quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Halloween: como devolver-lhe o sentido cristão?

A verdade sobre a festa que as crianças comemoram por influência anglo-saxônica

Por Nieves San Martín

MADRI, (ZENIT.org)

A grande tradição da Festa de Todos os Santos remonta a séculos. A celebração da comemoração dos fiéis defuntos, no dia seguinte, é mais recente. As duas celebrações cristãs, fundidas em uma, acabaram se transformando numa festa em que hoje cabe um pouco de tudo e que, no entanto, se esqueceu das suas origens: o Halloween.

A festa de Todos os Santos já era celebrada na Igreja de Roma e foi fixada pelo papa Gregório III (731-741) no dia 1º de novembro. Gregório IV (827-844) estendeu a festa a toda a Igreja.

O costume de recordar e rezar pelas pessoas falecidas é mais antigo do que a Igreja: ele existia também em muitas culturas pré-cristãs. Já a festa litúrgica em memória dos fiéis defuntos remonta ao dia 2 de novembro do ano de 998, quando foi instituída por Santo Odilon, monge beneditino e quinto abade de Cluny, no sul da França. No século XIV, Roma adotou a prática e a festa foi gradualmente se estendendo a toda a Igreja.

O nome Halloween é a deformação popular da expressão, usada na Irlanda, All Hallows' Eve, ou simplesmente Vigília de Todos os Santos. Esta antiquíssima festa chegou aos Estados Unidos com os imigrantes irlandeses e se enraizou rapidamente na nova nação. Depois de sofrer uma radical transformação, a festa fez o caminho de volta até o velho continente, graças à influência de todas as tendências do gigante norte-americano em todo o mundo. A velha Europa adotou as abóboras iluminadas e passou a animar festas infantis que misturam carnaval com os pedidos de doces que já eram feitos pelas crianças das tradições latinas. Aliás, quando os meus pequenos vizinhos vêm à minha casa pedir guloseimas vestidos de bruxas e diabinhos, eu os faço antes cantar uma cantiga natalina.

Em muitos países, o Dia de todos os Santos e o dia seguinte, o dos mortos, são jornadas em que a família visita o cemitério e relembra os seus entes queridos. Na Espanha, as famílias costumam fazer doces para presentear às crianças, em especial um marzipã recheado chamado “huesos de santo” [ossos de santo]. As crianças ganham doces e vão se familiarizando, com naturalidade, com a ideia de que a vida terrestre não é eterna. A outra vida é que é.

No México, onde a festa dos mortos tem origem pré-hispânica e era celebrada em outras datas, o festejo abrange atualmente tanto o dia de Todos os Santos quanto o dia dos fiéis defuntos. A data é celebrada neste mesmo formato também em outros países da América Central e do Sul, assim como em muitas comunidades hispanas dos Estados Unidos. Para os mexicanos, o Dia dos Mortos é a parte mais popular do festejo. Enquanto alguns levam flores aos cemitérios, outros dedicam a jornada à memória das pessoas próximas que já partiram, começando de madrugada a montar um altar doméstico: alguns altares são verdadeiras obras de arte. A forma mais simples de fazer esse altar é preparar em casa uma mesa coberta com um manto e expor nele fotografias da pessoa ou das pessoas falecidas, adornadas com flores e lembranças.

O que certamente o Halloween não é: uma festa ocultista, por mais que haja quem queira transformá-la nisto.
(Trad.ZENIT)

Museu do Oratório comemora 14 anos de fundação

museu-do-oratorio

No dia 30 de outubro, um dos principais roteiros culturais da tricentenária Ouro Preto – o Museu do Oratório – completa 14 anos de funcionamento. A instituição é responsável pela manutenção da mais importante exposição permanente de oratórios do Brasil e tem em seu valioso acervo recortes originais da vida cotidiana, que ilustra os estreitos vínculos entre os fiéis e seus objetos de fé.

O Museu está instalado em um prédio representativo da antiga Vila Rica setecentista – antiga casa do Noviciado do Carmo – e conta com um conjunto de 163 oratórios e 300 imagens dos séculos XVII, XVIII e XIX distribuído nos três pisos do edifício. O Museu também possui uma exposição itinerante, que leva a reserva técnica da Instituição a diversos lugares. A mostra já passou por diversas regiões de Minas, além de ter sido exposta em vários países, como Itália, Estados Unidos, Espanha e França.  Mensalmente, é realizada a Série de Concertos no Museu do Oratório, uma programação cultural que proporciona aos visitantes e moradores de Ouro Preto, raros e belos espetáculos de música erudita, com o objetivo de fortalecer a música de câmara. O evento acontece desde 2001.

O aniversário do Museu do Oratório é comemorado nas vésperas do Dia de Todos os Santos, dia 1º de novembro, e do dia dedicado às Almas, dia 2 de novembro. Um período ainda mais especial para quem deseja conhecer um dos principais museus de arte sacra do País, que expressa de forma singular à importância da fé para os mineiros. Para que o visitante conheça um pouco mais sobre os oratórios e também aprecie com detalhes a arquitetura, pintura, vestuário e costumes da época, o Museu do Oratório funciona diariamente, das 9h30 às 17h30.

museu do oratorio2 Museu do Oratório comemora 14 anos de fundação
Os ingressos são vendidos a R$4,00. Estudantes e maiores de 60 anos que apresentarem o documento de identidade pagam meia-entrada. Para mais informações ou para marcar uma visita orientada entre em contato pelo telefone (31) 3551-5369, pelo e-mail info@museudooratorio.org.br ou visite o site da instituição www.museudooratorio.org.br ou a sala virtualwww.eravirtual.org.

Fonte: Converso Comunicação

Museu do Oratório
Casa Capitular da Igreja Nossa Senhora do Carmo Adro do Carmo, 28 - Ouro Preto - Minas Gerais – Brasil

CEP: 35.400-000 Fone: 55 31 3551 5369
info@oratorio.com.br
www.oratorio.com.br
Horários de Visitação: Diariamente de 9:30 às 17:30 horas. Exceto:
* Dia 1o. de Janeiro
* Dia 21 de Abril
* Dia 12 de Outubro
* Dia 25 de Dezembro



Papa preside celebração das Vésperas na Capela Sistina


500 anos dos afrescos da abóbada da Capela Sistina pintada por Michelangelo

CIDADE DO VATICANO, (ZENIT.org)

Hoje, 31 de outubro, o Santo Padre Bento XVI presidirá a celebração das Vésperas na Capela Sistina, por ocasião do quinto centenário dos afrescos da abóbada pintada por Michelangelo entre 1508 e 1512.

O afresco é a técnica de pintura mural mais antiga e resistente. A pintura é feita sobre argamassa de cal queimada e areia úmida – ou fresca, por isso o nome derivado da expressão italiana fresco, de mesmo significado no português - na qual o artista deve aplicar pigmentos puros diluídos somente em água.

 O Papa Júlio II que convidou o autor da Pietà para fazer os afrescos da abóbada que mede 1.100 metros quadrados, comemorou o fim desta obra-prima com o rito solene das Vésperas de Todos os Santos, exatamente em 31 de outubro de 1512.

Durante o Sínodo, na presença de Bento XVI, teve lugar a apresentação oficial do documentário “Arte e Fé. Via Pulchritudinis”, lançado num contexto celebrativo rico e diversificado: o Ano da Fé, os 50 anos da abertura do Concílio Vaticano II e os 500 anos dos farescos da abóbada da Capela Sistina.

O DVD, que, em 70 minutos, condensa 2000 anos de história da Igreja e da arte, será distribuído, a partir de novembro, em versão multilingue (incluindo o português), e poderá ser adquirido ao preço de 10 euros.

Para mais informações: Telefone +39 3461469293; eventi.musei@scv.va
(MEM)

Fotos da Capela Sistina:








500 anos da Capela Sistina: O Papa alenta a usar a arte para evangelizar

Vaticano, (ACI/EWTN Noticias).

"Arte e fé. ‘Via Pulchritudinis’ (O caminho da beleza)", é o título do documentário realizado pelos Museus Vaticanos, em colaboração com a televisão polonesa TBA, pela ocasião do 500º aniversário da conclusão da abóbada da Capela Sistina, pintada pelo célebre Michealangelo entre 1508 e 1512.

Bento XVI, que compareceu na sexta-feira 26 a uma projeção do filme no Sala Paulo VI, assinalou em um breve discurso que "embora não era a primeira vez que os Museus Vaticanos ilustravam os laços entre arte e fé através do patrimônio das galerias pontifícias, este documentário era, de algum jeito, especial porque coincidia com o Ano da Fé".

"Para muitas pessoas a visita aos Museus Vaticanos representa, durante sua viagem a Roma, o maior contato e às vezes o único, com a Santa Sé e, portanto, uma ocasião privilegiada para conhecer a mensagem cristã".

"Poderíamos dizer –continuou o Papa– que o patrimônio artístico da Cidade do Vaticano constitui uma espécie de grande ‘parábola’ mediante a qual o Papa fala com os homens e as mulheres de todo o mundo que pertencem a culturas e religiões diversas; pessoas que possivelmente jamais leiam um discurso ou uma homilia dele".

Bento XVI indicou ademais que "a linguagem da arte é uma linguagem parabólica, dotado de uma abertura universal: a ‘via pulchritudinis’ é um caminho capaz de guiar a mente e o coração para o Eterno, de elevá-los até as alturas de Deus".

"Aprecio muito que o filme mencione várias vezes a dedicação dos pontífices romanos à conservação e valorização do patrimônio artístico; e também, na época contemporânea à renovação do diálogo da Igreja com os artistas".

O Papa disse que "a coleção de Arte Religiosa Moderna dos Museus Vaticanos é a demonstração evidente da fecundidade deste diálogo. Mas na verdade todo o grande organismo dos Museus Vaticanos possui esta dimensão que poderíamos chamar ‘evangelizadora’".

O Santo Padre recordou também "a grande sensibilidade pelo diálogo entre arte e fé" do Beato João Paulo II e sublinhou que arte e a fé são um "binômio que acompanha a Igreja e à a Santa Sé há dois mil anos; um binômio que hoje devemos valorizar com mais afinco para levar aos homens e as mulheres de nossa época o anúncio do Evangelho, do Deus que é beleza e amor infinitos".

Por último, o Pontífice expressou o desejo de que o documentário suscite em muitas pessoas "o desejo de conhecer melhor essa fé que sabe inspirar tais e tantas obras de arte".

terça-feira, 30 de outubro de 2012

A Arte Medieval - Arte Gótica (Escultura)

A escultura gótica afirmou-se na arte da Idade Média no séc. XIII, evoluindo a partir da escultura românica. Intrinsecamente ligada à arquitectura, como até aqui, fez parte da decoração interior e exterior das grandes catedrais góticas e também de baptistérios e palácios.


Nicola Pisano, Púlpito do Baptistério de Pisa, e detalhe da Natividade e da Adoração dos Reis Magos, respectivamente, 1260. Mármore.


Giovanni Pisano, Púlpito da Catedral de Pisa, e detalhe da Natividade e da Crucificação, 1302-10. Mármore.


Claus Sluter, Poço de Moisés, Catedral de Dijon, c. 1395. Mármore.


No Gótico Inicial as estátuas mostram ainda uma forma alongada e rigidez na posição, embora se comecem a distinguir do estilo Românico pelos rostos cada vez mais individualizados e pormenorizados, que denotam calma e serenidade.
Figuras da ombreira esquerda da entrada principal do portal real da Catedral de Notre-Dame, Paris, França.


Esculturas do Portal dos Reis da Catedral de Notre Dame de Chartres, França, c. 1145-1155.


Tímpanos do Portal duplo do transepto sul da Catedral de Estrasburgo: A Morte de Maria e A Coroação de Maria, respectivamente, c. 1235.



Esculturas do Portal norte da fachada ocidental da Catedral de Estrasburgo



Cristo e as Virgens Prudentes, Catedral de Estrasburgo, c. 1280-1300.


Andrea Pisano e Giotto, Relevos da Catedral de Florença, c. 1334-37


Virgem e o Menino, escultura do mainel do Portal Ocidental central da Catedral de Notre-Dame, c. 1210. Paris.


Coro de São Jorge da Catedral de São Pedro, Bamberg. Vista geral e pormenor da "Igreja" e da "Sinagoga", respectivamente, c. 1225-37


Virgem e o Menino, escultura do mainel do Portal Ocidental central da Catedral de Notre Dame de Reims, após 1252.


 Quatro das cinco Virgens Prudentes da ombreira do Portal Paradisíaco da Catedral de Magdeburgo, Alemanha, c. 1245.

Quatro das cinco Virgens Imprudentes da ombreira do Portal Paradisíaco da Catedral de Magdeburgo, Alemanha, c. 1245.


À medida que se aproxima o Gótico Pleno, surge uma tendência mais naturalista e realista. Os corpos apresentam um maior volume e posições ligeiramente mais curvilíneas. 
A partir do séc. XIV as figuras denotam um "S" sinuoso, quase em contraposto (posição assimétrica e obliqua do corpo em relação ao seu eixo: o tronco roda para um lado e as pernas para outro, formando um "S") e os panejamentos (roupagem) apresentam linhas arredondadas, sobrepostas e profundas, que acentuam a forma dos corpos e o requebro das ancas e contribuem para um crescente realismo


Virgem e o Menino, estátua do interior da Catedral de Notre-Dame, Paris


Cavaleiro, Catedral de São Pedro, Bamberg, Alemanha, c. 1235


Virgem da Visitação, Catedral de São Pedro, Bamberg, Alemanha, c. 1240


Cavaleiro do Antigo Mercado (Imperador Otão I ?), c. 1245/50


Detalhe com Anunciação e Visitação do Pórtico ocidental da Catedral de Notre Dame de Reims, 1252-1275.


A expressão formal procura exprimir a perfeição espiritual e por isso as figuras são tratadas com maior correcção anatómica e detalhe
Os santos, a Virgem e Cristo têm outra mensagem, reflectindo mais verdade, sensibilidade, serenidade e ternura - humanização do Céu
As figuras possuem gestos humanizados, proporcionalidade, naturalismograciosidade, liberdade de traçado, de modelado e de composição, e transmitem uma mensagem de doçura, beleza e desejo de viver. 
Porém, a partir do final do séc. XIV, a expressividade estimulada pela crise religiosa, revela-se na representação do homem, dos santos e do próprio Cristo, que denotam um sofrimento exagerado nos rostos e nos corpos esquálidos (esqueléticos), despertando a piedade dos fiéis.


Nossa Senhora, a Branca, escultura do Portal Central ocidental da Catedral de Léon, Espanha, c. 1250-1300.


Nino Pisano (?), Virgem com o Menino, c. 1343-47. Mármore.


Madonna de Krummau, Viena, c. 1400. Cálcário pintado.




Virgem da Sainte-Chapelle, Paris, Séc. XIV


Representação do Inferno no Portal central da fachada ocidental da Catedral de Orvieto, Itália, c. 1310

A escultura gótica dividiu-se em três tipologias:

  • A escultura decorativa/monumental, que se encontra principalmente nas fachadas e portais e que, juntamente com outros elementos variados (pináculos, rosáceas, agulhas, gárgulas, vitrais...), caracteriza o exterior das igrejas, onde o "horror ao vazio" é extremamente notório. As cenas mais representadas são: Cristo em Majestade, O Último Julgamento ou Juízo Final, a vida da Virgem (cuja representação se tornou mais frequente pela valorização do papel da mulher como mãe e educadora, em que a Igreja se empenhou no final da Idade Média) e o Nascimento de Cristo e episódios da vida de santos. O trabalho escultural era feito em oficinas e posteriormente colocado nos lugares destinados. Todas as esculturas eram coloridas. As cores usadas eram as convencionais (o rosto e as mãos tinham a cor natural, os cabelos eram loiros e as vestes policromas) e tinham uma função decorativa, estética, apelativa e simbólica. São também de salientar os relevos escultóricos feitos com grande minúcia e perfeccionismo. 
 Portal do transepto norte da Catedral de Notre Dame de Chartres, e pormenor do tímpano com O Triunfo da Virgem


Figuras da ombreira esquerda e direita, respectivamente, do Portal do transepto norte da Catedral de Notre Dame de Chartres


Portais da fachada do transepto sul da Catedral de Notre Dame de Chartes e pormenor do tímpano central com O Juízo Final

Portal dos Reis da Catedral de Notre Dame de Chartres, e pormenor dos tímpanos. França, c. 1145-1155.


Portal Ocidental da Catedral de Notre Dame de Senlis e pormenor do tímpano. França, c. 1170.


Figuras da ombreira esquerda do Portal Ocidental da Catedral de Notre Dame de Senlis


Figuras da ombreira direita do Portal Ocidental da Catedral de Notre Dame de Senlis


Tímpano do Portal Central da Fachada Ocidental da Catedral Notre Dame de Laon, França, c. 1200.


Portal dos Leões, Catedral de Toledo, Espanha, c. 1200-1300 




Portal do Perdão, Catedral de Toledo, Espanha, c. 1200-1300




 Portal Ocidental da Catedral de Notre-Dame e pormenor do tímpano com a Coroação da Virgem. Paris, França, c. 1210.

Portal do transepto sul (Porta do Sarmental) da Catedral de Burgos, Espanha, c. 1223-1260.


Portal dos Príncipes da Catedral de São Pedro, Bamberg e detalhe da ombreira esquerda e do tímpano com o Juízo Final. Alemanha, c. 1225-1237.



Portal da Graça da Catedral de São Pedro, Bamberg, e detalhe do tímpano


Portal da fachada ocidental da Catedral de Estrasburgo e pormenor da porta, c. 1235

Portal do transepto norte (Portal Saint-Laurent) da Catedral de Estrasburgo


Portal duplo do transepto sul da Catedral de Estrasburgo: vista geral e pormenor das figuras da "Igreja" e da "Sinagoga", respectivamente.


Portal esquerdo do transepto norte da Catedral de Notre Dame de Reims


Portal ocidental central da Catedral de Notre Dame de Reims, após 1252


Portal do Claustro (transepto sul, parede oriental) no interior da Catedral de Burgos, Espanha, c. 1265-70


Maestro Bartomeu, detalhe do Portal da Catedral de Tarragona, Espanha, c. 1277-1282.


Portal sul da Catedral de Santa Maria de Villalcázar de Sirga, Espanha, finais do séc. XIII.


Tímpano do Portal do transepto sul (Portail de la Calende) da Catedral de Notre Dame de Rouen (ou Catedral de Ruão), França, c. 1300.


Esculturas da fachada ocidental da Catedral de Orvieto, Itália, c. 1310




Lorenzo Maitani, Relevos escultóricos da fachada ocidental da Catedral de Orvieto, c. 1320-30






Andrea Pisano, Porta de bronze do Portal sul do Baptistério de Florença, concluída em 1336: vista geral e alguns pormenores.


Claus Sluter, Portal da Catedral de Dijon, Cartuxa de Champmol, 1389-1406


Gárgulas da Catedral de Notre-Dame, Paris, França.



Gárgulas da Catedral de Notre Dame de Senlis, França.


Gárgulas da Catedral de Laon, França.


Gárgula da Catedral de Notre Dame de Reims, França.



Gárgulas da Catedral de Estrasburgo, Alemanha.



Bartolomeo Buon, Porta della Carta, Palácio dos Doges, Veneza, 1438-42.


  • Devido ás pestes, ás fomes, guerras e à falta de condições de higiene e da qualidade de vida, no geral, a taxa de mortalidade era muito elevada. Como o enterro de nobres nas igrejas era uma tradição, desenvolveu-se a escultura tumular, que se vulgarizou na construção de estátuas jacentes. No início, estas estátuas não continham pormenores dos traços físicos do morto, apenas procuravam evocar o defunto. Em meados do séc. XIII aparece o retrato idealizado, com um leve sorriso que ilumina o rosto do defunto, que procura mostrar a paz com que devemos enfrentar a morte e a mesma que devemos levar para o descanso eterno. A partir do séc. XIV, o morto é representado muitas vezes de forma mórbida, enregelado, envolto num lençol ou nu, um autêntico cadáver em decomposição, na sequência dos horrores da Peste Negra e da consciencialização da nossa condição mortal - "do pó viemos e ao pó voltaremos".
Túmulo do Papa Bonifácio VIII, séc. XIII


Túmulo do Rei Dagobert I, séc. XIII, Abadia de Saint-Denis, França.



Estátuas jacentes de Ricardo, Coração de Leão, e a sua esposa, primeiro quartel do séc. XIII. Igreja da Abadia de Fontevrault.


Túmulo do Rei João Sem-Terra, vista geral e detalhe da cabeça, c. 1225, Catedral de Worcester. Mármore de Purbeck.


Lápide Tumular do Arcebispo Siegfried III von Epstein, após 1249. Catedral de São Martinho e Santo Estevão, Mogúncia.


Arnolfo di Cambio, Túmulo do Cardeal Braye, Igreja de San Domenico, Orvieto. Mármore, c. 1282


William Torel, Túmulos de Henrique III e Leonor de Castela, respectivamente, 1291. Bronze dourado.


Túmulo do Cavaleiro Robert Curthose, vista geral e pormenor da cabeça, último quartel do séc. XIII, Catedral de Gloucester. Madeira de carvalho pintada.


Tino di Camaino, Túmulo de Catarina da Áustria, mármore, 1323. Basílica de San Lorenzo Maggiore, Nápoles.


Bonino da Campione, Monumento fúnebre de Bernabó Visconti, 1323-85. Mármore.


Sarcófago de St. Eulália, Catedral de Barcelona, 1327-39. Mármore.


Túmulo de Eduardo II e detalhe, c 1330-1335, Catedral de Gloucester. Mármore e alabastro.


Giovanni di Balduccio, Cripta de São Pedro mártir, 1335-39. Mármore.


Túmulo do "Cavaleiro Negro", e pormenor da cabeça, c. 1337/80. Catedral de Canterbury.


Claus Sluter, Túmulo de Felipe, o Audaz e detalhe, c. 1390-1406. Alabastro e mármore.


  • Esculturas em madeira, que apenas surgiram na segunda metade do século XIII, através dos escultores que, organizados em corporações, começaram a entalhar cada vez mais figuras em madeira. Desta forma, a escultura libertou-se da arquitectura e tornou-se uma obra artística autónoma, característica que lhe permitiu adaptar-se à mudança das necessidades religiosas; devido à forma como as esculturas eram representadas exerciam também influência sobre a prática religiosa dos crentes. Assim, surgiram inúmeros tipos de imagens e temas, que, na grande maioria, tematizavam o sofrimento de Cristo e que deveriam sensibilizar o observador, levando-o a uma identificação emocional e a uma veneração religiosa.
Maria Chorando, madeira


Virgem em cima do Trono Largo, c. 1270. Carvalho policromado.


Pietà da Renânia (ou de Roettgen), c. 1300. Madeira de tília pintada.


Grupo de Cristo com São João de Sigmarigen, c. 1330. Madeira de carvalho dourada e colorida.


Virgem do Friesentor de Colónia, c. 1370. Madeira de nogueira dourada e pintada.


Pietà Krïvákova, c. 1390. Madeira pintada.


Pietà, Catedral de Freiberg, inícios do séc. XV. Madeira pintada.


Hans Multscher, Relevo da Trindade do Castelo Sandizell, c. 1430. Alabastro, em parte policromado.


Veit Stob, pormenor da parte central do Altar-Mor da Igreja de Maria, Cracóvia, c. 1477-89. Madeira poilicromada.


Michel Erhart, Madona do Manto Protector de Ravensburg, c. 1480-90. Madeira de tília pintada.


Retábulo da Cartuxa de Miraflores, e detalhe dos túmulos do Rei João II e de Isabel de Portugal, 1489-93. Burgos, Espanha.


Túmulo do Infante Afonso, 1489-93. Cartuxa de Miraflores, Burgos, Espanha.


BIBLIOGRAFIA (Textos, Transcrições e Imagens):

- "Gótico", Visual Encyclopedia of Art, Ed. Scala;
- "História da Arte", H. W. Janson, Fundação Calouste Gulbenkian;
"História da Cultura e das Artes - 11º Ano", Ana Lídia, Fernanda Meireles e Manuela Cernadas Cambotas, Porto Editora;
- "O Gótico: Arquitectura, Escultura e Pintura", Ed. Könemann.


Fonte: Um olhar sobre o mundo das artes
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