Via Sacra nas condições acima, lucra indulgência plenária lendo e meditando a Paixão do Senhor pelo espaço de meia-hora ao menos.

domingo, 17 de março de 2013

Exposição de Arte Sacra em São Pedro da Aldeia - RJ

Para enriquecer as importantíssimas e escassas atividades culturais de São Pedro da Aldeia e Região dos Lagos, a Paróquia de São Pedro promove a exposição de artes sacras “Crux – Paixão e Glória de Cristo” no centro da cidade. São mais de 50 ítens considerados raros, entre paramentos litúrgicos e peças da imaginária católica sobre a Paixão de Cristo estão expostas, entre elas, se destaca a relíquia da Santa Cruz de Cristo, do século XIV, autenticada pelo Vaticano.

Segundo o pároco e curador da exposição, padre Helcimar Sardinha, o objetivo é abrir a reflexão dos fieis para a Semana Santa, que se aproxima.

A exposição segue até o dia 25 de março na Igreja Matriz de São Pedro da Aldeia, localizada à Travessa Hildegardo Milagres, nº 7, no centro. De segunda a sábado, a mostra funciona de 9h às 12h e 14h às 17h. Já no domingo, o funcionamento é de 9h às 12h. No Domingo de Ramos (24/03), não haverá exposição do acervo.

Créditos ao Diário Aldeense

sábado, 16 de março de 2013

CNBB apresenta a Cidade da Fé




Evento que será realizado de 20 a 26 de julho nasce para dar suporte aos peregrinos e à Igreja do Brasil durante a JMJ Rio 2013.


Imagine um local que reúna toda a diversidade católica e ainda sirva de apoio aos peregrinos e religiosos (as) da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) no Rio de Janeiro. É sob esse contexto de entretenimento e centro de apoio que a CNBB, em parceria com a Promocat Marketing Integrado - empresa responsável pela promoção e organização do evento – criou a "Cidade da Fé", evento que acontecerá em conjunto com a Jornada, no Centro de exposições Riocentro, localizado na Barra da Tijuca.

Cidade da Fé é o nome dado ao local que reunirá eventos como a tradicional Feira de artigos religiosos ExpoCatólica - Feira Internacional de Livros e Artigos Religiosos; o FÉSTIVAL, -  Festival Internacional de Turismo Religioso - setor que conta com o apoio dos Estados brasileiros e do Ministério do Turismo; a Expo Vocacional, área da ExpoCatólica destinada às Congregações religiosas, e,  o Bote Fé Brasil, última edição do evento que marcou a peregrinação da Cruz e do Ícone de Nossa Senhora pelas dioceses do Brasil.

Segundo Dom Leonardo Ulrich Steiner, Secretário Geral da CNBB, "os eventos regionais do Bote Fé  e a Campanha da Fraternidade de 2013 sobre a Juventude, estão contribuindo ativamente para a promoção e divulgação da JMJ Rio 2013, além de despertar nos jovens a importância de sua participação na vida da Igreja. Concluir essa caminhada de quase dois anos com um evento de abrangência internacional foi uma forma encontrada para agradecer a acolhida e o envolvimento de toda a Igreja do Brasil nesse projeto, que deixará frutos em todas as comunidades".

O evento ocupará mais de 70 mil metros quadrados do Riocentro, começando dentro da programação oficial da Semana Missionária e se estendendo para os dias da própria Jornada. "Serão sete dias de muitas atrações como shows e entretenimento, exposições culturais, fóruns, congressos, tudo preparado especialmente para receber as centenas de milhares de pessoas de mais de 190 países que estarão no Rio de Janeiro para a JMJ Rio 2013" - relata Fábio Castro, Coordenador operacional da Cidade da Fé e Diretor Geral da Promocat Marketing.

Segundo padre Valdeir dos Santos Goulart, Coordenador Geral do evento e Assessor da CNBB, a Cidade da Fé foi aprovada pelos organizadores da Jornada: "Quando tivemos a ideia da realização deste evento, logo apresentamos ao COL (Comitê Organizador Local da JMJ Rio 2013) que solicitou autorização ao Pontifício Conselho para os Leigos (PCL). Com a devida autorização, passamos a construir o projeto em parceria com a Promocat, aproveitando toda estrutura oferecida pelo Riocentro" - disse padre Valdeir. "Uma estrutura tão grande, que servirá como Centro de Apoio para a
 Igreja do Brasil, onde as dioceses e congregações além das Embaixadas e Consulados poderão acolher e dar suporte a seus peregrinos. Um verdadeiro ponto de encontro para atender a Igreja" - completou.

No local as paróquias, congregações, grupos, movimentos e dioceses terão uma estrutura apropriada para reunir seus membros durante a Jornada, com várias ações e áreas de apoio como postos de saúde e acesso a internet, por exemplo. Em parceria com a Prefeitura do Rio de Janeiro, linhas de ônibus especiais ligarão os principais pontos de hospedagem e turísticos da Cidade até o Riocentro, além de ônibus exclusivos para transportar os milhares de padres, bispos e religiosos (as) que estarão na cidade. O projeto conta também com o apoio dos Governos Estadual, Municipal e Federal, além da Arquidiocese do Rio de Janeiro.

Além das atrações de responsabilidade da CNBB, outros eventos oficiais da JMJ Rio 2013 também acontecerão na Cidade da Fé. "A partir do dia 23 de julho as áreas do Riocentro estarão exclusivamente voltadas para atender as necessidades da Jornada, não promovendo concorrência com os eventos dos Atos Centrais" - disse Pe. Carlos Sávio, coordenador pastoral da Cidade da Fé e membro da Comissão Episcopal para a Juventude da CNBB.


Eventos realizados simultaneamente na Cidade da Fé

ExpoCatólica Rio

A ExpoCatólica é uma Feira pastoral e profissional realizada anualmente com o objetivo de organizar e promover o segmento religioso Católico. Lançado em 2002 na cidade de São Paulo-SP, o evento tem como objetivo principal, além de promover o segmento, encurtar a distância entre o produtor e o consumidor, atendendo a cadeia de distribuição com as especificidades que a Igreja exige.
É reconhecida mundialmente por apresentar as principais empresas produtoras de livros e artigos religiosos do Brasil e de vários países do mundo os quais participam frequentemente da Feira. Um lugar onde o visitante encontra tudo o que precisa para ele e para abastecer sua loja ou comunidade.

Setores da Feira: 

Livros
Artigos Religiosos
Material Litúrgico
Móveis e Equipamentos para igrejas
Arquitetura Religiosa
Áudio e Vídeo
Serviços para igrejas
Confecção e vestuário
Mídia Católica

FÉSTIVAL - Festival de Turismo Religioso
No FÉSTIVAL, fé e turismo se misturam. Uma mostra para promover e incentivar a comercialização dos produtos desse setor que vem se expandindo a cada ano, onde o expositor se encontrará com esses peregrinos do mundo todo.


Expositores: 

Santuários
Rotas de peregrinação
Municípios com destinos cristãos
Destinos internacionais católicos
Festas Religiosas
Agências de viagens
Empresas de suporte ao turismo

Além dos estandes com os principais destinos religiosos do mundo, serão apresentadas atrações culturais promovidas em parcerias com os Estados brasileiros.

Festas Religiosas e Atrações dos Estados brasileiros:

Congadas
Folia de Reis
Corpus Christi
Cavalhadas
Festa do Divino
Arraial de Festas Juninas
Paixão de Cristo
Outras


Expo Vocacional 
A Expo Vocacional é um setor da ExpoCatólica criado em 2005 para promover os carismas da Igreja Católica. Nessa área haverá palcos para shows, pregações, momentos de oração, além de tendas para oficinas e Adoração ao Santíssimo Sacramento montados próximos aos estandes dos expositores que divulgam seus carismas. Expositores da Feira Vocacional JMJ Rio 2013 também participam dessa área na Cidade da Fé.

Expositores: 

Congregações
Dioceses
Comunidades
Movimentos


Oficinas: 

Pastorais
Espirituais
Profissionais
Missas diárias

Bote Fé Brasil 
Os eventos locais com a marca "Bote Fé" são realizados mensalmente pela CNBB nas principais dioceses por onde a Cruz Peregrina e o Ícone de Nossa Senhora estão passando com o projeto de peregrinação que, além dos objetivos pastorais, divulga a JMJ Rio 2013. Com grandes Shows de música católica os Botes Fé locais estão atraindo milhões de pessoas nas principais cidades do Brasil. Dentro da Cidade da Fé, no Rio de Janeiro, junto com a JMJ Rio 2013, haverá a última edição de fechamento desta peregrinação que recebeu o nome de Bote Fé Brasil. Como não se consegue imaginar um evento de jovens sem que se pense também na música, foi preparada uma vasta programação em parceria com as principais gravadoras do Brasil para realizar Shows com artistas consagrados da música católica e secular.
Espaço ADORAR

Fé e Obra: Você vai “ADORAR”

Ação, Doação, Oração, Respeito, Atitude e Recreação. A proposta desse espaço é que o jovem se conscientize de seu papel cristão na sociedade para ajudar o próximo dentro do contexto da fraternidade. No Espaço "ADORAR" o jovem poderá fazer doações de agasalhos, alimentos e do próprio sangue que será recolhido por profissionais da saúde.

Artesanato brasileiro 
O artesanato brasileiro também será mostrado num espaço exclusivo para essa arte popular. Uma grande mostra para promover a cultura do artesanato nacional, destacando os muitos trabalhos que expressam a religiosidade cristã num lindo espetáculo de cultura e fé.
Exposições e Atrações Culturais

A arte sacra também estará exposta na Cidade da Fé. Parcerias com artistas e museus do gênero estão sendo construídas para promover essa cultura de fé.

Mostra Carlos Araújo

O Artista Plástico Carlos Araújo, reconhecido mundialmente pela espiritualidade de suas Obras, também terá uma mostra exclusiva na Cidade da Fé.

Palavra Viva

Junto ao Espaço Literário Cristão, uma exposição exclusiva com o Livro mais importante de todos os tempos será montada. Um grandioso Museu da Bíblia.

Serviço
Cidade da Fé

Datas:

JMJ Rio 2013: 

de 23 a 28 de Julho de 2013

Cidade da Fé

de 20 a 26 de julho de 2013

Local: Riocentro - Barra da Tijuca - Rio de Janeiro, RJ.

Programação:
ExpoCatólica (Feira de Livros e Artigos Religioso)
FÉstival (Festival Internacional de Turismo Religioso)
Bote Fé Brasil (Shows, Entretenimento, Cultura)
Expo Vocacional (Feira de Congregações e Comunidades Religiosas)
Espaço ADORAR (Ação, Doação, Oração, Respeito, Atitude e Recreação)


Contatos
www.cidadeafe.com
imprensa@cidadedafe.com
(11) 2099 6688


Realização: Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)
Produção: Promocat Marketing Integrado
Parceria: Jornada Mundial da Juventude Rio 2013

Sobre a CNBB

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) é a instituição permanente que congrega os Bispos da Igreja católica no País, na qual, a exemplo dos Apóstolos, conjuntamente e nos limites do direito, eles exercem algumas funções pastorais em favor de seus fiéis e procuram dinamizar a própria missão evangelizadora para melhor promover a vida eclesial, responder mais eficazmente aos desafios contemporâneos, por formas de apostolado adequadas às circunstâncias, e realizar evangelicamente seu serviço de amor, na edificação de uma sociedade justa, fraterna e solidária, a caminho do Reino definitivo.
Fonte: cnbb.org.br

Sobre a Promocat

A Promocat Marketing Integrado é uma empresa de comunicação especializada no segmento católico. Criada em 2002, realiza anualmente a ExpoCatólica - Feira Internacional de Carismas, Turismo, Educação, Livros e Artigos Religiosos. Opera nas áreas de publicidade, jornalismo, pesquisa, eventos, captação e internet, sempre com ações alinhadas às diretrizes da Igreja Católica. A empresa também é responsável pela edição e publicação da Revista Paróquias & Casas Religiosas e pelo Censo Anual da Igreja Católica no Brasil - CaicBr.
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